Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Conceituados mostram sinais de jovialidade na Moda Lisboa

ModaLisboaAnaSalazar1Treinados para o bulício das passarelas e bastidores de grandes eventos nacionais e internacionais, desde há muitos anos, os três criadores convidados para o segundo dia da Moda Lisboa (Colecção Outono-Inverno 2010/2011) não revelam, porém, sinais de esgotamento no plano da fantasia e do apuro estético.

{jathumbnail off}Ana Salazar, Katty Xiomara e Luís Buchinho estiveram à altura dos pergaminhos e parecem dar razão a quem invoca a velha metáfora do Vinho do Porto.

Luís Buchinho foi o primeiro a mostrar credenciais e apostou numa colecção muito densa e firme, marcada por falsas cores ModaLisboaLuisBuchinho(realce para o preto e o azul petróleo) e detalhes vibrantes. O resultado prático é um look singular, quase etéreo. Os casacos surgiram como peça chave (de construção complexa, com drapeados e sobreposições. Enfim, a combinação de matérias distintas na mesma peca evoca-nos uma mulher irreverente.

ModaLisboaKattyXiomaraA simplicidade elegante caracterizou as sugestões de Katty Xiomara, suportadas num look chique. Os vestidos sucederam-se com detalhes plissados, para dar forma a uma silhueta feminina feita de juventude e leveza. A ênfase recaiu nas mangas, para brindar os observadores e oferecer-lhes impecáveis figuras em y. Ao nível cromático, destaque para os amarelos a salpicar de mocidade tonalidades mais profundas (preto, cinza e azul). Feliz aliança se contemplou ainda, entre as transparências e motivos de natureza geométrica ou floral.

 

O segundo dia de revelações acabou em grande, com a históricaModaLisboaAnaSalazar2 Ana Salazar. Velocidade e dominação foram o cartão-de-visita apresentado pela grande senhora da moda portuguesa. Cores contrastantes (preto versus branco, como ingrediente essencial deste confronto) deram mostras do olhar clínico de Ana Salazar, na demanda de um mundo avassalador para os sentidos. Viu-se ainda o poder do vermelho sangue e outros dramatismos próprios do universo teatral, como o glamour de tecidos impregnados da temática religiosa.Sacra e profana, Ana Salazar, porque não quis deixar de acariciar a sua mulher com ingénuos detalhes plissados, folhos e assimetrias pontuais.

 

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