Com o objectivo de tornar mais transparente tudo o que se passa na área do desporto, em especial no que ao profissionalismo diz respeito, João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e Desporto tem como metas a curto/médio prazo rever alguns diplomas legais em vigor.
Estão em linha assuntos como o regime jurídico das sociedades desportivas, que precisa de uma nova ordem, para o tornar mais transparente, com ênfase em temas como “a procedência do capital, a idoneidade dos investidores, administradores e gerentes das sociedades”, bem como o “a clarificação do regime de incompatibilidades”, segundo João Paulo Correia.
Salientou ainda que “já se encontra em circulação um documento que revê a questão da manipulação das competições desportivas”, na sequência do tratado aprovado (2015), em Macolin, pelo Conselho da Europa, “onde se pretende pugnar pela verdade desportiva”.
Por último, o secretário de Estado da Juventude e Desporto salientou que “está a ser constituído um grupo de trabalho para analisar a forma como aumentar a representação feminina em todas as áreas, no âmbito da igualdade do género até 2030”, pretendendo-se atingir a média da Europa.
Palavras proferidas no final da sessão de abertura da Semana da Integridade Desportiva promovida pela SIGA (Sport Integrity Global Alliance), que se iniciou nesta segunda-feira na Nova School of Business and Economics (Carcavelos).
A abrir, o italiano Franco Frattini, Presidente da SIGA, abordou, de forma geral, os temas que envolvem a actividade da organização a que preside, tendo colocado, sempre, a tónica da verdade desportiva, da integridade, da manipulação dos resultados e outras “maleitas” associadas ao desporto em geral, ainda que seja no dito desporto profissional que as situações aconteçam com maior frequência.
Louis Saha, futebolista internacional durante cerca de dezena e meia de anos, referiu-se aos problemas porque perpassam muitos futebolistas, por falta de visão dos assuntos e, por vezes, não terem um acompanhamento jurídico suficientemente ágil para que as entidades responsáveis possam actuar de imediato.
Telma Monteiro, campeã mundial e europeia de judo e bronze nos Jogos Olímpicos, também subiu ao palco para “concordar com os princípios desenvolvidos pela SIGA nesta área menos visível do desporto”, tendo Emanuel de Medeiros, CEO da SIGA Global, CEO Executive e Chairman da SIGA Europa, bem como CEO e Chairman da SIGA América, aproveitando para distinguir a judoca internacional portuguesa com uma lembrança (SIGA Champion).
Nesta sessão de abertura, Daniela Bas (na foto, em cadeira de rodas), da Direcção de Desenvolvimento para a Inclusão Social das Nações Unidas, referiu-se a várias situações ligadas a este tema, de impacte elevado no mundo inteiro, deixando algumas mensagens no sentido de se implementarem um conjunto de acções de apoio aos cidadãos mais desfavorecidos pela sociedade.
Empolgado pelo êxito que o evento tem tido em termos mundiais, Emanuel de Medeiros abordou a actividade global da SIGA ao longo dos anos, e salientou que “é preciso não perder a esperança, nem vacilar perante as dificuldades que se colocam dia a dia, num esforço ciclópico de cada um de nós (parceiros da SIGA em todo o mundo e, par a o caso, os portugueses) para que se avance, sem medos, para a mudança que há muito devia estar a ser implementada”.
Reforçou que a “SIGA tem futuro, tanto mais que a população mais jovem percebe, com mais facilidade, os problemas que existem e que está a seguir os princípios da integridade para o futuro”.
“Yes, We Can!” – salientou Emanuel de Medeiros, recordando o slogan implementado pelo antigo presidente norte-americano, Barack Obama na campanha eleitoral. Basta queremos!
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, como que “passando ao lado” dos temas envoltos nesta jornada – que durará até sexta-feira, com o apoio da Câmara Municipal de Cascais e outras instituições portuguesas e membros internacionais da SIGA – abordou uma frase que Pierre Coubertin, o “pai” dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em que “o olimpismo é uma religião”, com “registos de natureza religiosa, símbolos, etc, que apontam para factos de ordem transcendente e superação”, enquanto o desporto se quer com jogo limpo ou jogo sem batota, cumprindo as regras que cada modalidade determina para a sua realização.
O Presidente do COP concluiu que “o importante é velar pelo valor social e cultural do desporto”, enaltecendo a “particular atenção o que a SIGA tem feito para credibilizar o desporto, o que é uma responsabilidade acrescida”.
A partir desta terça-feira e até ao final do dia de sexta-feira, vão desfilar, de forma presencial (para quem se inscreveu) ou via online, mais de uma centena de personalidades de vários países, que integram a “bolha” da SIGA, abordando os mais variados assuntos ligados a às coias do desporto, com a tónica dominante na Integridade, Transparência, Ética, que se podem elevar à superação e à transcendência de cada um, como tem vindo a ser veiculado por alguns autores, como Manuel Sérgio, o grande filósofo do desporto em Portugal e … não só!
Basta acompanhar o site da Siga-Sport para conhecer os oradores e os respectivos horários.