A manhã desta terça-feira foi aproveitada – e bem – para a apresentação pública, pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), do Roteiro Nacional do Desporto.
Esta situação verificou-se no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU) assinalaram o Dia Mundial da Actividade Física e o Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da Paz, este instituído em 2013 e cujas primeiras acções foram desenvolvidas em 2014.
Ainda que em vertentes complementares ou o desporto como necessidade imperiosa no bem-estar e da saúde do ser humano – fazer actividade física e desporto trás benefícios incomensuráveis ao corpo humano – as duas acções tiveram o condão de percorrer Portugal de norte a sul e de leste para oeste, ainda que a maioria delas de forma telemática, face à crise pandémica provocada pelo Covid-19 que ainda paira sobre Portugal e o mundo.
Vítor Pataco, presidente do IPDJ, enquadrou, nas palavras proferidas, um novo momento de implementação de projectos sustentáveis, articulados entre parceiros de diferentes sectores da sociedade alinhados no quadro do Programa de Recuperação e Resiliência – Recuperar Portugal 2021-2026, que o Governo de Portugal anunciou especificamente para o sector do Desporto.
Aproveitou para divulgar alguns dados ligados à estatística no apoio às actividades desportivas desenvolvidas em Portugal – segundo um estudo efectuado pelo INE e que foram tornadas públicas nos últimos dias – tendo salientado que as Câmaras Municipais investiram mais de 320 milhões de euros no último ano, enquanto o IPDJ remeteu para o desporto federado qualquer coisa com 45,9 milhões (+ 5,3% do que em 2019), pese embora o número de praticantes, em termos globais (federado e não federado), ainda que seja 3,2 % maior do que em 2018, deixa o país na cauda dos cidadãos que praticam alguns movimentos a que se pose chamar “actividade física” ou “desporto”.
Para “atacar” este sortilégio menos positivo, o “IPDJ vai continuar a trabalhar para angariar mais parceiros para a luta contra a obesidade e a inactividade física em Portugal, para que o país integre as quinze nações europeias mais activas em quinze anos”, de acordo com o plano delineado pela União Europeia para os próximos seis anos.
Deu ainda como exemplos, em curso, o caso do Clube ToP, para capacitação de agentes para promoverem e desenvolverem actividades e ainda a UAARE (Unidades de Apoito ao Alto Rendimento nas Escolas”, neste caso onde existem, no momento, cerca de 600 jovens que conseguem ter maior êxito na escola depois que entraram neste programa que alberga também as actividades desportivas, um programa de “carreira dual” que está a dar excelentes resultados, ainda que o número de participantes se possa considerar como que ínfimo para as necessidades. O tempo o dirá!
Como novidade, Vítor Pataco salientou ainda que o Complexo Desportivo do Estádio Nacional decidiu não cobrar taxas de utilização das várias infra-estruturas desportivas existentes neste espaço, o que será uma boa achega nesta fase economicamente débil para muitas famílias e associações desportivas.
No debate que se seguiu sobre “Desporto para Todos: Novos desafios na promoção do desporto e actividade física”, com moderação de Sónia Paixão, vice-presidente do IPDJ, que começou por revelar que já “foram apoiados cerca de 1.300 projectos neste âmbito, desde 2014, com apoios na ordem dos 18 milhões de euros”, manifestando ainda a vontade de se fazer mais e melhor.
Susana Feitor, ex-atleta olímpica e campeã mundial e europeia júnior na marcha atlética; José Patrício, Presidente da Associação de Paralisia Cerebral de Almada Seixal e Gonçalo Santos, Coordenador do Projecto “Futebol de Rua” da Associação Cais, tiveram oportunidade de abordarem as experiências tidas e associadas às funções que continuam a desempenhar nas áreas onde são “experts” na matéria.
O Dia Mundial da Actividade Física, recorde-se, pretende promover a prática da actividade física, assim como sublinhar os benefícios da realização regular de exercício físico. É uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e nasceu como forma de luta contra o sedentarismo, um dos principais factores de risco de morte em todo o mundo.
A OMS estima que a inactividade física seja responsável por mais de três milhões de óbitos por ano.
Neste mesmo dia, comemorou-se também o Dia Internacional do Desporto ao Serviço do Desenvolvimento e da Paz, dia que pretende aumentar a consciencialização sobre o alcance, popularidade e fundamento de valores positivos do desporto, como referimos na peça esta segunda-feira aqui vertida.
Impedido de estar no Jamor for força de outras funções que desempenha neste período de pandemia, João Paulo Rebelo, Secretário de Estado do Desporto e Juventude, teve oportunidade de, no twitter oficial, abordar o tema e mostrar satisfação pelo facto de que há parceiros e vontade de colocarmos o país no alinhamento europeu dos mais fortes, audazes e resilientes!