(ATUALIZAÇÃO)
Segundo informação disponibilizada pelo IPMA -Instituto Português do Mar e da Atmosfera , prossegue a sismicidade elevada na Ilha de S. Jorge, no Arquipélago dos Açores, que se prolonga desde o dia 19 de março.
O ritmo de libertação de energia sísmica tem apresentado alguma redução, apesar de se manter bem acima dos valores normais para a ilha. As imagens mostram a variação acumulada da energia, bem como a distribuição dos eventos em função da magnitude. Ambos os gráficos indicam, para já, alguma estabilidade.
Um dos elementos fundamentais para a caracterização da crise sismo-vulcânica de S. Jorge e que tem tido muito eco nas redes sociais prende-se com a deteção pelo satélite SENTINEL de uma deformação da superfície da ilha de S. Jorge próxima dos 8 cm, indiciadora de uma intrusão magmática cuja profundidade não está ainda bem determinada.
Esta informação veiculada por várias organizações científicas foi reforçada indiretamente por medições GNSS realizadas pela equipa da UBI/IDL. Admitindo como válida a sobre-elevação avaliada pelo InSAR, não existe coincidência entre a região onde se localizam os epicentros e a região sobrelevada, provavelmente pelo facto de a sismicidade ocorrer em fracturação pré-existente e ser condicionada pela tectónica regional.
O papel da investigação, para além das organizações com responsabilidade operacional, têm estado ativos diversos grupos de investigação em geociências, complementando os dispositivos de monitorização e procurando investigar os processos vulcano-tectónicos subjacentes.
Em particular o processamento InSAR tem sido realizado por diversas organizações, entre as quais o IPNA (Canárias) e a Universidade de Cardiff. As determinações GNSS foram realizadas pela equipa da UBI/IDL. O IPMA continua a assegurar a difusão das estações localizadas na região autónoma dos Açores quer em tempo real, via IRIS, quer em tempo diferido, e coopera com todas as organizações que têm reforçado a monitorização sísmica, tendo igualmente reforçado a sua rede de observação. O IPMA continua a acompanhar a crise sísmica 24h/7d reportando para o sistema de proteção civil, e divulgando a informação pelos canais habituais. Todos os eventos sísmicos que têm sido detetados serão reanalisados pelos sismologistas do instituto, e disseminados sob a forma de boletins para a comunidade científica nacional e internacional.