Sexta-feira 24 de Novembro de 7454

Portugal perdeu com a Rússia mas continua tudo em aberto no apuramento para o Europeu

FPF

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A Selecção Nacional feminina perdeu, esta sexta-feira, no Estádio do Restelo, frente à Rússia na primeiao mão do play-off de apuramento para o Campeonato da Europa de 2022, com um único golo a fazer a diferença.

Um golo de Nelli Korovkina (51’), num lance estranho, acabou por fazer a diferença no Estádio do Restelo, em Lisboa, mas deixa a presença em Inglaterra, país anfitrião do Campeonato da Europa, de 06 a 31 de Julho de 2022, por decidir na terça-feira, na Sapsan Arena, em Moscovo, no jogo da segunda mão.

A equipa das ‘quinas’ teve o controlo praticamente total do primeiro tempo, que se iniciou com um livre directo em zona frontal, ‘colado’ à grande área, que a capitã Cláudia Neto conquistou e converteu, aos quatro minutos, ligeiramente por cima.

Foi o primeiro aviso das lusas, que viam a Rússia a apostar em tímidas aproximações, como aos 16, quando Nadezhda Smirnova se desmarcou entre as centrais e rematou para as mãos de Patrícia Morais, tendo Portugal respondido de imediato por intermédio de Tatiana Pinto, numa tentativa de ‘chapéu’ que a guarda-redes russa Elvira Todua evitou com uma enorme defesa.

Portugal tinha mais bola e determinação, não se notando a superioridade teórica da Rússia, de acordo com o ‘ranking’, que coloca Portugal em 30.º e a adversária em 23º e, não obstante um maior atrevimento forasteiro, foi Portugal que ‘fechou’ a primeira parte novamente por cima, numa oportunidade soberana que Carolina Mendes não conseguiu desviar, aos 43.

No reatamento, um lance caricato acabou por desfazer o ‘nulo’ aos 51 minutos, a favor da Rússia, que marcou por Nelli Korovkina, de cabeça, após um primeiro remate defendido por Patrícia Morais, que não criou oposição à avançada do Lokomotiv de Moscovo por ter pensado que a bola tinha ultrapassado a linha de fundo.

A correr contra o prejuízo, as comandadas de Francisco Neto procuraram repor, num ápice, a igualdade, num cabeceamento de Carolina Mendes que saiu perto do poste, mas as russas mostravam boa segurança defensiva e chegaram a incomodar, a espaços, no ataque, sobretudo de bola parada, em momentos de algum aperto para a defensiva portuguesa.

A Rússia voltou a estar mais perto de ampliar a vantagem, valendo um corte providencial de Ana Borges (78’), a interceptar o remate, já na pequena área, de Marina Fedorova.

O seleccionador Francisco Neto refrescou o ataque, com as entradas de Ana Capeta e de Telma Encarnação, e o melhor que conseguiu surgiu dos pés de ambas, aos 81, numa investida veloz da segunda pela direita, a fletir para o interior da área, mas a desequilibrar-se, sobrando a bola para a avançada do Sporting, mas Elvira Todua segurou o triunfo da Rússia.

Ainda que porfiando, a equipa nacional não teve nem arte nem manha para dar a volta ao resultado.

O jogo foi dirigido pela árbitra suíça Esther Staubil e Portugal apresentou-se com Patrícia Morais, Ana Borges, Sílvia Rebelo, Carole Costa, Joana Marchão, Dolores Silva, Tatiana Pinto (Ana Dias, 82′), Andreia Norton (Andreia Jacinto, 82′), Cláudia Neto – Cap., Carolina Mendes (Ana Capeta, 59′) e Kika Nazareth (Telma Encarnação, 77′).

Suplentes não utilizadas: Inês Pereira, Rute Costa, Catarina Amado, Diana Gomes, Mariana Azevedo, Alicia Correia, Fátima Pinto.

Francisco Neto, seleccionador nacional da categoria, referiu que “há duas partes distintas. Entrámos bem na segunda parte, até sofrermos o golo. Perdemos um bocadinho o nível de organização, ficámos intranquilos, a perder bolas e a equipa a ficar mais estendida, com a equipa russa em contra-ataque rápido, o que nos criou dificuldades. Tivemos dificuldade também em voltar a pegar no jogo e a tentar termos bola. Conseguimos reequilibrar, ainda criámos algumas situações, mas, infelizmente, não conseguimos concretizar.

Na primeira parte, com o número de oportunidades que conseguimos criar, a este nível, precisávamos de marcar, mas não conseguimos e o resultado foi este.

Acima de tudo, aquilo que vamos procurar fazer [no segundo jogo] é 90 minutos iguais aos primeiros 45 que fizemos esta sexta-feira. A estratégia que delineámos apareceu, a forma como entrámos no jogo, o domínio que tivemos e as oportunidades que surgiram foi o que estivemos a trabalhar. Temos é de conseguir fazê-lo mais tempo”.

Adiantou ainda que “sabemos que [a segunda mão] é um jogo com características diferentes. A Rússia poderá ter uma abordagem ainda mais defensiva e estará mais tranquila. Se marcarmos, com um golo fora, entramos outra vez no apuramento. Será um jogo equilibrado, onde não podemos perder a organização e querer fazer tudo de uma vez. Teremos de saber gerir.

Quando estamos por cima do jogo, a dominar, um golo, e da forma como foi, um bocado estranho, cria um impacto ainda maior e tivemos dificuldade em recuperar.

Este cenário foi antecipado e preparámos as jogadoras. Fosse qual fosse o resultado de hoje, a eliminatória só ia estar decidida na terça-feira, em Moscovo. É continuar nesta toada e linha de pensamento. Se mostrarmos o nível de organização da primeira parte aqui, estaremos dentro da eliminatória.

A recuperação será essencial e, mentalmente, o grupo quer lá estar. No final do jogo, as jogadoras já estavam a dar força umas às outras e a dizer que nada está decidido.”

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