Depois de tantas peripécias verificadas ao longo deste ano e meio desde que regressou ao Benfica, Jorge Jesus acabou por sucumbir por simples pormenores, cujo epicentro terá eclodido com Pizzi.
Em época e meia, proveniente das terras de Santa Cruz, Jesus foi perdendo qualidade de vida, estratégia, táctica e, por último, os jogadores, aos quais não soube transmitir, em código ou em escrita ou gestos simples, as missões de cada um e no conjunto em geral.
Terá tido uma certa culpa própria – como se foi percebendo desde que esteve no Benfica pela primeira vez, em que foi campeão – porquanto foi voz corrente que o feitio e a forma de estar de Jesus estaria em desuso, considerando que gerir um ser humano, no seu todo, não é a mesma coisa que gerir o desportista na sua forma mais simples.
Ainda que apoiado por um motivador, os métodos – pode concluir-se agora – aplicados não foram os melhores, porquanto o desportista completo também tem sentimentos, tem encantos e desencantos, tem dias e … dias, tal como um chefe de família na sua própria casa.
Entre o salta, corre, pula, grita, ajoelha-se no relvado, que é entendido como forma de motivar os jogadores, a verdade já respondeu a este sistema que não é assim que se formam e geram vontades nos jogadores.
Registe-se que, ainda assim e em relação ao que fez no Benfica e, depois, no Sporting, a actual situação é muito mais polida, com menos gestos e mais calma, por vezes, até, demonstrando uma certa frieza nos relacionamentos.
Por isto ou por aquilo, pelo comportamento do Pizzi ou dos companheiros de equipa, a verdade é que Jorge Jesus terá sido o que mais sofreu, quiçá porque olvidou que, quando se mexe numa equipa, o elo mais fraco é o treinador, pese embora custe mais milhões do que os jogadores.
Isto para além da derrota frente ao F. C. Porto, que começou a minar um ambiente que não era muito positivo.
Por outro lado, também não vai para o Brasil porque o Flamengo optou – face à indisponibilidade de Jesus (e do Benfica) – por outro português que vai ficar mal visto, porque abandonou a selecção polaca.
Uma miscelânea de questões e factos para os quais a mente humana não consegue angariar antídotos específicos para manter o nível exigido, acabando por deixar de rastos uns e outros.
Que 2022 traga bom senso, cabeça fria, mente brilhante em prol de um mais sadio desporto.