Desde a Basílica da Estrela até ao Estádio da Luz, o corpo de Fernando Chalana fez a primeira parte da viagem final a caminho das estrelas cintilantes, destinadas àqueles que merecem um destino brilhante para a nova vida que, não sendo escolhida, é sempre o último destino que o ser humano tem.
O que foi o “Pequeno Genial”, na Terra, seguiu só, com os ramos de flores da ocasião na frente do cortejo, no caminho que foi forçado a seguir ainda novo, porque não teve a felicidade que merecia, em especial por aquilo que fez pela família, pelo desporto português e, em especial, pelo seu clube de sempre: o Sport Lisboa e Benfica.
No dia que assinalou o Dia Mundial da Juventude, a este jovem (62 anos) foi proporcionada uma cerimónia de homenagem no Estádio da Luz repleto de emoção, simbolismo e profundo benfiquismo, no que foi o último adeus e que contou com a presença maciça de adeptos, Órgãos Sociais, Futebol Profissional, Futebol Formação, atletas das diversas modalidades do Clube e demais personalidades do universo do Sport Lisboa e Benfica.
Fernando Chalana representou o Benfica durante 13 anos como jogador, conquistou mais de uma dezena de títulos (6 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 2 Supertaças e 3 Taças de Honra) e alinhou de águia ao peito em 410 jogos, nos quais apontou 64 golos.
Mais do que os números, o maior legado que Chalana deixa a todos os amantes do futebol são as fintas desconcertantes, a magia de bola colada ao pé, a genialidade ímpar e a grandeza humana, em imagens que perdurarão para a História.
Em respeito à memória do antigo jogador e treinador, a Direção do SL Benfica decidiu que a camisola número 10 não será envergada na equipa principal de futebol na temporada 2022/23.
Numa vida cheia de êxitos, apesar das partes menos positivas vividas, Chalana teve toda a gente consigo, considerando que grande parte dos clubes portugueses também sentiram a sua perda. Porque jogadores com o quilate do Pequeno Génio não hã muitos.
Do Estádio da Luz a viagem prosseguiu em direcção ao Cemitério do Alto de São João, onde foi cremado e cujas cinzas vão, de ora em diante, ser a recordação da família.
E também de todos aqueles que o viram jogar, viveram os seus êxitos e momentos menos felizes, mas que não o vão esquecer tão depressa da memória pessoal e colectiva deste país.
Que descanse em paz!