Chiquinho, entrado em campo poucos minutos antes, acabou por ser o “abre-latas” do formatado Gil Vicente, que gostaria de não perder, mas acabou por sucumbir pelo golo alcançado pelo avançado benfiquista quando decorria o minuto 73, quiçá o da salvação da alma das águias.
Numa partida em que o Benfica foi superior em toda a linha (56/44% de posse de bola, que resultaram em 19-12 remates, dos quais 7-5 para a baliza), ainda que no “border line”, a equipa lisboeta, apesar de “massacrar” Andrew e a defesa gilista, encontrou sempre dificuldades de penetração na aproximação à baliza, o que redundou num jejum de golos prolongado demais, o que começou a afectar psicologicamente a formação de Roger Schmidt.
Com uma visão (em face da leitura do jogo) oportuna, o técnico benfiquista sacou do “saco” dos suplentes um Chiquinho que teria que ser o obreiro do triunfo, desse por onde desse, porquanto o discernimento dos que tinham essa missão começou a falar mais alto e a criar complicações, que poderiam seguir até ao final do jogo, aí sem qualquer efeito.
Quis Chiquinho – e quiçá mais alguém – que a bola cruzada por Aurnes chegasse à sua cabeça e a reenviasse para o sítio certo, na altura precisa (teve que saltar) e fazer o primeiro golo do Benfica, o que foi muito saudado pelos milhares de benfiquistas que se encontravam no campo.
Aberto o placard, enquanto o Benfica tentou manter a liderança sem que se afoitasse muito na frente, para resguardar a rectaguarda, o Gil Vicente manteve sempre a chama viva, ainda que Andrew, o guardião dos gilistas, tivesse feito uma exibição em grande plano, para não permitir a entrada de mais golos, como foi patente.
Com uma maior velocidade na zona avançada, o Benfica ganhou espaço e conseguiu beneficiar de uma grande penalidade (82’) provocada pelo capitão gilista, ao permitir, numa jogada na sua área, que a bola fosse desviada pela parte proibida do corpo, o que originou (com o apoio do VAR) o surgimento do castigo máximo.
Grimaldo, que voltou a ser a charneira da férrea vontade do Benfica em vencer, tomou a responsabilidade de não falhar e fez o 2-0 (86’), no que foi o “xeque-mate” para um Gil Vicente que também teve oportunidade para marcar, mas cuja felicidade maior foi para os benfiquistas, que mantém a liderança da competição, seja qual for o resultado que o FC Porto alcance (este domingo), na partida caseira com o Boavista.
Nesta 30ª ronda e no que se refere aos jogos efectuados, o Rio Ave venceu (1-0) o Arouca, com um golo obtido (69’) por Paulo Pereira, num encontro liderado pelos donos da casa (12-11 em remates, dos quais 4-2 para a baliza e 51/49% de posse de bola).
O Vitória de Guimarães foi vencer (2-1) o Marítimo no Funchal, com Tiago Silva a abrir o activo (37’, de grande penalidade) e André Silva a fechar (65’), tendo Catamo (87’) marcado o ponto de honra para os madeirenses, com a estatística a confirmar a supremacia do Marítimo (20-11 em remates, dos quais 5-5 para a baliza e 55/45% de posse de bola).
Em Braga, sê bracarense, e os homens da casa começaram a marcar ainda de madrugada (2’, por Abel Ruiz), para completarem o poker com golos de Iuri Medeiros (22’), Niakité (38’) e Ricardo Horta (67’, a fechar), depois de Rui Gomes (45+2’) ter obtido o único tento do Portimonense.
Em função disso, o Braga fez 18-8 remates, dos quais 10-2 para a baliza numa posse de bola de 53/47%.
O Vizela recebeu e perdeu (2-1) frente ao aflito Paços de Ferreira, que ficou mais aconchegado para se poder salvar da descida automática, ainda que a formação vizelense tivesse dominado em todo o tempo (15-8 em remates, 4-4 para a baliza e uma posse de bola de 69/31%) sem que conseguisse um “golpe de asa” para poder voar para o triunfo.
Gaitán (16’) marcou para o Paços e Paulo Bernardo (33’) fez o 2-0, com Lacava (77’) a conseguir o golo de honra dos vizelenses.
Por último, o Chaves recebeu e ganhou (1-0) ao Casa Pia, com um golo marcado (42’) por Steven Vitória.
A partida foi muito equilibrada (16-16 em remates, com 6-5 para a baliza, numa posse de bola de 52/48% para os visitantes).
Este domingo, cumprem-se os restantes jogos: Estoril-Santa Clara (15h30), FC Porto-Boavista (18h) e Sporting-Famalicão (20h30).