Em quatro finais da Taça de Portugal – tantas quantas vezes as duas equipas se encontraram até este domingo – o FC Porto concretizou o terceiro título, depois que, em 1976/77 tinha conquistado o primeiro troféu ante os bracarenses.
Nas 82 edições da prova (duas não se realizaram desde que foi criado este troféu – 1938/39) que ficou na posse da Académica de Coimbra, que venceu o Benfica (4-3).
Desta vez, o Sporting de Braga não conseguiu nem “amedrontar” uns portistas mais maduros, mais tácticos, mais “manhosos”, numa partida em que não houve grandes penalidades, ainda que razões houve, nalguns casos mais escaldantes e em que o árbitro, João Pinheiro, voltou a “tremer” ante a presença dos das listas verticais brancas e azuis da Cidade Invicta, mas tendo-se livrado de falhas que pudessem ter influído no resultado final.
Aliás, o FC Porto acabou por ganhar bem, porque dominou o encontro nas partes fundamentais (obtenção de golos) e teve, ainda, a “oferta” de um golo da equipa de Pinto da Costa ter sido marcado, pouco depois de se ter iniciado a segunda parte, altura em que o Braga começou a baquear consecutivamente.
Desde o primeiro minuto que os pupilos de Sérgio Conceição “assediaram” a baliza de Matheus, a quem deram muito trabalho, com o guardião bracarense a estar na linha de “tiro” para defender o que foi possível fazer, poupando material e “vidas”.
Os pupilos de Artur Jorge só conseguiram chegar à baliza de Claudio Ramos cerca dos 38’, através de um remate feito por Ricardo Horta, obrigado o guardião portista a uma boa defesa.
Antes disso, na sequência de uma disputada por um jogador da cada equipa, junto à linha lateral na zona dos bancos de suplentes, a bola vai para fora, mas o árbitro assistente nada assinalou, ficando à espera da “ordem” do árbitro, quando viu bem que a bola fora chutada pelo jogador portista. Afinal, para que serve o árbitro assistente?
Matheus foi continuando a manter a baliza “inviolável”, enquanto o ataque continuava sem soluções para marcar, entrando-se nos últimos cinco minutos do primeiro tempo com os portistas a soltarem “sons característicos” para conseguir empatar.
Mas fizeram-no mal, com a equipa algo parada (estavam entre 26 e 28º) e sem soluções que pudessem transmitir mais confiança à equipa.
No segundo tempo, Borja (50’) faz a bola viajar diretamente para a barra, por onde se “espraiou”, que acabou por sair pelo lado contrário da linha lateral, sem perigo.
Na jogada imediata, o FC Porto gizou uma avançada milimétrica, com a bola a sair da defesa, meio-campo de seguida, seguindo depois para o lado esquerdo, onde surgiu, isolado, Galeno a rematar forte para o meio da pequena área, onde surgiu André Horta a antecipar-se a Toni Martinez para abrir o activo, com o médio a desviar (53’) para dentro da sua própria baliza, fazendo o 1-0 para o FC Porto.
Tentando manter a liderança que parecia estar a ganhar, o Braga fez três substituições de imediato, mas os resultados não foram positivos, porquanto o enquadramento com a baliza dos azuis e brancos não “colaram”.
Se André Horta tinha feito um auto-golo que colocou o FC Porto na frente do marcador, Wendel (61’), fez o “favor” de entrar à bruta sobre a perna de Victor Gomez, acertando em cheio na zona da canela, o que levou o árbitro a mostrar o cartão amarelo, quando a falta foi para cartão vermelho. Mas o bom senso (desta vez) do VAR funcionou e João Pinheiro foi obrigado a mostrar mesmo o vermelho e a levar o jogador como que “ao colo” para fora do campo, não por onde devia ter saído (perto onde se desenrolou o lance, mas encaminhando-o quase até à escada que descia para o balneário. Gozo completo e o árbitro sem poder actuar. É o futebol que temos!!!
Reduzidos a dez unidades e com meia hora para jogar, poderia pensar-se que o Braga reforçava a componente atacante, mas isso não se verificou, pelo que cada minuto que passava se tornava prejudicial para os intuitos bracarenses, que perdia tempo e não atacava como devia ser.
Poucos minutos depois, foi Niakaté (79’) a ver também o vermelho por ter rasteirado Taremi quando este se isolou a caminho da baliza bracarense, voltando à igualdade entre pares (10×10).
Sem garra, chama e força anímica, o Braga como que desligou os motores, porquanto, na sequência da expulsão, o FC Porto chegou (81’) ao 2-0, com um golo de Otávio, depois de Zaidu ter lançado Galeno, na esquerda, cruzou para a pequena área e, na passada, surgiu Otávio a 17, colocar a bola no fundo da baliza.
E foi o fim da linha de um Sporting de Braga muito longe do que valeu ao longo da época, ante um FC Porto que foi suficiente para ganhar e conquistar a 19ª Taça de Portugal, ainda assim muito longe das 26 que tem o Benfica, com o Sporting a manter-se no pódio, com 17, agora mais longe dos dois primeiros.
E Galeno ainda podia ter chegado ao 3-1 (90+1’), não fora a bola, por si cruzada para a baliza, ter beijado a barra e ter saído pela linha lateral do lado contrário.
Para a FPF, Otávio foi o homem do desafio.
Quanto às estatísticas, o Braga fez 8 remates contra 17 do FCPorto; os bracarenses apenas fizeram um remate para a baliza (6 do FCPorto) e na posse de bola, os bracarenses somaram 56% contra 44% do FC Porto.