Com uma mão cheia de golos, todos a valerem ouro, a seleção nacional de Sub 19 goleou uma Noruega que, rodeada de mar, começou a meter água desde o início e nunca mais acabou, tantas foram as benesses concedidas a Portugal.
Mais pareceu, com o devido respeito, que a equipa das equipas levou Nossa Senhora de Fátima até Malta para que a “ajudasse” mentalmente a superar todas as barreiras e conquistar o direito a estar na final no Europeu de 2023, no que será a sexta presença de Portugal desde 2003, ainda que daí apenas tivesse ganho o campeonato de 2018, o que foi excelente e merecido.
Na edição de 2019 Portugal perdeu com a Espanha, mas prepara-se agora para “desempatar” os duelos com os italianos nas duas finais em que estiveram juntos.
A exibição da equipa nacional frente à Noruega – que tem uma excelente equipa – pode considerar-se de ouro pelo facto de ter reconquistado o direito de estar noutra final, pese embora, nos noventa minutos, tivesse a vida facilitada.
Isto porque os noruegueses desorientaram-se de tal maneira e “ofereceram” três golos a Portugal nos primeiros trinta minutos, o que acabou por ser “fatal” para as aspirações da formação da terra dos bacalhaus, ainda que o jogo se tenha efetuado em Malta.
No primeiro golo (3´), o guarda-redes norueguês tentou aliviar um atraso da defesa, mas Gustavo Sá pressionou o guardião de tal forma que este acabou por chutar a bola contra os pés do médio português e entrar na baliza norueguesa.
O segundo golo surgiu na sequência de um canto, com o defesa norueguês a desviar a bola com a mão, originando a grande penalidade que Hugo Félix converteu (17´).
Sempre mais objetivo, Portugal somou o terceiro golo (30’) depois um mau alívio norueguês, tendo Gustavo Sá assistido, de cabeça, Rodrigo Ribeiro que, surgiu isolado frente ao guardião e desviou a bola, com um toque subtil, para a baliza.
Não deixando a Noruega avançar muito no terreno, forçada ainda a recuar face à potencialidade dos jogadores lusos, Portugal chegou ao 4-0 (66’) por intermédio de Rodrigo Ribeiro, que deu o caminho da baliza a uma bola que começou a rolar numa jogada de combinação entre João Vasconcelos e Samuel Justo, que Rodrigo Ribeiro concluiu a preceito.
Três minutos depois, Portugal fechou o resultado (5-0), depois de Rodrigo Ribeiro se ter isolado e, perante um último defesa, assistiu Carlos Borges que, frente ao guarda-redes norueguês, fez o seu primeiro golo na prova.
Para Joaquim, Treinador Nacional, “estamos muito felizes, fizemos um jogo muito bonito, respeitando a nossa identidade. Corremos riscos, estávamos a ganhar por 1-0 e fomos à procura do segundo, a ganhar por 2-0 fomos à procura do terceiro. Isto tem a ver com a nossa mentalidade ofensiva. Queremos mostrar qualidade na final.”
Acrescentou que “a Noruega esteve a defender grande parte do jogo porque nós queremos ser os donos do jogo com bola, para colocarmos o adversário em situações difíceis e irmos à procura do golo. Nunca os deixámos ter a bola. Entrar com esta intensidade também tem a ver com a abordagem estratégica e é fruto de muito trabalho, talento e dedicação destes jogadores. É capacidade de resiliência e de querer fazer mais”.
Salientou que “há uma valorização de toda a equipa, é um jogo coletivo onde todos têm tarefas importantes e cada um sabe as suas potencialidades e fragilidades. Jogamos muitas vezes de forma assimétrica e eles têm a inteligência para perceber essas circunstâncias. Acabam por sair todos valorizados”.
Quanto ao finalista (ainda antes de se saber que seria a Itália, referiu que “é-me indiferente o adversário da final. Que ganhe o melhor, estamos preparados e respeitamos muito o próximo adversário. Queremos ser uma equipa dominadora, que joga um bom futebol, queremos valorizar individualmente. Esse passado pertence aos museus e não irá ter influência no que é o jogo. Será um novo desafio e uma nova oportunidade para deixarmos bem marcado aquele que é o conceito da nossa identidade”.
Depois de em 2003 terem perdido com a Itália, Portugal voltou a estar na final de 2014 e foi derrotado pela Alemanha, o mesmo sucedendo em 2017, mas frente à Inglaterra. Em 2018 derrotou a Itália e foi campeão, mas em 2019 sucumbiu às mãos da Espanha.
Domingo, 20 horas, na RTP1, todos esperam mais um triunfo português.
A força e garra dos guerreiros lusos que podiam ter marcado mais dois ou três golos, face às oportunidades criadas, mas que talvez fosse um “castigo” demasiado para os noruegueses, que mostraram um espirito desportivo e um fair play digno de registo.
Foto: FPF/Diogo Pinto