Portugal venceu, esta quinta-feira, a Bélgica por 2-1, garantindo a presença na segunda eliminatória do ‘play-off’ de acesso ao Mundial de 2023, entrando em preparação para o próximo obstáculo da Equipa das Quinas, que se chama Islândia.
O jogo era de tudo ou nada e só um triunfo serviria como passaporte para a segunda eliminatória. Terá sido por isso que a armada lusa se instalou cedo no meio-campo das belgas e galopou, com clara intenção, rumo ao primeiro golo.
Numa das investidas lusas aos domínios da Bélgica, Joana Marchão, na esquerda, tirar um cruzamento venenoso que Diana Silva soube aproveitar. A atacante do Sporting desviou a bola no coração da área, com a coxa esquerda, para o fundo da baliza, deixando a Equipa das Quinas em vantagem aos 29 minutos.
Antes do intervalo, numa jogada contra a corrente do jogo, a Bélgica empatou a partida, na transformação de uma grande penalidade, batida pela capitã Tessa Wullaert.
O descanso funcionou bem para a Bélgica, que regressou mais forte, mas Portugal manteve-se sereno e organizado sobre o relvado do Estádio do FC Vizela, espreitando o golo como no primeiro tempo.
Depois de ter ameaçado a baliza belga (50’), numa ‘bomba’ que a guarda-redes Evrard conseguiu defender, Fátima Pinto conseguiu o golo da vitória que continua a alimentar o sonho do Mundial: a centrocampista apareceu junto ao poste a finalizar de cabeça.
Perto do fim, a Bélgica fez saltar do banco de suplentes as jogadoras mais altas que tinha, mas não conseguiu alterar o resultado no marcador.
Na próxima terça-feira, Portugal volta a entrar em ação, desta feita frente à Islândia, no Estádio da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira. O jogo está marcado para as 18h00 e é transmitido em direto na RTP1.
Para Francisco Neto, o seleccionador, “Portugal foi muito competente, a saber estrategicamente o que tinha de fazer. Reconhecemos os pontos fortes da Bélgica e conseguimos anulá-los. Procurámos também dominar o jogo com bola. Quando não fomos tão competentes na pressão, a Bélgica criou-nos alguns problemas. Mas quem viu este jogo percebe que o vencedor só poderia ter sido Portugal”.
Adiantou ainda que “depois de sofrermos o golo, o público ‘puxou’ por nós. Acreditou sempre. Foi fundamental. Tivemos um canto logo a seguir e estivemos sempre por cima. Tudo aconteceu de forma natural. Claro que a expulsão [da belga Amber Tysiak, aos 88 minutos] marca um bocadinho o jogo, mas o golo [do 2-1] surgiu logo a seguir. Não aconteceu por desorganização da Bélgica. Sou um privilegiado por liderar uma seleção com esta maturidade”.
Concluiu dizendo que “só estava surpreendido com a seleção quem não a tem visto jogar. Este vai ser o nosso ‘ADN’ para sempre. Temos vindo a criar isto ao longo destes anos, em conjunto com os clubes: esta crença e esta qualidade individual das jogadoras, que nos favorece imenso. Vamos ser sempre competitivos. Não há quem ganhe sempre, mas queremos andar na ‘onda’ de quem ganha mais vezes”.
O próximo jogo [na segunda ronda do 'play-off'], com a Islândia, vai ter características muito diferentes. É uma equipa ainda mais física do que a Bélgica, que vai querer assumir mais o jogo e pressionar mais alto. Tem jogadoras em grandes clubes, capazes de resolverem um jogo, e a vantagem de não ter jogado hoje, mas temos algum tempo de recuperação até terça-feira.
Depois de duas presenças em fases finais de Europeus, em 2017 e em julho último, em Inglaterra, a Seleção Nacional alimenta o sonho de chegar pela primeira vez a um Campeonato do Mundo.
Se vencer a Islândia, Portugal qualifica-se para o Mundial, se estiver entre as duas melhores seleções das três europeias que se apuram via ‘play-off’.
Se for o pior dos três apurados, a conjunto luso terá de disputar um ‘play-off’ intercontinental, na Nova Zelândia, que ditará as derradeiras três vagas, com Taiwan, Tailândia, Camarões, Senegal, Papua Nova Guiné, Haiti, Panamá, Chile e Paraguai.
A fase final do Mundial feminino realiza-se na Austrália e na Nova Zelândia, de 20 de Julho a 20 de Agosto de 2023.