De facto, a maior virtude da confirmação do apuramento do Benfica para a fase de grupos da Liga dos Campeões, esta terça-feira conseguida, é a de que os cofres da Luz foram iluminados por 38,5 milhões pela entrada na fase de grupos.
Este foi (era) sem dúvida o triunfo que se pretendia, até porque isso corresponderia a mais uma vitória benfiquista, com a equipa de Roger Schmidt invicta a selar mais um passo no início de uma nova época, que se espera – do ponto de vista dos vermelhos – triunfante até final no plano nacional e internacional, o que seria ouro sobre azul.
No passo desta terça-feira, com a Catedral a receber 58.789 espectadores, tudo decorreu da melhor forma, até porque os ucranianos do Dínamo de Kiev, apesar da luta possível que deram, não curaram de fechar os enormes “buracos” que consentiram para que o Benfica chegasse a um folgado triunfo por 3-0, numa vitória que não teve discussão, tal foi a superioridade demonstrada pela formação da águia ao peito.
Iniciando o jogo com maior pressão – havia “pressa” em confirmar o 2-0 da primeira mão – Rafa (3’) foi o primeiro tentar chegar ao golo, mas o remate foi para fora.
Otamendi veio a seguir (12’) e cabeceou para proporcionar uma grande defesa do guardião ucraniano, numa altura em que os visitantes conseguiram estar mais unidos, tentando fechar todos os caminhos para a sua baliza.
Grimaldo, de livre (19’) perto da grande área, rematou forte, colocado, em arco, mas a bola, caprichosamente, foi raspar no segundo poste e saiu pela linha final.
Tentando contra-atacar, o Dinamo chegou-se mais à frente, mas não conseguiu gizar qualquer jogada que colocasse em perigo a baliza de Odysseas.
Ao contrário, Neres (21’) teve oportunidade flagrante para marcar, mas a bola que saiu do pé do avançado benfiquista (em acrobacia de pontapé de bicicleta) como que “morreu” nas mãos do guardião visitante, que segurou bem o forte remate.
O sexto canto para o Benfica surgiu (26’), sinal de forte carga atacante, mas nada resultou, se bem que, um minuto (27’) depois, o 1-0 foi “proclamado” pela formação do Benfica, através de Otamendi que, no seguimento de um canto marcado por Neres, saltou por cima de toda a gente e meteu a bola na baliza.
O guardião ucraniano, numa zona (segundo poste) e onde era indispensável sair de entre os postes, ficou a ver a bola passar e sofreu um golo que tinha tudo para ser defensável.
Vantagem que o Benfica aproveitou para ganhar mais ímpeto e, com isso, tomar conta de todo o jogo, em especial pela marcação do 2-0 (40’), com Rafa a aproveitar um (mau) passe, de bandeja de um defesa ucraniano, para fazer o 2-0.
Dois minutos depois, aproveitando a não recuperação de um ataque à frente benfiquista, Neres surgiu isolado na área, a defesa também não estava lá, colou a bola ao pé esquerdo e acertou na “mouche” pela terceira vez.
Com uma posse de bola de 57/4%, correspondendo a 11-1 em remates, dos quais 5-0 para baliza, o Benfica demonstrou no primeiro tempo ao que queria chegar e partia para a segunda etapa do jogo com uma vantagem lata e sem grandes hipóteses de ser modificada.
A pressão benfiquista manteve-se, mas podia ter corrido pior, em especial quando (47’) Gonçalo Ramos e Rafa chocaram de frente, cabeça a cabeça, o que levou a uma paragem do jogo por mais de cinco minutos.
Gilberto (64’) podia ter aumentada a vantagem do clube da Luz – depois de Sydarchuck (63’) ter tentado um “chapéu” por cima de Odysseas, apanhado fora da baliza, mas a bola subiu um pouco de mais e gorou-se a oportunidade de reduzir a diferença.
Grimaldo (76’) proporcionou uma nova oportunidade ao lançar João Mário, mas rematou ao lado, tendo (79’) Diogo Gonçalves remate cruzado, mas o guardião ucraniano estava atento e defendeu.
Na última oportunidade do jogo (84’), Enzo surgiu isolado para a baliza do Dínamo, mas, na pequena área, pontapeou defeituosamente e a bola foi à figura do guardião ucraniano.
Na estatística final, o Benfica somou 17-2 em remates, dos quais 10-0 para a baliza, numa posse de bola de 61,39%, que diz bem da supremacia benfiquista.
Benfica que estará representado no sorteio para os jogos da fase de grupo, acto marcado para esta quinta-feira, da parte da tarde, na sede da UEFA, na cidade suíça de Nyon, com a certeza de que 38,5 milhões de euros já estão a caminho dos cofres.