Domingo 23 de Novembro de 1817

Numa estranha forma de vida, F. P. F. e Fernando Santos terminaram o percurso após o Mundial2022

FPF-Federação-15-12-2022

FPF

De acordo com a notícia veiculada, na tarde desta quinta-feira, no site oficial “a Federação Portuguesa de Futebol e Fernando Santos concordaram em dar por terminado o percurso de grande sucesso iniciado em Setembro de 2014.

Após uma das melhores participações de sempre da Seleção Nacional em fases finais do Campeonato do Mundo, no Catar, FPF e Fernando Santos entendem que este é o momento certo para iniciar um novo ciclo.

Com Fernando Santos à frente da Seleção Nacional, o nosso País venceu pela primeira vez duas competições internacionais: o inesquecível Euro 2016, em França, e a Liga das Nações, em 2019.

Além dos títulos conquistados, Fernando Santos tornou-se o selecionador com mais jogos e mais vitórias.

Foi uma honra ter podido contar com um treinador e uma pessoa como Fernando Santos na liderança da Seleção Nacional.

A FPF agradece a Fernando Santos e à sua equipa técnica os serviços prestados ao longo de oito anos ímpares e acredita que este agradecimento é feito também em nome dos portugueses”.

Por seu lado, Fernando Santos, num vídeo publicado no mesmo local, salientou que “saio com enorme sentimento de gratidão. Enorme pelo privilégio de ter sido seleccionador nacional e pela honra que tive em representar o nosso país. Foi um sonho que realizei e um objectivo de vida que cumpri. Quero agradecer, em primeiro lugar, a todos os jogadores com quem trabalhei desde 2014. Todos sem excepção. Quando se lideram grupos tem-se que tomar algumas decisões difíceis”.

Acrescentou que “é normal que nem todos fiquem contentes com as escolhas que fiz. Mas as opções que tomei, todos sabem que foram sempre a pensar no que seria o melhor para a nossa selecção”.

Referiu também que “agradeço também aos meus colegas treinadores, nomeadamente dos clubes que cederam muitos jogadores, com quem sempre tive uma relação excelente, aberta e leal. Agradeço à minha equipa técnica por todo o seu empenho ao longo destes anos”.

Ainda em matéria de agradecimentos, “gradeço à FPF nas pessoas de Humberto Coelho e João Pinto, sempre a meu lado, e a todo o staff, que de uma forma mais próxima, trabalhou comigo, mas também a todos que comigo se cruzaram na Federação Portuguesa de Futebol. Ficarão todos para sempre no meu coração”.

Expressamente, referiu que “quero agradecer em particular e especialmente ao Dr. Fernando Gomes que sempre me apoiou e foi o que um líder dever ser nos bons, mas, sobretudo, nos momentos mais difíceis”.

“Uma última palavra para os portugueses, aos adeptos: a partir de agora serei mais um de entre tantos milhões que vibram e apoiam a selecção. Estarei de corpo e alma como sempre. Não no campo, mas nas bancadas onde quer que esteja. a cantar o nosso hino e a querer muito que a selecção, a equipa de todos nós, nos dê muitas alegrias”.

Podia ficar-se por aqui e a notícia estava dada.

Mas é possível perceber, quer pelo texto do comunicado da FPF e ao ver o vídeo protagonizado por Fernando Santos, que existe uma “escuridão” quase total nas sombras das palavras, afinal o sinal de confirmação de que esta ligação há muito estava condenada a terminar, que foi “marinando” em função dos resultados e dos comportamentos de todos os intervenientes directos: dirigentes, técnicos, jogadores.

E o que se percebeu é que, depois da conquista do euro’2016, toda a gente ficou deslumbrada (precisamente cinquenta anos depois da epopeia – dir-se-ia marítima, em homenagem aos navegadores portugueses que deram novos mundos ao Mundo (quinhentos anos antes) – liderada pelo fabuloso Eusébio da Silva Ferreira e seus companheiros, o até agora melhor marcador de todos os tempos, com 9 golos numa única competição – em que Portugal saltou para os mundiais de 2018 e para 2019, quando conquistou ainda a I Liga das Nações, com a felicidade devida, mas com o europeu de 2020 meio apagado e um mundial de 2022 que foi o que se viu.

Em que os “intocáveis” tocavam de uma maneira, os assim-assim doutra e os restantes numa de “logo se vê”. E foi neste jogo que Portugal se foi perdendo, até acabar da maneira que se sabe neste malfadado mundial de 2022, no Qatar.

Haverá muito para dizer, debater, reflectir, mas a verdade é que ninguém, como se está a verificar, deu “o braço a torcer”, pelo que a culpa, uma vez mais, vai “ficar solteira”, porque não há coragem de colocar tudo em pratos limpos.

Nos últimos tempos tudo tem sido assim!

Acolhamos da melhor maneira o que se vai passar a seguir, em especial pela escolha do novo seleccionador, tendo presente, também, o tipo de contrato de trabalho que será subscrito pelas partes interessadas, porque o modelo que foi feito deu “raia” e a FPF vai ter que pagar muitos milhões a Fernando Santos (e ou Autoridade Tributária) para saldar eventuais dívidas que resultem deste término de parceria, sendo interessante analisar a reportagem publicada no “Tal e Qual” desta semana.

 

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