A Seleção Nacional Sub-21 perdeu, este domingo, frente a Inglaterra (0-1), nos quartos de final do Europeu, num encontro realizado no Estádio Shengelia.
Um golo solitário de Anthony Gordon, aos 34 minutos, colocou os ingleses na frente. Portugal reagiu na segunda parte, dominou o jogo nesse período e teve algumas situações claras de golo, que não soube aproveitar e demonstrar o que, na fase de grupos, se previa.
A primeira parte começou a um ritmo morno, mas aos quatro minutos, surgiu o primeiro aviso inglês, com um remate perigoso em zona frontal a sair ao lado da baliza de Celton Biai.
A resposta portuguesa chegou ao minuto 14′, com Pedro Neto a obrigar o guardião britânico a uma enorme intervenção.
A partir daí, a Inglaterra, que tinha mais posse de bola, criou mais perigo e Celton Biai teve que se aplicar ao minuto 23, sendo que seis minutos depois foi André Amaro a fazer um alívio importantíssimo. Aos 32′ a bola de Madueke saiu ao lado.
Os minutos passavam, a Inglaterra não tinha tanta posse de bola, mas conseguia constantemente criar perigo, sempre que a tinha nos pés. Esse perigo viria a dar frutos ao minuto 34′, com Gordon a aparecer em posição frontal e a não dar hipóteses de defesa para o guardião português.
Até ao intervalo, Tiago Dantas teve uma boa oportunidade para igualar a contenda, mas o remate saiu bloqueado, no meio das muitas pernas inglesas presentes na grande área.
A segunda metade começou com uma jogada de perigo para Portugal, com Paulo Bernardo – entrado para substituir Samu Costa - quase a fazer o empate, após alguns ressaltos na área.
Portugal aparecia dominador para a segunda parte e o jogo foi passando, sobretudo, no meio-campo defensivo da Inglaterra. Aos 52′ mais uma boa oportunidade, mas Trafford negou o golo, uma vez mais, a Pedro Neto. Aos 56′, foi Francisco Conceição a atirar por cima.
As oportunidades sucediam-se e aos 59′ foi Paulo Bernardo a estar muito perto do golo, com um cabeceamento subtil.
O domínio de Portugal era absoluto, mas os golos não apareciam. Ao minuto 72’, o cabeceamento do recém-entrado Henrique Araújo bateu na barra da baliza adversária. Aos 76′ foi Paulo Bernardo novamente a testar os reflexos a Trafford.
Até ao término do encontro, Portugal tentou, mas não conseguiu marcar. A Inglaterra levava a melhor, num encontro com resultado claramente injusto, em prejuízo da formação portuguesa.
Portugal alinhou com: Celton Biai, Zé Carlos, André Amaro, Alexandre Penetra, Nuno Tavares, Samuel Costa (Paulo Bernardo, int.), Tiago Dantas – Cap., João Neves, Pedro Neto (Vitinha, 90′), Francisco Conceição (Diego Moreira, 87′) e Fábio Silva (Henrique Araújo, 65′).
Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Francisco Meixedo, Leonardo Lelo, Bernardo Vital, Tomás Araújo, Vasco Sousa, Afonso Sousa, André Almeida.
Com este resultado, os jovens sub21 voltam a marcar passo porquanto não conseguiram seguir em frente e, por outro lado, falham a presença nos Jogos Olímpicos de 2024, em Pari, o que é trivial desde alguns anos a esta parte. Tanto investimento não se sabe para quê!
Para Rui Jorge, selecionador nacional adiantado que “mais do que a agressividade, foi a coragem que mudou da primeira para a segunda parte. Temos jogadores com qualidade suficiente para fazer muito mais em termos de posse do que aquilo que fizemos na primeira parte.
Acho que nos faltou alguma coragem para ter bola”.
Referiu ainda que “quando falo na qualidade técnica dos nossos jogadores, digo muitas vezes que é necessário pô-la em prática, mas isso foi algo que não se passou muito no primeiro tempo, que não foi nada bem conseguido por nós”.
Quando ao adversário, salientou que “a Inglaterra foi bem melhor do que nós na primeira parte, mas nós melhores na segunda. Não há dúvida nenhuma de que o nosso adversário tem uma belíssima equipa. Também somos uma boa equipa. Ainda assim, não conseguimos mostrar todo o nosso potencial”.
Rui Jorge prosseguiu dizendo que “tivemos bons momentos em ‘4-4-2’, mas há coisas que nada têm a ver com o sistema. Muitas vezes, dá-se um peso demasiado grande a isso, que não é o mais importante. Na primeira parte, os espaços e os jogadores livres estavam lá assim que tínhamos a bola. Agora, não tivemos capacidade para os encontrar e para executar conforme deveríamos”.
Afirmou que “o nível das equipas neste torneio foi diferente da qualificação. Na verdade, em termos da qualidade que esta seleção de sub-21 costuma apresentar, não o conseguimos fazer. Só muito pontualmente. Isso é algo concreto, palpável e até mensurável em alguns aspetos. Houve coisas que conseguimos colocar em campo, mas a qualidade não foi uma delas”.
Prosseguiu dizendo que “custa-me estar a referir isto, porque sei que o resto vai ser esquecido, tal como a entrega dos jogadores ou o facto de termos começado este campeonato da Europa com uma derrota, além de termos tido a necessidade de ir à procura de resultados nos outros dois duelos”, tendo acrescentado ainda que “mesmo na derrota frente à Geórgia, não consigo esquecer que os meus jogadores se fartaram de correr, trabalhar e tentar dar a volta ao resultado, mesmo estando em inferioridade numérica. Agora, sei que isso será bastante esquecido em comparação com aquela que tem sido a bitola de qualidade dos sub-21”.
Quem de direito que faça o balanço e reveja a história, justificando o porquê das ausências dos Jogos Olímpicos.