É evidente que o título não corresponderá muito ao que podem pensar os adeptos do clube – tal o “descontentamento” que acumulam, por tantos “falhanços” do central – mas a verdade é que Coates tem sido o elemento que mais tem destabilizado a equipa, ao marcar, na sua baliza, cinco golos na presente época.
Para além dos aspectos negativos que esse comportamento (quiçá inadvertidamente…) acarreta em termos de clube – que não pode continuar a permitir que isso se repita frequentemente – é muito provável que o atleta precise de ajuda psicológica, porque não há memória, nos anais do futebol mundial, um tamanho “descalabro” por parte de apenas um jogador, o que implica (devia ter implicado logo após a primeira situação) a tomada de medidas preventivas, o que não se verificou e o que se tornou grave para a formação leonina.
A este caso, na partida desta segunda-feira, frente ao Famalicão (que por certo marcaria golo face à posição do seu avançado), bem se pode juntar o comportamento tido pelo “capitão” Bruno Fernandes que, após um segundo amarelo seguido de expulsão, resolveu seguir para as cabinas e pontapear as portas que encontrou pelo caminho.
Um desnorte que, afinal, não é apenas de um jogador, o que afecta os restantes e o que origina este tipo de resultados negativos, não se sabendo que medidas têm sido tomadas para alterar este tipo de comportamentos. É isto que os adeptos esperam que o clube esclareça.
Quanto ao jogo, e à parte o resultado – sobre o qual se deve dar o mérito ao Famalicão por saber “provocar” e aproveitar, com isso, amealhar pontos atrás de ponto, de forma a manter-se líder – o Sporting não mostrou, uma vez mais, que está à altura de lutar pelo título.
Dos onze jogadores que entraram inicialmente, apenas um é português. O que sugere outra pergunta: onde está a formação?
O primeiro perigo (15’) foi criado pelo Famalicão, quando Rosier, não estando no seu lugar, permitiu que Lameiras se chegasse perto do poste direito da baliza e obrigasse Reinan a defender com alguma dificuldade e para canto, respondendo o Sporting com Miguel Luis (20’) a chegar isolar-se e rematar, perto da linha de grande área, mas ao lado da baliza.
No minuto imediato, Reinan voltou a evitar o golo dos visitantes ao defender um remate de Fábio Martins, deixando fugir a bola que Toni Martinez recarregou então sim para Reinan segurar.
Quatro minutos depois (25’), Vietto voltou a isolar-se e, desta vez, fez um belo “chapéu” a Defendi e mandou a bola para o ângulo superior direito da baliza, sem hipótese para o guardião minhoto, fazendo o 1-0 para os leões.
Vietto que voltou a importunar (28’) mas Defendi estava atento e defendeu.
Lameiras (39’) voltou a criar perigo junto da baliza do Sporting, roubando a bola a Doumbia, mas nada se passou.
O intervalo estava perto e se é verdade que o Sporting gizou mais jogadas de perigo, a verdade é que os remates não se sucederam e os golos não apareceram.
No segundo tempo, o jogo começou com uma movimentação mais rápida, com o Sporting à tentar chegar à frente para ver se fazia outro golo, mas nada aconteceu.
Numa dessas jogadas, a bola é perdida pelos leões na grande área do Famalicão, que encetou (55’) um contra-ataque rápido e com a bola a deslizar suavemente pela relva, controlada por Lameiras que, aproveitando o recuo da defesa leonina, foi subindo espaço até chegar à linha de grande área e rematar para o empate. O que foi o primeiro balde de água fria.
Cinco minutos depois o Famalicão voltou a criar perigo, que Renan resolveu, mas não conseguiria evitar o golo (63’) quando viu a bola a passar a milímetros do poste.
Dois minutos depois o segundo golo do Famalicão voltou a estar à vista mas Renan desviou, com o pé para canto para, no minuto seguinte, na marcação rápida de um livre, um jogador do Famalicão atitar por cima da barra, sem ter barreira pela frente. Desatenção da defesa leonina.
A baliza do Sporting estava sob mira permanente dos jogadores do Famalicão e (72’) o golo voltou a estar por perto, quando Lionn – deixado livre por Belasie – cabeceou a rasar o poste.
Em crescendo, ante a passividade do meio campo sportinguista, que teimou em ser “permeável”, ao recuar sucessivamente quando o Famalicão atacava, os minhotos conseguiram chegar ao segundo golo, marcado por Coates (88’) na própria baliza, ao desviar um centro de Domingos Gonçalves para o fundo da baliza.
Até final (90+5’) não houve mais golos e o Sporting perdeu não só por mais um falhanço de Coates mas porque a equipa não jogou o suficiente para ganhar. Podia ter feito a terceira substituição e não se sabe porque Leonel Pontes não a cumpriu. Desorientação completa.
Dirigido pelo árbitro Hugo Miguel e pelos assistentes Bruno Jesus e Ricardo Santos (assinalar foras-de-jogo que fique para o VAR, pelo que não percebe o que ali estão a fazer), as equipas alinharam:
Sporting: Renan; Rosier, Coates, Mathieu e Acuña; Wendel, Doumbia, Bataglia (Jesé, 76’) e Miguel Luís; Bolasie e Vietto (Jovane Cabral, 63’).
Famalicão: Defendi; Lionn, Nehuén, William e Centelles; Guga, Gustavo Assunção e Pedro Gonçalves (Racic, 87’); Lameiras (Domingos Gonçalves, 79’), Fábio Martins e Toni Martinez (Anderson, 67’).
Disciplina: amarelos para Miguel Luís (28’), Nehuén (37’), Mathieu (55’). Doumbia (62’) e Lameiras (77’).