Ante um Estádio da Luz apinhado de adeptos e no Dia da Imaculada Conceição – que em Março de 1646 D. Nuno Alvares Pereira jurou e proclamou solenemente, por provisão régia de 25 de Março de 1646, que Nossa Senhora da Conceição seria a Rainha e Padroeira de Portugal e de todos os seus territórios ultramarinos, após parecer favorável das Cortes gerais de 1645-1646 – o Benfica acabou por ter a pontinha de sorte que o catapultou para os oitavos-de-final.Como ditam as estatísticas, o Benfica fez apenas 11 remates (11 também do Dínamo de Kiev), enquanto os ucranianos dominaram em campo (64/36%), valendo ao Benfica a veia atacante que que se começou a desenhar logo no minuto inicial, quando Yaremchuk se isolou na frente da baliza e chutou para uma defesa do guardião visitante, com a bola a seguir para Rafa que atirou por cima.
O panorama do jogo estava à vista de todos – com um Benfica a forçar o golo desde muito cedo, para conseguir vantagem territorial e no marcador, ainda que nem tudo corresse bem – a verdade é que Yaremchuk e Rafa, na primeira jogada do desafio, estiveram à beira de inaugurar o marcador, só não acontecendo porque, no primeiro remate, o guardião defendeu e, na recarga, Rafa atirou para as nuvens.
O Dínamo deu “troco” e (8’) Tsygankov, assistido por Buyalskiy, teve também hipótese de rematar para golo, mas a bola foi retirada no momento próprio. Três minutos depois foi Pizzi a estar na rota do golo, depois de uma arrancada de Rafa, pela esquerda, mas o remate foi defendido pelo guardião ucraniano para a linha final, de cujo canto nada resultou.
Com tanto pendor ofensivo, o Benfica chegou (16’) ao 1-0, através de Yaremchuk, lançado numa combinação entre Rafa e João Mário, que rematou com precisão objectiva.
Resultado que aumentou (22’) para 2-0, com um golo obtido por Gilberto, que recolheu uma bola perdida em zona perigosa na área do Dínamo e surgiu na frente do guardião para atirar para o fundo das malhas da rede, que quase “tilintaram”, quase à maneira dos sinos de Natal. E bem se pode afirmar isso porque, a partir daí, o Benfica, não conseguiu fazer mais golos.
Com dois golos de atraso em relação ao apuramento, o Dínamo começou a tomar conta do relvado, teve mais posse de bola, enquanto o Benfica começou a dar nota de um cansaço efectivo que deu lugar às cinco substituições regulamentadas, que quase não chegavam, porquanto chegou a jogar com apenas 10 unidades por alguns minutos.
Ainda assim, Grimaldo (37’) teve oportunidade, na marcação de um livre directo, afrontar o guardião ucraniano, que defendeu a dois tempos.
No segundo tempo, o Dínamo continuou em crescimento e Odysseas começou uma fase de “sofrimento” com a frontalidade dos remates ucranianos, ainda que tivesse decidido sempre a seu favor, como aconteceu aos 63’.
Dois minutos depois, num centro de Rafa para a área, a bola bate no braço de um defesa visitante, cujo braço estava em linha com a trajectória do remate do avançado benfiquista, pelo que o árbitro não assinalou a grande penalidade pedida pelo Benfica.
Aos 75 e 79’ Odysseas voltou a brilhar, primeiro a defender um cabeceamento de Tymchyk e depois um remate de Buyakskiy, este mais difícil porque a bola embateu em Vertonghen e ia traindo o guardião dos encarnados.
Verthongen que foi obrigado a sair do relvado logo a seguir, porque acusou cansaço, continuando o Benfica com dez jogadores – não podia ser substituído porque o limite tinha sido atingido – se bem que o Benfica conseguiu gerir a vantagem, nujma altura em que se soube que o Barcelona, o rival para este “desempate”, estava a perder (3-0) com o Bayer de Munique, o que tranquilizou a equipa de Jorge Jesus.
Com a felicidade estampada no rosto, o técnico benfiquista – depois de ter sido assobiado no início do jogo – acabou por quase sair em ombros, aplaudido por toda a gente.
Sob a direcção do alemão Deniz Aytekin, as equipas alinharam:
Benfica – Odysseas; André Almeida, Otamendi e Vertonghen; Gilberto (Valentino, 73’), Weigl, João Mário (Taarabt, 73’) e Grimaldo; Rafa (Pedro Bernardo, 82’), Yaremchuck (Darwin, 82’) e Pizzi (Everton, 59’).
Dinamo de Kiev – Bushchan; Tymchyk, Zabarnyi, Sirota e Mykolenko; Sydorchuk (Andrievski, 86’) Shaparenko; Tsygankov (Karavaev, 79’), Buyalskyi, Verbic (De Pena, 64’) e Garmash (E. Ramirez, 79’).
Desta forma, Benfica e Sporting são as únicas equipas portuguesas que vão estar presentes no sorteio para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, a realizar na próxima segunda-feira.
Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid ou Lille, podem ser os adversários dos dois grandes do futebol português, já que ambas não podem jogar entre si (mesmo país) nem com os vencedores dos grupos onde estiveram integradas, como são os casos do Ajax e do Bayern Munique.