Sob a tónica do desporto, arte e cultura e como surgiu o amor do Japão por Portugal, que mantêm relações de excelência desde o Século XVI e de toda a história que deu origem a este facto, a Federação Portuguesa de Natação trouxe para a ribalta outra forma de estar na história deste nosso Portugal.
“Pequenino e à beira mar plantado” – como foi cognominado desde há muito tempo – Portugal foi o país que mais laços criou com outros, nos quatro cantos do mundo, com especial relevo para o Japão, que acolheu os portugueses de uma forma tão terna que “obrigou”, no Século XVI, que toda a gente que entrasse no seu território tinha que falar português.
Estes e outros dados foram (estão) transmitidos no livro – que aborda a “A Língua Portuguesa como Metalíngua e Língua de Interculturalidade no Oriente: O Caso do Japão”; “Mergulho de uma amizade ancestral na celebração Olímpica”; “Pintura, pensamento, processo e celebração”; “Mergulhos nas Histórias”; “Sobre o Japão”; “Exercício da Memória”; “Apontamentos Biográficos dos Nadadores JO e JP – 1964 Vs 2020” – elaborado com a colaboração de Jorge Bento, Carlos Assunção, Mário Vitória, António Silva, José Manuel Constantino, José Lourenço, Gonçalo M. Tavares, Laura Castro, Fernando A.B. Pereira e Carlos Raposo, numa edição de Jorge Olímpio Bento e co-edição de Carlos Alberto Sequeira, Carlos Assunção e António José Silva.
Na abertura da cerimónia de apresentação, realizada esta quarta-feira no Museu Oriente (Fundação Oriente), o presidente da FPN, António José Silva, considerou o momento “marcante, porque o desporto não é só aquilo que se dá a ver, é uma passerelle para a cultura e a comunicação entre povos”, tendo anunciado que novo projecto está em marcha, no ciclo Paris 2024, sob o lema do Renascimento. José Manuel Constantino, presidente do COP, referiu não ter havido qualquer dúvida na associação à iniciativa por ser de “uma qualidade indesmentível”, o que também foi confirmado por Luís Figueiredo, vice-presidente do CPP, quando afirmou que “a sociedade civil pode sempre contar com o CPP em projectos desta natureza.”
“Tóquio 2020. Desporto, Arte e Cultura: A Viagem Performativa” dá título a uma obra de arte pública e a um livro que resultam de uma iniciativa da Federação Portuguesa de Natação (FPN), em parceria com o Comité Olímpico de Portugal (COP) e o Comité Paralímpico de Portugal (CPP).
Este projecto artístico foi realizado ao longo de quatro anos, tendo Mário Vitória, o autor da obra de arte pública – um acrílico sobre tela disposto em tríptico – explicado que se “guiou na celebração do espírito Olímpico, nomeadamente o da natação”, e retractou “essencialmente o êxtase dos Jogos e a amizade ancestral que existe entre a cultura japonesa e a cultura portuguesa”, como se regista na foto.
Gonçalo M. Tavares caracterizou o momento como de “suspensão da gritaria” que se vive no desporto e Jorge Bento sublinhou que “o desporto só está bem de braço dado com a cultura, se não está deserdado.”
A obra de Mário Vitória estará exposta no Museu do Oriente até ao dia 7 de Fevereiro. Vale a pena ver!