Apesar de dominar o jogo em toda a linha, os rapazes portugueses tiveram que “aguentar” mais de meia hora – ou, doutra forma, deram … meia hora de avanço – para que conseguissem chegar ao primeiro golo, face ao “ferrolho” quase hermético apresentado pelos congéneres catarianos.
Antes de mais, cabe salientar que Fernando Santos – quiçá dando ouvidos aos múltiplos comentários que tem vindo a ser feitos quanto ao seu “conservadorismo” – decidiu, ao que se espera de uma vez por todas, que tinha que mudar de estilo e tornar a equipa mais criativa, ou seja, introduzir factores de juventude, atendendo a que, face a uma mão cheia de novos valores a chegar a um nível que merecia a chamada à selecção.
Se foi por isso, ou não, a verdade é que o seleccionar mais medalhado da equipa principal acertou em cheio ao deixar algumas estrelas no banco para fazer estrear um Matheus Nunes, que cumpriu quase a cem por cento (só foi substituído aos 71’), jogador que se enquadrou muito bem, na formação que viu Diogo Costa (em estreia, tal como Rafael Leão e Matheus Nunes) na baliza, com Patrício e Lopes a “descansar”.
Só que, com um maior porte físico – e enquanto durou a “chama” – o Qatar remeteu-se a uma defesa cerrada, com os lusos, de estatura física mais “leve”, perdiam no contacto directo (e bruto algumas vezes, o que levou ao “amarelamento” de alguns jogadores catari), que tiveram que esperar a tal meia hora para começarem a desbobinarem o futebol que era indispensável para mudar o rumo ao resultado.
Ainda assim, Portugal, nos cinco remates que conseguiu fazer para a baliza, criou oportunidades para marcar, o que só não aconteceu Ronaldo cabeceou à figura do guarda-redes, outra vez falhou o remate, Dalot rematou a milímetros do poste, enquanto o Qatar apenas fez um remate, sem perigo, à baliza de Diogo Costa, numa meia hora em que o jogo se desenrolou em 30 metros (no meio campo defensivo do Qatar).
Depois de toda esta pressão, em mais uma jogada pela direita, Diogo Dalot isolou-se e, só, perto da linha final, centrou para o miolo da pequena área onde surgiu o capitão (e melhor marcador europeu em selecções) Cristiano Ronaldo para empurrar a bola pare dentro da baliza. O 1-0 chegou aos 37’ e foi o tónico para “arejar” os homens do Qatar, como se se verificou pouco depois.
Neste primeiro tempo, com uma posse de bola de 63/37%, com 12-2 em remates, dos quais 5-1 para a baliza, Portugal tinha confirmado uma superioridade não só para a vantagem alcançada, mas para poder ir mais além.
No segundo tempo – com uma moldura de 15.000 espectadores no Estádio do Algarve – com a entrada de Nelson Semedo e Rafael Leão (saída de Nuno Mendes e Cristiano Ronaldo), a manobra ofensiva foi reforçada e Portugal chegou (48’) ao 2-0, através de um golo obtido por José Fonte, na recarga de uma defesa do guardião do Qatar, que não segurou a bola cabeceada por William Carvalho, a centro de João Mário.
A partir daí, a supremacia lusa aumento e o terceiro golo estava por segundos, face às oportunidades criadas, se bem que a bola não conseguia entrar face a André Silva ter rematado por cima da barra, de Rafael Leão, depois de ter findado o guarda-redes, isolou-se para a baliza mas o melhor que conseguiu foi mandar a bola ao poste, entre outras situações.
Nesta altura, já tinham entrado Bernardo Silva, Palhinha, João Moutinho e Bruno Fernandes (saída de William, Gonçalo Guedes, João Mário e Matheus Nunes).
Até que, em cima dos 90’, André Silva, de cabeça, a centro de Rafael Leão, fez o 3-0 perfeitamente justificado, num resultado que podia ter sido o dobro.
Nas contas finais, Portugal confirmou a posse de bola (63/37%), a que corresponderam 28-3 remates, dos quais 10-1 para a baliza. Como se verifica, o Catar apenas fez um remate à baliza de Portugal.
Portugal alinhou com Diogo Costa; Diogo Dalot, Nuno Mendes, José Fonte e Danilo; Matheus Nunes, William Carvalho e João Mário; Ronaldo, André Silva e Gonçalo Guedes).
Segue-se agora o jogo a contar para o apuramento para o Mundial, na terça-feira, com Portugal a receber, no mesmo local, o Luxemburgo, referente ao grupo A, cuja situação ficou mais complicada a partir deste sábado, porquanto a Sérvia (ao vencer os luxemburgueses por 1-0) passou a liderar a classificação, com 14 pontos (Portugal tem 13), pelo que precisa de vencer para retornar ao primeiro lugar, sabendo-se que apenas o vencedor será apurado directamente para a fase final.