Uma das maiores figuras do jornalismo radiofónico de Portugal, Artur Agostinho, completaria 100 anos neste dia de Natal de 2020, se ainda estivesse entre nós, o que deixou de acontecer desde 2011, quando faleceu, com 90 anos de idade (nasceu em 1920).
Figura ímpar da rádio e, posteriormente, da televisão portuguesa, Artur Agostinho começou a sobressair desde 1945, quando ingressou na então Emissora Nacional, salientando-se em especial no relato e narração do mundial de Hóquei em Patins, em 1947, que a selecção portuguesa venceu pela primeira vez, com o também então Pavilhão dos Desportos (hoje Pavilhão Carlos Lopes) em pleno “turbilhão” de alegria para os portugueses.
Ainda assim, os primeiros passos dados na carreira foi na Rádio Luz (Amadora, em 1938), seguindo-se Clube Radiofónico de Portugal, a Voz de Lisboa, Rádio Peninsular e Rádio Clube Português, de onde saltou para a Emissora Nacional.
Em paralelo, o “desportista da palavra”, pela sua figura, participou em vários filmes (entre 1946 e 1998), foi proprietário de uma agência de Publicidade, desempenhou as funções de Director no Jornal Record e no Jornal Sporting.
Em 1966 foi um dos primeiros a entrar na comissão (composta por jornalistas da área do desporto) que criaram o embrião do CNID-Clube Nacional da Imprensa Desportiva (foi aprovado com este nome pelo Governo de António Oliveira Salazar, porque era a única forma permitida por lei), tendo integrado os primeiros corpos sociais da referida instituição que, mais tarde, passou a designar-se como CNID-Associação dos Jornalistas de Desporto.
Em homenagem a um dos fundadores e jornalista imérito, o CNID passou (desde 2012) a distinguir os jornalistas que mais se destacassem na área da rádio como o Prémio Artur Agostinho – Rádio, que ainda se mantêm até aos dias de hoje.
O primeiro prémio conquistado por Artur Agostinho foi o Óscar da Imprensa (1962), entregue pela Casa da Imprensa no Pavilhão dos Desportos de Lisboa.
Em 2005, o jornal desportivo Record instituiu o “Prémio Artur Agostinho” destinado a premiar o desportista do ano.
Em 2006 o CNID atribuiu o “Prémio de Carreira Fernando Soromenho”, sendo de salientar, em 2010, que foi distinguido com Prémio Mérito e Excelência nos Globos de Ouro.
No mesmo ano, foi condecorado como Comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, distinção atribuída pelo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.
Artur Agostinho dá ainda nome ao Auditório do Estádio José de Alvalade, mercê do seu sportinguismo durante 62 anos como associado.
Uma história simples de um Homem que relatou, narrou e encantou tudo e todos, tendo servido de “modelo” para muitos radialistas na área do jornalismo desportivo.