Segunda-feira 23 de Novembro de 3029

Comité Olímpico de Portugal consagrou mais seis desportistas portugueses

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João Ganço, técnico do campeão olímpico Nélson Évora – que o acompanhou ao longo de 25 anos, bem como outros atletas que treinou até aos dias de hoje – foi consagrado com o principal prémio atribuído pelo Comité Olímpico de Portugal, ao receber a Ordem Olímpica Nacional, na Celebração Olímpica que esta quinta-feira teve lugar em Lisboa.

Na linha de importância regulamentar, a Medalha de Excelência Desportiva foi atribuída aos atletas Fu Yu (Ténis de Mesa) e Jorge Fonseca (Judo), a primeira porque conquistou a primeira medalha de ouro (individual) da história da modalidade ao vencer os Jogos Europeus (Minsk), bem como a medalha de prata nos europeus (equipa).

Jorge Fonseca porque também conseguiu conquistar a primeira medalha de ouro, como campeão do mundo, na história do judo português, feitos de assinalável êxito para o desporto nacional.

António Bessone Basto, o “globetrotter” do desporto luso – praticou 13 modalidades, sendo olímpico em 1964 (Tóquio) – viu-se coroado com a Medalha de Mérito, que lhe assenta quem nem uma luva.

Outra figura do desporto português que, aos 82 anos, ainda continua a participar em provas de estrada, foi reconhecida com o Prémio Ética Desportiva, pela acção relevante em prol dos princípios e valores da ética no desporto, susceptíveis de constituir exemplos virtuosos e pedagógicos, no que é uma atribuição elogiosa a toda a uma vida dedicada à modalidade.

Patrícia Sampaio (judo), um dos distinguidos com o Prémio Juventude, sagrou-se bicampeã europeia de juniores (2018 e 2019), foi 5ª classificada no mundial de seniores e bronze no mundial de juniores.

Ricardo Batista (Triatlo) foi o outro jovem que recebeu o Prémio Juventude por se ter consagrado campeão mundial de juniores e ter ainda conquistado a medalha de bronze no europeu da categoria.

O Prémio Prestígio foi outorgado à Repsol, um dos parceiros do COP, pelo apoio ao Movimento Desportivo Nacional, que vai muito para além da relação bipartida com o Comité, considerando-se uma entidade empresarial que esteve presente e disponível para apoiar o COP num conjunto alargado de projectos.

José Manuel Constantino, presidente do COP, referiu que a “cerimónia celebra o Movimento Olímpico Nacional, distinguindo atletas, treinadores, dirigentes e organizações desportivas que encontram na Excelência um valor que os une e são dignos do orgulho de toda a nação. Na pessoa de cada um, prestamos homenagem e agradecemos o papel de todos os que contribuíram para edificar estes exemplos aos olhos dos portugueses.”

O presidente do COP sublinhou também o entendimento que tem acerca da vocação da instituição, ao afirmar que “desde a primeira hora que assumimos o desígnio de valorizar socialmente o desporto, pois acreditamos que a visão e a missão de um Comité Olímpico Nacional é, para um país que se pretende desportivamente desenvolvido, muito mais do que um operador de viagens que prepara missões desportivas. Equacionar ou limitar o papel de uma organização cimeira do tecido desportivo de um país, como é um Comité Olímpico Nacional, a um horizonte estreito de organização de missões desportivas, configuraria um retrocesso na criação de valor desportivo para Portugal e o primeiro sinal de alheamento em relação à sua competitividade externa.”

O papel assumido pelos parceiros do COP foi igualmente destacado por José Manuel Constantino, tendo salientado que “reconhecemos a responsabilidade social e corporativa dos parceiros comerciais que desde a primeira hora têm um apurado sentido de sustentabilidade e compromisso cívico que os orienta para obrigações sociais para além dos lucros imediatos ou de capitalizarem mediaticamente as suas marcas.”

Deixou ainda um estímulo a novas parcerias “pois são determinantes para alavancar o País para outros patamares desportivos, ainda excessivamente dependente do financiamento público.”

O Presidente do COP não deixou de fora do seu discurso os dirigentes, dizendo que “este é também o momento em que devemos agradecer o papel dos responsáveis políticos na área do desporto, que ao longo deste ciclo olímpico têm procurado cumprir com rigor os compromissos formalizados com o Comité Olímpico de Portugal, formulando votos de sucesso para o exercício de funções governativas em que foram recentemente reconduzidos. Mas também aos municípios e autarquias locais – muitos aqui presentes – que investem no tecido associativo local e sem os quais o trabalho dos atletas, dos seus treinadores, dirigentes e clubes e federações não teriam os resultados expressivos que alcançaram.”

Quando se aproximam os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, José Manuel Constantino vincou a importância da participação portuguesa, tendo afirmado que “ao longo deste ciclo olímpico trabalhámos para dar as melhores condições de preparação àqueles que, no próximo ano, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, terão a missão de acrescentar mais um capítulo na história desportiva de Portugal.”

Reforçou o entendimento que possui acerca dos resultados desportivos, salientando que “sabemos que uma medalha se transforma rapidamente na medalha de um país, onde todos reclamam o seu quinhão, na mesma medida em que a debandada no desaire procura inapelavelmente os mesmos bodes expiatórios. São as regras deste jogo e nós conhecemo-las.”

Por seu lado, o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, sublinhou a importância assumida pelos atletas no trabalho de “servir o país”, recordando uma conversa com o presidente do COP, quando faltavam 1.000 dias para os Jogos Olímpicos, para reafirmar a necessidade de “preparar bem a participação portuguesa. Trabalhamos com o COP para criar as melhores condições.”

Tiago Brandão Rodrigues lembrou igualmente que “o desporto de hoje implica mais investigação, mais investimento. É necessário entender que a preparação dos atletas implica um trabalho diferenciado”, disse, aludindo à colaboração crescente das universidades no treino para o alto rendimento.

Perspectivando Tóquio 2020, o Ministro da Educação sublinhou que “os Jogos Olímpicos são lugares de superação”, tendo desejado “muita sorte, trabalho e felicidades” para os atletas portugueses.

O presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, João Rodrigues, destacou a relação que o COP tem desenvolvido com os atletas, “de confiança, respeito e amizade”. E lembrou que estes “têm adquirido competências, aprenderam a comunicar e podem ser mais-valias para a sociedade. Estão representados na Comissão Executiva do COP, no Conselho Consultivo da ADoP, por que não também nas federações?”

João Rodrigues defendeu que os atletas são “os maiores mensageiros dos ideais olímpicos”, com o seu “saber de experiência feito. Usemo-los para perseguir esses ideais, porque uma vez olímpicos, olímpicos para sempre.”

Pelo sucesso que alcançaram, na noite desta quinta-feira foram igualmente distinguidos os chefes das missões organizadas pelo COP durante o ano de 2019: Pedro Flávio (Festival Olímpico da Juventude Europeia de inverno); Marco Alves (Jogos Europeus); Catarina Monteiro (Festival Olímpico da Juventude Europeia de verão e Jogos Mundiais de praia); e Filipe Jesus (Jogos do Mediterrâneo de praia).

As escolas participantes no Programa de Educação Olímpica que mais se evidenciaram em 2019 também subiram ao palco: Escola Secundária Fernão do Pó (Bombarral), Agrupamento de Escolas Rio Novo do Príncipe (Cacia), Escola Secundária Rocha Peixoto (Póvoa de Varzim) e Agrupamento de Escolas do Cerco (Porto). Também a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo foi alvo de distinção pela organização do Dia Olímpico.

 

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