Para além da derrota – que acaba por ser merecida porquanto o F. C. do Porto dominou nos vectores mais importantes – o Sporting terá ainda de pagar uma boa quantia por permitir os potes de fumo e os petardos que voltaram a ensombrar o ambiente na bancada sul do Estádio Alvalade.
Não se consegue saber que revista é feita aos portadores de bilhetes, conquanto na maior parte dos jogos realizados no “solar do leão” surgem sempre problemas deste tipo, o que acarreta mais uns milhares de euros de multa a pagar pelo clube de José Alvalade.
Por onde é que os artefactos referidos passam, onde ficam guardados (de um dia para o outro, quiçá!), quem é a entidade fiscalizadora, quem não faz o trabalho que deve ser feito, são questões que continuam sem resposta por parte da administração do futebol do Sporting. Até um dia em que – longe vá o agoiro – o perigo seja latente e eminente.
No jogo propriamente dito, a estatística disse que o Porto fez 7 remates e o Sporting 5; desses, cada um fez três remates enquadrados para a baliza; na posse de bola os portistas também estiveram por cima, como foi nítido, ainda que com uma margem pouco (52/48%) pouco dilatada.
Para ajudar na festa, Artur Soares Dias também pecou, em especial na questão do benefício do infractor, em duas ou três situações em que podiam criar perigo, mas que foram “eliminadas” antes que houvesse problemas maiores.
O Sporting entrou a jogar tentando tomar o domínio das acções, mas a verdade é que poucas vezes criaram perigo a sério – nas outras ou a bola fugia dos jogadores ou os próprios atletas ou se pegavam demais ao esférico e este não fluía como devia ser – surgindo o primeiro lance de maior perigo quando (23’) Paulinho centrou para a grande área e a bola foi rematada por Matheus Nunes, sem deixar cair no chão, levando a “redondinha” a passar a milímetros do poste da baliza de Marchesin.
Seis minutos depois, Paulinho tentou cavar uma falta para grande penalidade, só que se enganou porque a jogada que podia permitir isso fora feita fora da grande área, o que levou o árbitro a mostrar o amarelo ao avançado leonino, por reclamar uma coisa que nem falta foi.
Neste momento de maior ênfase por parte dos leões, Nuno Santos centrou (36’) para o segundo poste em relação à posição onde estava mas Sarabia falhou o remate, verificando-se que os portistas passam a bola de uns para outros, para avançarem com método, enquanto os leões só em contra-ataque conseguiam chegar à área, algumas vezes recuando por não terem espaço de manobra nem companheiros por perto para gizar uma situação de maior perigo.
Em tempo de compensação (45+4’) Paulinho centrou para o miolo da grande área, onde surgiu Sarabia a desviar a bola de cabeça e coloca-la nos pés de Porro que rematou por cima da barra, chegando-se ao intervalo com o nulo como resultado, ainda que, na sequência desta jogada, foi atribuído um cartão amarelo ao técnico do F. C. Porto, Sérgio Conceição).
Primeiro tempo em que o Sporting conseguiu rematar mais (3-1, sendo apenas um para a baliza), numa posse de bola de 57/47% para o F. C. do Porto.
No segundo tempo, os petardos e potes de fumo voltaram a surgir e (49’) o Sporting chegou ao golo, na sequência de um livre directo, marcado por Porro (à segunda tentativa, porque a primeira foi anulada pelo árbitro), que levou a bola a Sarabia, colocado na zona central da grande área, que fez um remate em arco, com força, que levou a bola ao fundo da baliza de Marchesin, que não conseguiu chegar a tempo de defender.
Em face da desvantagem, Sérgio Conceição fez três substituições de imediato, tentando dar um novo rumo à estratégia para tentar recuperar o marcador, o que aconteceu (59’) quando Taremi transformou uma grande penalidade sem apelo nem agravo para Adán.
Numa jogada que não previa grande perigo para a baliza do Sporting, Porro dá um empurrão e prende as pernas, na queda, a Evanilson, que o árbitro viu “em directo” (ainda que tivesse confirmado com o VAR). Com o empate feito e com substituições no “timing” certo, o F. C. Porto sentiu-se como que mais “abrigado”, também porque o Sporting se retraiu.
Tanto que, cinco minutos depois (64’), os portistas chegaram ao 2-1, depois de uma jogada rápida por parte da equipa nortenha, em que Taremi seguiu só pela linha lateral, centrou para o miolo da área, Coates falhou a intervenção e os outros defesas estavam mal colocados, tendo a bola chegado a Evanilson que, só, fez o 2-1 sem qualquer dificuldade.
A partir daí, o Sporting não demonstrou a raça do leão, a entrada de Slimani não resolveu nada, Paulinho continuou sem se ver e foi ainda o F. C. do Porto que esteve à beira do 3-1 quando (90’) Otávio falhou o remate com a baliza toda escancarada.
Com mais oito minutos de compensação, o Sporting ainda teve oportunidade para chegar ao empate (90+4’) mas o cabeceamento de Coates, ainda que bem colocado, foi superiormente defendido por um Marchesin sempre atento.
Para acabar, Sérgio Conceição e Rubem Amorim encontraram-se dentro do campo, não se sabe o que disseram mas o semblante de cada um demonstrou uma tensão, do que não se sabe em que resultará em termos disciplinares.
A primeira mão está jogada. Resta a segunda, no Dragão, para se ver quem será mais forte: a chama do Dragão ou a raça do Leão.
O que importa é que a festa no futebol vai continuar … com falta de boas maneiras.
Como é que uma organização gerida por clubes – independentemente de quais sejam os actores – pode sancionar dirigentes dos mesmos clubes?