Ronda a ronda – e ainda vamos em metade da 7ª – a Liga Bwin 2022/2023 continua a ser uma caixinha de surpresas, por vários motivos, não só nos jogos que se efectuam de semana a semana (quem sabe se, a curto ou médio prazo, não seja dia a dia) como noutras áreas correlativas ao futebol profissional neste país.
Neste sábado – para além de mais outra acção em que o pai levou o filho para uma zona quiçá não autorizada no Estádio Coimbra da Mota (Estoril) – o Sporting conheceu a terceira derrota (que equivale a 9 pontos a menos em termos globais), desta vez ante o Boavista (Porto), sendo que também o F. C. Porto perdeu mais dois pontos ao empatar no Estoril.
Situações que deixam ao Benfica – que joga este domingo – o caminho livre (frente ao Marítimo, no Estádio da Luz) para poder avançar mais três pontos e ficar “desafogado”, por uns tempos, dos dois clubes, um vestido de verde e branco (Sporting) e outro de azul e branco (F. C. Porto).
Na linha do Estoril, os portistas começaram por colocar a bola na baliza dos canarinhos por duas vezes, golos que não foram confirmados porquanto obtidos em situação de fora de jogo, numa partida em que a equipa de Sérgio Conceição teve um ascendente grande em termos de remates (18-9) e na posse de bola 64/36%, pese embora apenas tenha feito quatro remates para a baliza, tantos quantos o F. C. Porto.
Vantagens que, no final, não deram mais do que um empate (1-1), depois de Tiago Gouveia ter aberto o activo para o Estoril, no seguimento de um mau passe, que levou a bola a ser apanhada por um defesa estorilista que, de imediato e no seu próprio meio campo, deu dois passos e cruzou para o lado direito, onde surgiu, isolado, Tiago Gouveia, que soube ludibriar o defesa portista e rematar no momento em que o guardião saiu da baliza, para meter a bola, rente à relva e para o segundo poste, por onde entrou (41’), numa altura em que o intervalo estava a chegar, um período sempre complicado para quem fica em desvantagem.
Mantendo-se o domínio portista, a verdade é que o Estoril ainda criou mais oportunidades e até podia ter marcado se o guardião portista não estivesse atento, como esteve e a lançar-se e voar para desviar a bola para canto, ainda no primeiro tempo (29’).
A expulsão de Ndiaye (77’) foi acusada pela equipa do Estoril, face à supremacia dos portistas, tendo a equipa da casa mantendo-se de “olho vivo” para tentar segunda a vantagem o mais possível que fosse.
Ao dar mais sete minutos de compensação, o árbitro acabou por “esticar” esse período para nove minutos, precisamente na altura em que um defesa estorilista joga a bola com o braço e surgiu a grande penalidade que esteve na origem do empate (1-1) alcançado pelo Porto, com um golo apontado por Taremi (90+9’).
No Estádio do Bessa, o Boavista entrou de mansinho, o que permitiu ao Sporting manter uma liderança até cerca da meia hora, período no qual criou algumas oportunidades, com Bruno Lourenço sempre de ponta “afiada”, ainda que não tivesse marcado.
Depois disso, os leões começaram a tentar procurar o caminho para a baliza dos boavisteiros, tendo feito (em termos globais) 11-7 remates, dos quais 3-3 para a baliza, mas dominando a posse de bola (74/26%), aqui sem a clarividência do que fez nos dois jogos para a Liga dos Campeões, porquanto não conseguiu marcar.
Em tempo de compensação na primeira parte, o Boavista abriu (45+2’) o activo com um golo obtido pelo mais tenaz avançado, Bruno Lourenço que, de pé esquerdo, rematou fora da área, em arco, fazendo a bola entrar ao ângulo interior do segundo poste, num golo de belo efeito, ante a estirada infrutífera do guardião leonino.
No segundo tempo, o Sporting manteve a harmonia de ter mais bola e (55’), Edwards, no seguimento de um cruzamento da esquerda para o centro da área, aproveitou a deixa dos centrais e, sem levantar os pés do chão, cabeceou para o 1-1.
A bola continuou a rolar, as substituições foram sendo feitas e (71’) Esgaio entrou em campo para substituir Coates (tocado), jogador que foi o causador (80’) da grande penalidade sobre Martim Tavares, que tinha dominado a bola na grande área – a cruzamento de Bruno Lourenço – com o médio sportinguista a tocar e fazer cair o avançado da casa.
Chamado à marcação, o mesmo Bruno Lourenço fez (83’) o 2-1 final, ainda que Adán tenha adivinhado a trajectória da bola, mas sem a conseguir desviar.
Uma vida mais difícil para sportinguistas e portistas.
Em Barcelos, o Gil Vicente recebeu e empatou (2-2) com o Rio Ave, numa partida em que os gilistas dominaram em todos os capítulos, que não deu para chegar ao triunfo, muito por culpa dos visitantes, sempre ávidos em querer conquistarem pontos.
Mais afoito desde o início, o Rio Ave colocou-se na posição de vencedor e Gonçalo Rodrigues fez o 1-0 (45+4’), aumentando para 2-0 com um golo de Aziz (71’), dando a ideia de que podiam chegar ao fim na posição de vencedores.
Mas Fran Navarro, primeiro (80’) reduziu para 1-2, enquanto Murilo Souza (90+6’) conseguiu chegar ao empate (2-2) final.
Brian Araújo (Gil Vicente) e Gonçalo Pereira (Rio Ave) foram expulsos, respectivamente aos 90+9’ e 83.
A ronda 7 termina este domingo, com os jogos Arouca-Guimarães (15h30), Benfica-Marítimo e Casa Pia-Famalicão (18h), e Sporting de Braga-Vizela (20h30).