O Bayern de Munique aterrou em Lisboa para conquistar a sexta Liga dos Campeões, em onze presenças na final, numa partida em que demonstrou sempre mais qualidade do que o estreante Paris Saint Germain (que se tornou a 41ª equipa a chegar à final), que ficou a dever a si próprio o incaracterístico nível de um encontro correspondente à 65ª final desta competição.
Desde o primeiro minuto de jogo que se percebeu que os alemães foram mais fortes em todos os sectores, teve uma posse de bola de 62/38% para um número global fraco de remates (12-10), dos quais, pasme-se, apenas resultaram dois para a baliza, um dos quais deu golo. Do lado dos franceses apenas surgiram três remates para a baliza mas zero golos.
Mostrando mais pujança física e mental logo após o apito inicial, os alemães foram impondo as regras do jogo, controlando sempre mais e, em especial, quase no sistema de homem a homem, que deu resultado, porquanto os franceses pouco espaço tiveram, aliás como se confirma pela estatística dos remates para a baliza.
A partir do quarto de hora o PSG começou a tentar equilibrar a partilha da bola, ainda que sem rematar, com Neymar (18’) a surgir isolado e a rematar para as pernas de Neuer, que surgiu na sua frente.
A resposta do Bayern foi lesta (22’) e Lewandowski, num forte remate à meia volta e dentro da área francesa, levou a bola a bater com força no poste de Navas, acção que teve a reacção francesa com Di Maria a isolar-se pelo lado direito, rematar com o pé do mesmo lado (é esquerdino) e mandar a bola para as nuvens.
A primeira baixa no jogo foi para os alemães, que viram Boateng a ter que sair (25’) do jogo por motivo de lesão.
À meia hora (31’), em mais um ataque do Bayern, Lewandowski subiu mais alto e cabeceou para a baliza de Navas, com este a não segurar a bola mas a recuperá-la logo a seguir, tendo o PSG retorquido (45’) com Mbappé a fazer passes na grande área dos alemães e a rematar, depois, fraco e à figura de Neuer.
No minuto de prolongamento que se seguiu, Keher derrubou Coman mas o VAR (que estava atento e respondeu quase de imediato ao árbitro, sem se ter percebido) confirmou que fora uma jogada limpa.
No segundo tempo, o Bayern voltou à “carga”, tendo surgido duas situações de “frisson”, uma para cada uma das equipas, com o árbitro a puxar de amarelos e a tentar “arrefecer” os ânimos, o que conseguiu, aqui já a demonstrar, por um lado, que o PSG continuava muito longe do rendimento que se pretendia para ser campeão e, por outro, com os alemães a ficar também “nervoso”, face às “entradas” mais ríspidas dos franceses.
Com tanta falta de oportunidades de golo, foi o Bayern a aproveitar uma desatenção da defesa francesa para que chegasse ao 1-0, golo obtido (59’) por Coman, que estava no sítio e momento certo para cabecear e bater Nava sem apelo nem agravo.
Com os alemães mais “soltos”, Coman (62’) rematou para Navas defender à primeira e Thiago Silva atirar para canto para salvar a situação.
A falta de frescura física e de ideias começou a ficar latente no PSG, com Neymar e MBappé com baixo rendimento e a não tentar chegar-se mais à frente, o que só surgiu (80’) com um último “suspiro”, ainda que sem resultado palpável.
Aproveitou o Bayern (84’) para tentar aumentar a vantagem, mas o livre directo marcado por Coutinho passou a rasar o poste da baliza de Navas.
No tempo complementar (90+2’) coube a Neymar preparar o último cruzamento, a caminho de Choup-Moting, que não chegou a tempo para rematar, perdendo-se a bola pela linha final.
Com este triunfo, o Bayern igualou o Liverpool no terceiro lugar (6), sendo o Real Madrid o “papão” (13 títulos), seguido do Milão (7).
Nos marcadores, Lewandowski foi o melhor, com 15 golos (o recordista ainda é Cristiano Ronaldo, com 17 em 2014), seguido de Haaland (Salzburg/Borussia Dortumund), com 10 e Gnabry (Bayern Munique), com 9.
Lisboa fica, mais uma vez, para a história da Liga dos Campeões, especialmente pela pandemia do Covid-19 que surgiu neste ano de 2020, mas que soube honrar os seus pergaminhos como organizador de eventos de grande gabarito, mesmo em situações desfavoráveis.