Cento e vinte e um são os concelhos de Portugal que entraram em vigor – desde segunda-feira passada – em situação de “Emergência”, de acordo com a decisão sufragada pelo Presidente da República, cujos dados se tem agravado, dia após dia, face aos números que tem sido revelados pela Direcção Geralda Saúde.
Depois do primeiro “recorde” em 8 de Outubro, com 1.278 casos positivos (em termos nacionais), quando foi atingido pela primeira vez a marca acima do milhar, a situação tem piorado e chegamos a esta quarta-feira (dia 11 de Novembro – de São Martinho) com um número novamente perto dos 5.000 casos diários (4.935), depois do “alto máximo” de 6.640 (no dia 7 deste mês), ainda que com a justificação de se referirem a um “acerto” da contabilização.
Nestes últimos quatro dias, os números continuaram no sobre e desce: 5.784 no dia 8, 4.096 no dia 9, 3.817 no dia 10 e, nesta quarta-feira, com um salto significativo para 4.935, no dia em que faleceram 82 cidadãos, o maior número diário de mortes registado nesta pandemia.
Nesta quarta-feira é também notícia a “ausência da divulgação, por parte da Direcção Geral de Saúde, das estatísticas, nas duas últimas semanas, dos devidos registos concelhios”, segundo os autarcas da zona norte.
Autarcas que, na ausência desta informação, ficam de mãos atadas e sem saber o que fazer, porque dependentes dos números para poderem colaborar com as autoridades nacionais na mitigação de medidas que possam aliviar a “carga” que recai sobre os seus ombros.
De acordo com a DGS, a Directora Geral terá afirmado que o assunto está a ser estudado e que, até final desta semana, os dados voltariam a ser difundidos, mas apenas aos autarcas, não se sabendo se as estatísticas poderiam “descer” ao nível das freguesias ou mesma aos “bairros”, estes em especial nas zonas mais populosas como Lisboa e Porto ou outras cidades de maior densidade populacional, informação que também divulgada pelo Secretário da Estado da Saúde, na visita que fez esta quarta-feira ao norte do país.
Isto porque se torna muito importante, quer do ponto de vista da saúde, sociológico e psicológico, reconhecer que importa saber onde se encontram os “focos” das infecções, para que os fregueses que estejam à volta possam tomar cuidados ou, no mínimo, tomar conhecimento do que “gira” à sua volta e dos respectivos agregados familiares no que se refere ao Covid-19.
É crível que possam existir regras que possam impedir a difusão desde tipo de informação a nível dos “fregueses” mas a verdade é que todos deviam saber o que se passa para também contribuir para o não alastramento da situação.
Quem não sabe – ou não quer saber – tem tendência a não ligar ao que se vai dizendo (quando se divulga), até que algo possa entrar pela “porta dentro”.
Pelo que “cidadão informado poderá fazer mais e melhor”, o que até é um dever cívico, para além de ético.
Posto isto, será bom que os dados relativos às freguesias e ou “bairros” possam ser divulgados, para evitar que se venham a saber apenas quando serão (ou poderão ser) confinados de um dia para o outro.
E pode estar mais perto disso, considerando que o Conselho de Ministros vai reunir-se esta quinta-feira para analisar a situação e decidir sobre novas ou outras medidas a tomar para travar esta pandemia.
Recorde-se que os concelhos que estão sob medidas de “Emergência” são: Alcácer do Sal, Alcochete, Alenquer, Alfândega da Fé, Alijó, Almada, Amadora, Amarante, Amares, Arouca, Arruda dos Vinhos, Aveiro, Azambuja, Baião, Barcelos, Barreiro, Batalha, Beja, Belmonte, Benavente, Borba, Braga, Bragança, Cabeceiras de Basto, Cadaval, Caminha, Cartaxo, Cascais, Castelo Branco, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Chamusca, Chaves, Cinfães, Constância e Covilhã.
Espinho, Esposende, Estremoz, Fafe, Figueira da Foz, Fornos de Algodres, Fundão, Gondomar, Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, Lisboa, Loures, Macedo de Cavaleiros, Mafra, Maia, Marco de Canaveses, Matosinhos, Mesão Frio, Mogadouro, Moimenta da Beira, Moita, Mondim de Basto, Montijo, Murça, Odivelas, Oeiras, Oliveira de Azeméis, Oliveira de Frades, Ovar, Palmela, Paredes de Coura, Paredes, Penacova, Penafiel, Peso da Régua, Pinhel, Ponte de Lima, Porto, Póvoa de Varzim e Póvoa do Lanhoso.
Redondo, Ribeira da Pena, Rio Maior, Sabrosa, Santa Comba Dão, Santa Maria da Feira, Santa Marta de Penaguião, Santarém, Santo Tirso, São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João da Pesqueira, Sardoal, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sever do Vouga, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Tabuaço, Tondela, Trancoso, Trofa, Vale da Cambra, Valença, Valongo, Viana do Alentejo, Viana do Castelo, Vila do Conde, Vila Flor, Vila Franca de Xira, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, Vila Velha de Ródão, Vila Verde, Vila Viçosa e Vizela.