Maria Martins (Ciclismo) e Norberto Mourão (Paracanoagem) foram eleitos como Atletas do Ano de 2020 pelo CNID-Associação dos Jornalistas de Desporto, entrou outras personalidades também distinguidas.
Num ano atípico, devido à pandemia da Covid-19 – que obrigou à paragem da maior parte das competições nacionais e internacionais das várias modalidades – o CNID quis, ainda assim, avançar no sentido de atribuir os prémios que fossem possíveis, se bem que, por força das mesmas circunstâncias, as respectivas entregas estão condicionadas.
A cerimónia deste ano que está a findar teria palco no decorrer da Odivelas Cidade Europeia do Desporto’2020, Município que, apesar de todos os esforços, também teve de reduzir os eventos previstos, muitos dos quais cancelados, situação que muito penalizou os desportistas.
De acordo com o CNID, está a estudar-se a melhor forma de fazer as respectivas entregas logo que haja uma oportunidade.
Maria Martins (21 anos) nasceu em Moçarria (Santarém) e conquistou a primeira medalha de ouro para o ciclismo nacional ao sagrar-se campeã mundial absoluta em pista, a que somou o bronze no europeu (também de pista) nas disciplinas de eliminação e scracht.
Uma excepcional atleta de pista e de estrada e que logo nos juniores deu nota da sua classe em provas internacionais. Os resultados actuais fazem dela já uma das melhores atletas de sempre do desporto português e permitem antever que a carreira atingirá ainda outros pináculos. Neste ano tão estranho, Maria Martins é um raio de esperança.
Norberto Mourão (40 anos), atleta de paracanoagem do Sporting Clube de Portugal, sagrou-se em 2020 vice-campeão na prova de VL2 200 metros da Taça do Mundo, disputada em Szeged, na Hungria. Um ano antes, precisamente no mesmo local, garantira a primeira vaga de sempre da paracanoagem portuguesa nos Jogos Paralímpicos, os que estão previstos para Tóquio.
Ainda na classe dos desportistas, foi distinguido José Manuel Constantino, Presidente do Comité Olímpico de Portugal, como Personalidade do Ano, dirigente com uma larga e saliente folha de serviços prestada em Portugal, sendo licenciado em Educação Física, foi professor do ensino básico (1973-1986) e docente universitário (1994-2002). Membro do Conselho de Fundadores da Fundação do Desporto (2001), presidente da Confederação do Desporto de Portugal (2000-2002) e do Instituto do Desporto de Portugal (2002-2005). Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (2016) e Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (2016). É presidente do Comité Olímpico de Portugal desde 2013. Hoje em dia é uma das vozes mais escutadas em Portugal sobre Desporto, sendo várias as intervenções relevantes durante o ano de 2020. Receberá o Prémio Fernando Soromenho, o primeiro presidente do CNID, em 1966.
A Federação Portuguesa de Ciclismo também foi considerada a Federação do Ano, primeiro porque A União Velocipédica Portuguesa – Federação Portuguesa de Ciclismo é a mais antiga federação desportiva do país, contando 121 anos. O presidente, Delmino Pereira, recentemente reeleito, esta à frente de uma organização que tem tido resultados excepcionais nos últimos tempos, algo nunca visto nas outras modalidades, com títulos europeus e mundiais de jovens e de consagrados, masculinos e mesmo femininos, algo ainda mais raro. O ano de 2020 foi mesmo verdadeiramente excepcional, com Daniela Campos, Maria Martins, Ivo e Rui Oliveira, Iuri Leitão ou João Almeida, Ruben Guerreiro ou Rui Costa, ou tantos e tantos outros. O Centro de Alto Rendimento de Anadia não pode ser dissociado deste conjunto de resultados, como não o pode ser o seleccionador nacional, Gabriel Mendes
Na área da Comunicação Social, foram distinguidos o jornalista Rui Santos (SIC), com o Prémio Neves de Sousa; o fotógrafo José Moreira (Record), com o Prémio Nuno Ferrari; Rádio, a Rádio Hertz (Tomar), com o Prémio Artur Agostinho; a Revelação é a jornalista Rita Latas (Sporttv), com o prémio Vítor Santos e a Dedicação é Murillo Lopes, com o Prémio Rodrigo Pinto.
Rui Santos (60 anos) tem carreira longa e profícua. Com apurado sentido da notícia e um certo gosto pela polémica, pelo desafiar as consciências em muitas matérias, porque o Jornalismo também se faz de “agitar as águas”. Começou em A Bola, foi colunista do Record, ganhou audiências e notoriedade na SIC.
José Luís Gageiro dos Reis Moreira (45 anos), nasceu em Lisboa e radicou-se no Porto. Tem feito a carreira no desporto e não só. A sua arte e o seu gosto vão muito além de um tema único. Ligado ao diário desportivo Record desde 1998, tem mais de 20 anos de experiência em todos os desportos e em todos os géneros. Está à frente do projecto Movenoticias, que dirige
Rádio Hertz – Acompanha sempre os jogos do Sporting de Tomar em hóquei em patins, em casa e fora, o futebol da zona de Santarém, mas também todas as modalidades. Tem um “site” sempre em actualização. Existe desde 1983, o tempo das chamadas “rádios piratas”. As emissões regulares começaram em 1984, entrou na legalidade em 9 de Junho de 1989.
Rita Latas (27 anos) nasceu em Lisboa e cresceu em Évora. Foi jogadora federada de futebol e futsal durante 13 anos, tendo começado no Lusitano de Évora, em futebol, numa equipa masculina. É licenciada em Sociologia pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa e obteve o mestrado em Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Profissionalmente, começou em A Bola TV e, em Março de 2019, mudou para a Sport Tv. Em 2020 tornou-se na primeira portuguesa a narrar em directo um desafio do primeiro escalão do futebol profissional.
Murillo Lopes (76 anos) tem sido de enorme dedicação ao CNID, de que é secretário-geral. Jornalista reformado, depois de longa e profícua carreira, sobretudo nos jornais, generalistas ou desportivos. António Murillo Oeiras Lopes é incansável na forma como desprendidamente serve o CNID ou na relação sempre correcta, leal e de ajuda desinteressada a todos os colegas. Continua a ser um exemplo para todos nós, uma força feita de coragem e de saber acumulado.