A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulgaram o relatório de monitorização da situação epidemiológica da COVID-19, documento que inclui diversos indicadores, nomeadamente a incidência a sete dias e o índice de transmissibilidade (R(t)), nacionais e por região de saúde, entre outros.
Da análise dos diferentes indicadores, a epidemia de COVID-19 mantém transmissibilidade muito elevada, com tendência estável. O sistema de saúde apresenta capacidade de acomodar um aumento de procura por doentes com COVID-19. O impacto na mortalidade geral é reduzido, não obstante a mortalidade específica de COVID-19 se encontrar acima do valor de referência definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e com tendência estável. Deve ser mantida a vigilância da situação epidemiológica da COVID-19 e recomenda-se a manutenção das medidas de proteção individual nos grupos de maior risco e a vacinação de reforço.
Do presente documento, destacam-se ainda os seguintes pontos:
O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 / COVID-19, por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 7 dias, foi de 583 casos, com tendência estável a nível nacional. A região do Norte apresentou uma tendência crescente, e a região do Centro apresentou uma tendência estável. As restantes regiões de saúde apresentaram uma tendência decrescente;
O R(t) apresenta um valor igual a 1 a nível nacional (1,00) e superior nas regiões Norte, Centro e Alentejo (1,08, 1,02 e 1,00 respectivamente), o que pode indicar uma inversão da tendência para crescente nestas regiões;
O número de pessoas com COVID-19 internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no Continente revelou uma tendência decrescente, correspondendo a 18,0% (no período em análise anterior foi de 23,5%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas;
A razão entre o número de pessoas internadas e infetadas foi de 0,18 com tendência crescente. Este valor é inferior aos observados em ondas anteriores, indicando uma menor gravidade da infeção do que a observada anteriormente;
A linhagem BA.2 da variante Omicron apresenta uma frequência relativa estimada de 94,4% à data de 18 de abril de 2022. Realça-se a introdução e aumento de circulação da linhagem BA.5 da variante Omicron, a qual apresenta algumas mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e/ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária;
A mortalidade específica por COVID-19 (27,9 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes) mantém-se estável. A mortalidade por todas as causas encontra-se dentro dos valores esperados para a época do ano, o que indica reduzido impacto da pandemia na mortalidade, apesar do valor de a mortalidade específica por COVID-19 se encontrar acima do limiar definido pelo ECDC.