Se há coisas que nunca se esperariam é que o Sporting de Braga entrasse no Dragão e, em meia hora de sonho, afastasse o F. C. do Porto da final da Taça de Portugal, como se verificou no final dos 90+11’ (somatório da primeira e segunda parte).
Sendo campeão nacional em título – apesar de ainda não ter confirmado nada na presente época – os portistas metiam respeito (sempre) mas duas coisas, pelo menos, mudaram o rumo normal dos acontecimentos tão depressa que criou o princípio e o fim da eliminação portista.
Primeiro – ainda que a ordem não seja preferencial – Sérgio Conceição referiu (para quem o quis ouvir e bem alto) no final da partida da primeira mão (1-1), em remoque atirado a Carlos Carvalhal, que “no próximo jogo, com 11 de cada lado, levas seis de avanço”.
Segundo, à boca deste jogo, Conceição salientou que o Braga “é a melhor equipa a jogar em Portugal”, o que parecia adivinhar o que estava para vir.
No final do jogo, ainda que não o dissessem, os bracarenses “cantavam” que “em vez de seis de avanço e com 11 jogadores, o Porto levou 3, contra 10 jogadores, e foi eliminado”. Contra-sensos ou falar demais não dá jeito nenhum, porque tudo saiu furado. E registado.
Num encontro em que o futebol até ganhou, pelo empenho dos jogadores das duas equipas, praticamente sem quezílias de grande impacte negativo do ponto de vista social e desportivo, bem se pode dizer que houve emoção e coração mas também disciplina e cortesia, pelo menos no que se refere ao jogo jogado.
Neste aspecto e porque o Braga jogou apenas com 10 jogadores durante mais de uma hora, fácil é perceber que o F. C. do Porto dominou em toda a linha, desde os 72/28% de posse de bola, com 28-7 remates, dos quais 8-5 para a baliza, mas foram os bracarenses que trataram de “tramar” os portistas numa meia hora de sonho.
Abel Ruiz (9 e 14’) fez dois golos depois de duas jogadas dignas de registo, com a bola a seguir de jogador para jogador em linha directa, aproveitando as abertas na defesa portista, para criar um factor menos positivo ao adversário.
E para fechar a primeira meia hora, Piazón, um golo marcado de livre directo, estilo “folha seca”, com a bola a passar por cima das cabeças dos jogadores da barreira e a baixar para dentro da baliza, na confluência do ângulo formado entre o poste e a trave, porquanto Pepe e seus companheiros não saltaram e o 3-0 estava feito.
Dois minutos depois, Otávio reduziu (1-3), num também belo golo em jogada corrida, mas a partir daí parece que a mente portista não atinava com o desejo dos jogadores e técnico, até porque o Braga passou a jogar apenas no seu meio campo, não deixando espaço aberto para a equipa de Sérgio Conceição.
O intervalo chegou, houve o recomeço, Marega (75’) fez o gosto ao pé, levando a bola a entrar na baliza bracarense, depois de Matheus ter defendido para a frente do maliano, que não se fez rogado e aproveitou a oferta.
Apesar de toda a supremacia no tabuleiro do relvado do Dragão, a verdade é que nada mais se passou e o F. C. do Porto foi eliminado sem apelo nem agravo.
Esta quinta-feira, o Estádio da Luz recebe o Benfica-Estoril para a segunda mão desta meia-final, sabendo-se que os benfiquistas se apresentam com uma vantagem de 3-1, ficando-se na expectativa do que poderá acontecer, tendo presente o jogo entre portistas e bracarenses.
Mais logo se saberá quem será o parceiro do Braga na final de mais uma edição da Taça de Portugal, a 23 de Maio.