Com uma exibição de mérito, o herói São (Rui) Patrício colocou Portugal nos oitavos-de-final do Euro 2020 depois de, no mesmo minuto, ter feito duas defesas que valeram o empate e, com isso, garantir que a passadeira continuava aberta para se chegar mais longe.
A juntar a isto, Portugal teve ainda a felicidade de saber que a Alemanha e a Hungria também empataram, favorecendo a equipa nacional, e que Portugal conquistou duas grandes penalidades por dois erros mais ou menos infantis dos franceses, que não “mediram” os efeitos das atitudes tomadas.
Cremos que foi mais um dia em que Portugal foi bafejado pela sorte (como diria o Prof. Moniz Pereira: a sorte dá muito trabalho!) porquanto tudo saiu bem a uma equipa nacional que, não tendo jogado nem muito bem, nem bonitinho, nem com nota técnica elevada, acabou por merecer chegar aos oitavos, pese embora seja indispensável, ainda nesta competição – se a quiser voltar a ganhar – promover alterações com vista ao futuro, sob pena de se perder uma entidade que tem que, forçosamente, ser actualizada.
A primeira grande novidade a reter é que Fernando Santos percebeu que a base da equipa não foi a melhor solução desde início, tal como também não foi no segundo jogo. Motivo pelo qual, à terceira foi de vez. Fez entrar Renato Sanches e João Moutinho para os lugares de William e Bruno Fernandes, mudanças que derem nas vistas.
Ainda assim, o jogo seria demasiado táctico, a maior parte das vezes lento, considerando que jogar para o empate seria o melhor e era só guardar a bola. Só que, do outro lado, estavam os campeões mundiais que, tal como a Alemanha e mesmo a Hungria, também não queriam perder o combóio.
Mais a mais quando se soube no estádio que os húngaros estavam a vencer os alemães (1-0 aos 11’), o que podia levar os germânicos a ficar em terra, o que não seria bom.
A talhe de foice, Mbapé (16’) isolou-se, sem estar fora de jogo (como confirmou o VAR), correu para a baliza e rematou forte ante a firmeza de Rui Patrício, que salvou o golo quase “in-extremis”.
Quinze minutos depois, o árbitro assinalou uma falta contra os franceses, no seu meio campo,
onde Bernardo Silva cobrou a falta e mandou a bola para o centro da pequena área, onde surgiu Danilo a saltar com o guardião francês que, para além de desviar a bola, levou a mão fechada à cara do médio português, tendo o árbitro assinalado uma grande penalidade.
Para a cobrança, foi nomeado o habitual “cobrador do fraque”, com Ronaldo (31’) a colocar Portugal na liderança do marcador.
Na fase de compensação da primeira parte (+3’), Semedo, em luta com Mbapé, acabou por tocar no braço do atacante francês e este estatelou-se no chão, com o árbitro a assinalar outra grande penalidade.
Benzema (45+2’) cobrou-o de forma superior, enganando Rui Patrício – que denunciou para onde ia defender – e fez o empate.
Com Danilo a não se sentir bem face ao lance tido com o guarda-redes francês, Fernando Santos fez entrar Palhinha no início da segunda parte – que se estreou pela selecção A e num europeu absoluto – e depressa confirmou que estava ali para fazer mudança.
No entanto, não conseguiu evitar que a Alemanha se colocasse, de novo, em vantagem, com um golo obtido (47’) por Benzema, depois de se isolar (na linha final do fora-de-jogo) e rematar fazendo a bola bater no segundo poste e entrar para o 2-1 para os franceses.
A partir daí, as campainhas começaram a tocar, e Portugal ficou sabendo que a Hungria voltou a estar em vantagem sobre a Alemanha (2-1), o que não era favorável para Portugal, se bem que os alemães voltaram a empatar e, com isso, afastar a Hungria deste europeu.
Com a felicidade a seu favor, Portugal voltou a chegar ao empate (2-2) quando o árbitro assinalou nova grande penalidade contra a França, por mão de um defesa, que Ronaldo aproveitou para o bis, tal e qual como o tinha feito antes.
Com o 2-2 garantido (ainda que com 60’ jogados), portugueses e franceses pouco fizeram para mudar o sentido do jogo – estavam as duas apuradas para os oitavos – ainda que os homens de Deschamps e Pogba, em especial, a criar “frisson” junto da baliza portuguesa, quando rematou para a baliza e Patrício fez uma defesa sensacional, logo seguida de outra face à recarga, com selo de golo, que foi feita por Griezmann, que Patrício se tornou o “salvador da Pátria”.
De referir também a estreia auspiciosa de Dalot nos últimos dez minutos, onde também Palhinha e Renato Sanches tiveram uma exibição excelente.
Oitavos-de-final já tem calendário
Terminando a fase de grupos, os oitavos-de-final ficaram alinhados como segue:
Dia 26 – País de Gales-Dinamarca (Amesterdão) e Itália-Áustria (Londres)
Dia 27 – Holanda-República Checa (Budapeste) e Bélgica-Portugal (Sevilha)
Dia 28 – Croácia-Espanha (Copenhaga) e França-Suíça
Dia 29 – Inglaterra-Alemanha (Londres) e Suécia-Ucrânia (Glasgow)