Uma falha global de concentração da defesa da equipa portuguesa, no primeiro minuto de jogo, acabou por ser fatal para os objectivos de Portugal – ainda assim intactos, mas mais difíceis, face à derrota na Suíça – de seguir vitoriosa a caminho do apuramento para a fase final da Liga das Nações’2023.
Na sequência de um centro da direita do ataque suíço, a bola foi remetida para o centro da pequena área onde Seferovic, sem qualquer marcação – com os centrais bem longe do lugar próprio e de um Rui Patrício sempre temeroso a sair de entre os postes, pelo que não saiu quando podia ter chegado à bola primeiro – saltou a “meia-altura” e cabeceou a bola para o fundo da baliza lusa, sem apelo nem agravo.
A partir daqui, a formação portuguesa correu sempre atrás do prejuízo, tentou recuperar passo a passo para chegar-se à frente, ao ponto de chegar aos 90+4’ (quando o árbitro deu o encontro por findo) coim uma posse de bola de 55/45%, correspondente a 20-5 remates, dos quais 8-2 para a baliza, se bem que não tenha conseguido alterar o rumo do jogo, apesar das substituições que foram feitas, em especial por Matheus Nunes e Ricardo Horta terem entrado, na nossa opinião, tarde de mais (74’ e 82’), numa altura em que os suíços andavam a passo, para conservar a bola na sua posse, tendo levado a água ao seu moinho.
Outro dos grandes “culpados” pelo resultado final foi o guardião suíço (Omlin) que defendeu tudo o que havia para defender, com a sorte a estar por seu lado, mas porque a equipa também mereceu, se bem que em futebol jogado a equipa nacional tivesse sido melhor.
Avisado de que a “vamos esperar uma Suíça fortíssima”, Fernando Santos poderá ter olvidado algumas situações, em especial no novo enquadramento das situações de “cansaço”, porquanto Matheus Nunes e Ricardo Horta eram dos mais “frescos” e poderiam ter entrado mais cedo, o mesmo se podendo dizer de Pepe e Danilo (os dois centrais que falharam na jogada do golo suíço) talvez tivessem (os dois ou um da cada vez) ficado no banco.
Não aproveitou as oportunidades, pela magnífica exibição do citado guarda-redes mas isso faz parte do jogo e Portugal não soube procurar a sorte que precisava para vencer e seguir paulatinamente para a fase final, agora mais problemática, porquanto faltam dois jogos para fechar esta fase de apuramento, numa altura em que a Espanha (venceu a República Checa) passou a liderar, agora com 8 pontos, seguindo-se Portugal (7), República Checa (4) e Suíça (3).
Em 24 e 27 Setembro deste ano, primeiro na República Checa e, depois, frente à Espanha, em Braga, Portugal só terá uma opção para se apurar: ganhar os dois jogos.
Fernando Santos, Selecionador Nacional, ao site da FPF, salientou que “a segunda parte foi na dimensão que temos demonstrado. Houve uma primeira parte, principalmente no primeiro minuto, em que tivemos um golo meio oferecido… Sabíamos que a equipa da Suíça ia pressionar alto, os jogadores que colocou em campo era para isso. Tínhamos isso controlado. Um golo sofrido aos 30 segundos acaba por condicionar, há ali um momento, nos primeiros a 6 a 8 minutos, em que a equipa demorou a encontrar-se, mas depois soube pegar no jogo. A Suíça só teve mais uma ocasião. Faltou-nos essencialmente na primeira parte, na saída do jogo no segundo terço, pegar melhor no jogo, virar o jogo, os homens a entrar dentro… Nisso tivemos dificuldades. Colocámos muito a bola à esquerda, com muita tentativa individual em vez de coletiva. É a vontade de querer fazer e fazer bem. A segunda parte foi completamente nossa até porque a primeira não foi da Suíça. Foi um jogo mais equilibrado. Na segunda parte a equipa fez tudo bem o que tinha para fazer. Criámos não sei quantas ocasiões. Faltou um bocadinho de definição. Foi a ansiedade do querer. Tivemos muito coisas boas na segunda parte e acho que foi injusto este resultado”.