Se em termos desportivos o Sporting de Braga teve a sorte de ver o Benfica jogar apenas com dez jogadores desde o primeiro quarto-de-hora, a verdade é que em fair-play e desportivismo o final da partida foi uma vergonha, mais a mais ante a presença do Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa.
É lamentável que jogadores que ganham milhões se descontrolem com situações banais – algumas por eles próprios provocadas – e que um jogo redunde numa batalha campal de muito mau gosto e falho de ética.
Apesar da vantagem numérica em termos de homens em campo, a verdade é que nem por isso as coisas foram fáceis para o Sporting de Braga – ainda que quase sempre muito mais perigoso que o Benfica, em especial na segunda parte – que começou a desenhar o triunfo no último minuto de compensação registado na primeira parte.
Três minutos antes (45’), Seferovic perdeu uma excelente oportunidade para colocar o Benfica no comando do marcador, ao rematar a bola para golo mas com a bola a tabelar nas pernas de Tormena e a sair a milímetros do poste mais longe.
O que aconteceu outra vez no minuto seguinte (45+1’) quando Weigl, isolado frente a Matheus, atirou à figura do guardião bracarense, que defendeu para a frente mas a defesa aliviou de vez.
E quem não marca arrisca-se a sofrer, o que foi aproveitado peloo Braga, num desentendimento táctico entre Odysseias (que entrara, 16’, para substituir Helton, que foi expulso por cortar, em falta, uma jogada para golo), com a bola a ser aliviada pela defesa e chegar a Piazon que, aproveitando o facto de Odysseas estar fora da baliza, fez um chapéu de belo efeito e abriu o activo (45+3’).
Na segunda parte, os bracarenses entraram em campo decididos a ficar com a Taça e tudo fizeram para isso, ante um Benfica algo nervoso, sem acção assertiva e eficiente para contrariar o “contágio” vencedor que os homens de Carvalhal estavam a demonstrar, o que levou Ricardo Horta (85’) a chegar ao 2-0, depois de uma jogada em que Esgaio roubou a bola à defesa benfiquista, fez seguir para Abel Ruiz e este endossou, pela esquerda do ataque, a Ricardo Horta para rematar forte e fora do alcance de Odysseas.
A partir daí, começaram as quezílias e Taraabt e Piazon foram expulsos por motivos de agressão, manchando uma noite que estava a ser bem passada.
E é assim que os clubes querem o público nas bancadas? Aqui surge uma desvantagem: é que sendo o Municipal de Coimbra um estádio neutro, não haverá hipótese de penalização com jogos à porta fechada.
Fica o registo, na perspectiva de ver as sanções que vão ser aplicadas.
A terceira Taça de Portugal (depois de 1966 e 2016) conquistada pelo Sporting de Braga ficou marcada pela ausência dos princípios da ética, do fair play e da falta de desportivismo de uma das equipas, numa partida que se queria de festa!
O fecho triste – como se pôde verificar no rosto do Presidente da República – de mais uma época do futebol nacional.