Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Por alguma razão a Bélgica … lidera o ranking mundial

UEFA Euro2020

UEFA Euro2020

Pese embora Portugal tivesse maior posse de bola (58/42%), tenha feito mais remates (23-6), dos quais 4-1 para a baliza, a verdade é que os belgas só precisaram de um remate para afastar a formação lusa.

Teve sorte, teve. Mas a sorte “dá muito trabalho” como diria o nosso Mestre Mário Moniz Pereira. Para ter sorte é preciso procurá-la, saber merecê-la, jogar para o golo, colocar a bola a rolar e, em especial, que a equipa tenha união, evitando egoísmos e que não possa estar agarrado a um passado que não pode ser o seu futuro.

Aliás, como certamente se voltará a ver no apuramento para o Mundial’2022, pelo menos se mantiver o actual “stato quo”, não arriscando muito mais e ficando à espera que os adversários ofereçam “prendas” a Portugal.

Uma vez mais, perdemos uma grande oportunidade de podermos chegar à final de um europeu mas em que, como se diz na gíria, voltamos a ficar na … praia. Valha-nos os excelentes resultados e títulos no Futebol de Praia.

Com uma equipa “arrumadinha”, sabendo o que quer e como chegar lá, os belgas deram uma bela lição táctica, com a bola a rolar entre todos os jogadores, sem vedetismos, mas sempre com o foco de saber como fazer.

Não interessa avançar à custa de jogadas individuais, do menor ou maior predomínio técnico de cada jogador, mas apenas da coesão que cada um pode fazer acontecer mercê de uma visão global das linhas do campo, independentemente dos floreados que podem surgir, mas estes apenas para artistas de primeira água e em plenas faculdades. E a isto, este domingo, a equipa portuguesa não respondeu!

A primeira prova disso ficou patente logo de início (6’) quando Diogo Jota consegue ficar isolado, no lado esquerdo da grande área belga, após dominar a bola provinda de um centro da direita, mas que perdeu imenso tempo para se ajeitar para mudar de pé, quando podia fazer um brilharete com o pé direito, ao estilo de Quaresma, e ter podido fazer um chapéu que podia dar um magnífico golo. Perdeu tempo e ângulo e quando o conseguiu a bola foi rematada para o lado contrário da baliza.

Face a uma actuação muito recuada dos belgas (daí os poucos remates feitos), Portugal teve que pressionar na frente, tendo beneficiado de um livre (25’) que Ronaldo marcou para obrigar o guarda-redes a uma defesa para a frente, defendo também a recarga, sem perigo eminente.

Entretanto, Fernando Santos tinha ganho a aposta com a entrada de Palhinha e Renato Sanches de entrada (substituindo Danilo e William), que fizeram uma bela exibição, ao contrário de Bernardo Silva, completamente fora do jogo, acabando por também sair na segunda parte (entrando Bruno Fernandes e João Félix, este a entrar para o lugar de Moutinho e fazendo a estreia no europeu).

Entretanto (42’), a Bélgica chegou ao 1-0 depois de um avanço português até à área belga, não tendo havido recuo rápido dos médios (e até defesas), portugueses, tendo Hazard rematado fora da área, entre os corpos de dois defesas, que levou a bola a anichar-se na baliza de Rui Patrício, apanhado desprevenido, não tendo visto a bola a partir e ficando sem reacção para chegar à trajectória do esférico.

Uma jogada simples, com a defesa portuguesa a facilitar, primeiro por deixar avançar o ataque e, depois, por não cobrir correctamente o avançado, o que originou o que foi o primeiro golo do desafio e da vitória da Bélgica.

No segundo tempo, Didlot e Palhinha já estavam amarelados e poderia ter havido uma protecção (substituição) para evitar uma expulsão (que esteve patente), mas a equipa nacional entrou bem e Diogo Jota, frente à baliza, atirou muito acima da barra, seguindo-se uma nova arrancada com João Félix a cabecear, ainda que frouxamente, mas para as mãos de Curtois (guarda redes da Bélgica).

Ronaldo (73’) marcou um livre directo, em zona frontal para a baliza, mas levou a bola a bater na barreira, avançado que, dois minutos depois, fez um autêntico passe para Curtois.

A última esperança de Fernando Santos chegar ao empate e, ou, dar a volta ao resultado (75’) foi fazer entrar Sérgio Oliveira e Danilo, que pouco ajudaram, atendendo a que o ambiente em campo já quase era de desespero.

Ainda assim (82’) Ruben Dias, no seguimento de um pontapé de canto, ainda conseguiu cabecear para a baliza mas o guarda-redes belga defendeu para a frente e ser aliviada pela defesa.

Numa das últimas oportunidades (83’) que ainda surgiram para Portugal, Raphael Guerreiro atirou (com o seu pior pé, o direito) ao poste, com Curtois batido e com Portugal, com desportivismo e fair play, disse adeus a um euro que devia ter sido melhor.

Parece ter chegado o tempo de mudar algo, de não ficar parado no tempo, de modificar técnicas, tácticas e … abrir novos caminhos! 2024 já começou!

 

A caminho dos quartos-de-final

 

Com este triunfo, a Bélgica conquistou o passaporte para os quartos-de-final, onde irá defrontar a Itália (2 de Julho), o mesmo sucedendo, com alguma surpresa (para quem não viu), à República Checa que, também este domingo, afastou o País de Gales, a quem venceu (2-0), com golos de Holes e Schick (68 e 80’, respectivamente).

Os checos dominaram por completo na questão dos remates – os que decidem os jogos – com 12-6 em remates, dos 5-0 para a baliza, ainda que na posse de bola (52/48%) os galeses ficassem na frente.

Com este triunfo, a República Checa entrou na grelha dos quartos, onde vai defrontar a Dinamarca, formação que está a surpreender em termos de resultados, se tivermos em conta o problema grave que existiu no porimeiro jogo da competição, quando o jogador Christian esteve entre a vida e a morte.

Esta segunda-feira, Croácia e Espanha (17 horas) abrem a primeira “batalha” para tentarem chegar aos quartos-de-final, enquanto o França-Suíça (20 horas) fechará o dia com o mesmo objectivo.

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