No que vai ser o sexto mundial consecutivo para Portugal, Bruno Fernandes foi o “papa-golos” lusitano, uma vez mais com a ajuda divina para que os caminhos lusos continuem a descobrir o caminho para as grandes finais do futebol mundial.
Numa partida em que a chama do Dragão se tornou forte de princípio a fim, num jogo que não foi brilhante mas que correu de feição – ainda que com a ajuda da Macedónia, que teve descuidos imperdoáveis em momentos cruciais – Portugal obteve o almejado passaporte para a fase final do Mundial do Qatar.
Mas a nota artística também esteve presente, mormente nos momentos que antecederam os golos obtidos por Portugal, contando com a “colaboração” da formação da Macedónia do Norte, quiçá imbuída num espírito de conquista até hoje inédito e que não conseguiu encontrar, no Porto, a concentração indispensável para poder seguir em frente.
Com um golo em cada parte do encontro, ambos por Bruno Fernandes, Portugal vai manter a presença em todas as competições desde o Euro 2000, em que conquistou dois títulos (Europeu de 2016 e Liga das Nações, na estreia desta competição) na procura de um terceiro, que poderá surgir no Mundial do Qatar.
Apesar do bom início da Macedónia do Norte, o jogo foi, maioritariamente, de sentido único. O primeiro golo aconteceu (32’) com Bruno Fernandes a interceptar um mau passe de Ristovski, tendo endereçado a bola a Cristiano Ronaldo que, na passada, devolveu o esférico – por entre as pernas de um defesa que estava no seu encalce – a Bruno Fernandes para este marcar o primeiro golo da noite.
Com uma compleição física quiçá mais “fresca” a Macedónia pouco incomodou o guardião luso, levando a formação portuguesa a utilizar o contra-ataque como arma “afiada”, criando mais perigo, que levou, na segunda parte (65’), Bruno Fernandes a bisar no encontro, numa jogada que começou num corte de Pepe e que terminou com um remate dentro da área após passe de Diogo Jota, confirmando a presença de Portugal.
Com 64/36% de posse de bola, correspondendo a 8-3 em remates, dos quais 3-0 para a baliza, a história da superioridade lusa nunca esteve em dúvida, pese embora, como se referiu, não houve um brilhantismo específico mas, antes, dois actos que criaram as oportunidades para chegar, de uma forma muito directa, aos golos, o que mais interessava.
Uma nota final para assinalar a estreia do jovem Vitinha (F. C. Porto) na selecção nacional. A renovação continua!
Para já, no sorteio dos grupos e dos jogos, marcado para esta sexta-feira, com Portugal a ser um dos cabeças-de-série. Depois, no Qatar, com início marcado para 21 de Novembro, seguindo-se a fase de grupos e as eliminatórias seguintes até à final, em 18 de Dezembro de 2022.
Possível? Sim! Provável? É uma hipótese!
Para Fernando Santos, ao seu estilo, em declarações transcritas no site da FPF, afirmar que “em primeiro lugar, dar os parabéns aos jogadores pela atitude fantástica que tiveram. Disse que este adversário não era bem aquilo que se pensava, sabia jogar e provou isso nos primeiros dez minutos, altura em que não conseguimos acertar. Depois, os jogadores tiveram uma atitude fantástica, um espírito de entreajuda e sentido colectivo, colocando a sua criatividade sempre que foi necessária”.
O seleccionador nacional acrescentou ainda que “houve um apoio fantástico do público. Por isso, parabéns a eles. Foi uma vitória merecida e justa. Não me lembro de nenhuma situação da Macedónia do Norte e nós criámos várias ocasiões para fazer golo. Acho que estamos com todo o mérito no Mundial. Ainda bem para os onze milhões de portugueses, que terão a oportunidade de ver o país na prova”.