Com o apuramento garantido para os oitavos-de-final, o técnico do Sporting decidiu correr riscos, com vista a obter rodagem para alguns jovens que estão a despontar, mas o resultado não foi o esperado frente ao Ajax, na partida realizada esta terça-feira.
Se bem que, até aos 22’, ainda fosse líquido pensar que seria possível haver um maior equilíbrio, os holandeses depressa fizeram saber que não estavam dispostos a permitir facilidades aos leões, ainda que muito jovens.
Num lance bem escrutinado pelo VAR, dentro da grande área do Sporting, foi possível ver quase como que uma “agressão” perpetuada por Daniel Bragança, que entrou violentamente contra um defesa holandês (pisão, com os pitons, na zona do artelho, que até podia ter dado uma lesão grave).
Em face disso, o defesa sportinguista foi punido com um amarelo (devia ter sido vermelho) e com a correspondente grande penalidade, que (8’) Haller não falhou.
Quem esteve menos bem foi o jovem guardião sportinguista João Virgínia, que vacilou, descontrolou o corpo, caiu antes da bola partir, não tendo chegado à bola (defensável) no seguimento.
Se é verdade que os leões foram forçados a contra-atacar, ainda com os holandeses a pressionar, mas sem a virtude que se esperava, porque em regime de preparação física se notava um movimento algo lento.
No minuto 22’, enquanto João Virgínia parou um remate forte de Anthony, Nuno Santos, no outro lado do campo, conseguiu fugir à marcação e deu o melhor caminho a um centro largo de Tiago Tomás, com Tabata a colocar a bola em Nuno San tos que marcou um belo golo.
Um empate que soube muito bem dos sportinguistas (ainda que com bancadas vazias), ainda que João Virgínia tivesse que “parar” mais um remate de Antony, prenúncio de que o 2-1 chegaria logo a seguir.
Com a defesa leonina às “aranhas”, falta de empenho (ou cansaço extremo), Antony voltou a safar-se de toda a concorrência – aproveitando um erro de Gonçalo Inácio (que entregou a bola a um adversário) – e chegar frente à baliza para elevar o score para 2-1, resultado intervalo.
No segundo tempo, o Sporting recuou para um 5x3x2 defensivo, a linha média e ofensiva começou a acusar cansaço e a bola passou a fluir quase sempre no meio campo.
Até que Neres (58’), aproveitando nova falha da defesa leonina (Nuno Santos, escorregou, Chuurs dominou e remeteu para Neres rematar pela certa, apesar da tentativa feita por João Virgínia. Erros deste tipo não se podem ter na maior prova europeia de clubes.
E aqui começou a “queda” maior do Sporting, porquanto, quatro minutos depois, sofreu o 4-1 – já com Pedro Gonçalves e Paulinho em campo – num remate surpresa de Berghuis, que levou a bola a entrar entre o guarda-redes e o poste.
Com a chama quase a apagar-se (e a pensar-se no 5-1 da primeira mão), o Ajax podia ter feito o 5-1 não fosse a bola chutada por Lisandro Martinez embater com estrondo no poste.
Num último acto heróico (78’) e aproveitando a calma dos holandeses, o Sporting conseguiu reduzir (4-2) com um golo de Tabata, num remate forte e colocado que levou a bola a bater no interior na parte superior da rede da baliza, num golo cheio de força.
Se é verdade que os jovens que jogaram deram um bom sinal quanto ao futuro da equipa leonina, que se compreendeu essa atitude como forma de fazer descansar os lesionados para os jogos dos oitavos-de-final, a verdade é que a imagem também vale e, por vezes, podem trazer outros males.
Mas valeu a pena!
O Sporting alinhou com João Virgínia; Luís Neto, Gonçalo Inácio e Matheus Reis; Gonçalo Esteves (Flavio Nazinho, 73’), Ugarte (Sarabia, 73’), Daniel Bragança (Dário Essugo, 81’) e Ricardo Esgaio; Tabata, Tiago Tomás (Pedro Gonçalves, 60’) e Nuno Santos (Paulinho, 60’).
Agora toca a regressar a Lisboa e “atacar” a I Liga para receber o Boavista no próximo sábado.