Bem se pode dizer que o Sporting foi “baleado” na Supertaça, a primeira competição oficial da época de 2019/2020, depois de perder (5-0) ante um Benfica campeão em título que, nas terras algarvias, espremeu um leão sem “fome” e sem sorte.
Apesar de ter sido o Benfica a ser o autor da primeira “fífia”, quando Ferro desviou a bola para a sua baliza e obrigou Odysseias a esticar-se e a desviar para canto, a verdade é que o Sporting voltou, em termos globais, a cometer erros de marcação que valeram uma derrota pesada de mais para o que se verificou, mas que o Benfica aproveitou com proveito superior.
Quase sempre com dificuldades em sair dos “interiores” do seu meio campo, o Sporting demorou de mais a procurar o caminho, primeiro para o equilíbrio e, depois, para operacionalizar do meio campo para a frente, os leões foram sendo, consecutivamente, como que acossados por uma águia que estava de bico afiado.
Para conter a maior pressão benfiquista, alguns jogadores do Sporting começaram em entrar um pouco mais “duro”, forma de jogar que o árbitro Nuno Almeida não permitiu por muito tempo, com Acuña a ser o primeiro a estrear o amarelo quando se completou o minuto 20. E muito havia para jogar … e também para aumentar o número de amarelos, que chegou à dezena no final do jogo, elevado de mais para uma partida que se se queria de um hino à ética e ao fair play. É o que se chamar começar por baixo, neste campo.
Sempre mais perto da baliza adversária, o Benfica criou mais situações de perigo e abriu o marcador a cinco minutos do intervalo, quando Rafa fez o 1-0, a passe de Pizzi para trás do defesa Tierry Correia, que deixou escapar o atacante encarnado e que rematou pela certa, ainda que Renan não se tivesse mexido.
O segundo tempo iniciou-se com o árbitro a mostrar mais três cartões amarelos (Grimaldo, Raphinha e Ferro) e (60’) o Benfica chegou ao 2-0, agora por Pizzi a passe de Rafa, depois de uma falha de Mathieu na grande área, que levou ao aproveitamento por parte de Rafa para endossar para o segundo golo, sinal de que os benfiquistas queriam “despachar” o resultado depressa.
Mais amarelos são distribuídos (Coates e Bruno Fernandes) aos 62’ e, dois minutos depois, é o Benfica a aumentar para 3-0, por Grimaldo, no livre directo superiormente marcado (para fazer a bola entrar entre a mão de Renan e o poste mais perto) com os quatro homens da barreira sportinguista a “fazerem de conta” porque nem sequer saltaram para tentar desviar a bola. Deu golo directo.
Se depois do 2-0 o Sporting passou a “tremer” ainda mais, com o terceiro golo como que acabou como equipa, até porque Rafa e Pizzi (este o melhor em campo) fizeram o favor de contrariar tudo o que o Sporting pretendia.
Os leões ainda “embalaram” para algumas jogadas com certo perigo, mas não passou disso, já que o Benfica esteve sempre mais assertivo.
Pizzi (75’) voltou a marcar – fazendo o seu segundo golo do jogo – numa jogada ao primeiro toque (como deve ser), em evolução contínua para a baliza, com Rafa a endossar o esférico no momento próprio para o companheiro chegar ao 4-0.
A dois minutos do fim Doumbia viu o segundo amarelo e saiu com o vermelho – já tem um jogo de suspensão garantido na abertura da Liga – e sobre os 90 minutos Chiquinho, que tinha entrado há pouco tempo, chegou na altura própria para empurrar a bola para a baliza depois das falhas consecutivas da defesa e concluir o resultado com uma mão cheia (5-0) de golos.
Um castigo pesado demais para os leões, que falharam demais nesta abertura de época oficial.
Nuno Almeida, com os assistentes André Campos e Bruno Jesus, estrearam-se num jogo desta envergadura e mostraram-se que o tempo das “facilidades” estão para acabar, assim sejam cumpridas as regras à risca, em especial nos contactos, onde o VAR podia servir de um excelente auxiliar.
Para melhorar há ainda muito para fazer e será bom que os horários sejam antecipados para benefício dos espectadores, porquanto são os pagadores, sob pena de os estádios poderem ter menos gente no futuro.
Para registo, as equipas iniciaram o jogo com os seguintes jogadores:
Benfica – Odysseias; Nuno Tavares, Rúben Dias, Ferro e Grimaldo; Florentini, Gabriel e Rafa; Pizzi, Tomás e Seferovic.
Sporting – Renan; Tierry Correia, Coates, Mathieu e Neto; Doumbia, Wendel e Acuña; Raphinha, Bas Dost e Bruno Fernandes.