O Sporting fechou este domingo a “época” dos jogos de preparação com segunda derrota – depois de três empates – no que foi a menos conseguida de há muito tempo a esta parte e bem longe do que fizeram os directos rivais como o F. C. do Porto e o Benfica que, neste mesmo dia, obteve outro triunfo frente aos italianos do Milan.Por certo que os 32.154 espectadores que estiveram no Estádio Alvalade gostariam de ter visto os leões chegarem ao fim na posição de vencedores, mas a verdade é que isso não aconteceu, devendo reconhecer que a equipa ainda precisa de “afinações”, que demoram a concretizar-se – independentemente dos jogadores que fazem parte do plantel, também ainda não definido na plenitude, porquanto o grupo tem de ser coeso, responsável e funcionar em termos de “harmónio”, em que a “música” deve ter vários tons e sob a direcção de um “maestro” que jogue e não “provoque”, como continua a acontecer com Bruno Fernandes.
Parece ser concludente que foi um jogador influente na época passada, levou “a equipa às costas”, mas também não é menos verdade que em muitos jogos a felicidade este com ele próprio e com a equipa, levando-o ao “estrelato” de ser o médio que se sagrou o melhor marcador europeu.
Na partida frente aos valencianos, é certo que Bas Dost, com um magnífico remate à meia volta, abriu o activo (5’) para os leões, mas nem isso deu tranquilidade porquanto, cinco minutos depois (9’), os espanhóis empataram por Kondogbia, no seguimento de um canto marcado para o centro da área, cabeceando a bola numa altura em que não tinha cobertura da defesa.
Estes dois lances tiveram o condão de tentar “espevitar” o andamento do jogo, se bem que a velocidade empregue pelas duas equipas não foi por aí além.
E foram os espanhóis que tiveram o segundo golo à vista (19’) quando Diakhaby cabeceou e obrigou Renan a uma grande defesa, o que se repetiu alguns minutos depois (27’), com Renan, de novo, a safar em cima da linha de golo um cabeceamento de Maxi.
Do lado dos leões a “chama” não aquecia e a perigosidade das hipóteses de avançadas foram anuladas nos primeiros passes, verificando-se uma supremacia espanhola por via do jogo colectivo e mais rápido na transição da bola.
Os leões bem tentaram chegar ao golo aproveitando algumas faltas perto da grande área, mas a pontaria não estava “aferida” e a bola saiu ao lado dos postes ou por cima da barra.
Daí que (36’) o Valência revelasse maior acuidade no ataque organizado e voltou a estar perto do golo, desta vez por intermédio de Garay, voltando a valer a intervenção de Renan para safar a situação.
No mínuto suplementar da primeira parte, o Valência teve outra oportunidade para marcar mas mão conseguiu pela excelente intervenção de Renan, que defendeu o livre directo marcado por Wass.
No segundo tempo, o Valência apresentou-se como novos jogadores (pelo menos oito) enquanto o Sporting não fez qualquer alteração, o que terá sito “fatal” para os leões, já cansados, que começaram também a sentir os efeitos da temperatura, aliado ao esforço feito na primeira parte.
Numa nova arrancada, o Valência voltou a criar perigo, quando a bola foi enviada para a grande área e o árbitro, João Pinheiro, assinalou uma grande penalidade contra o Sporting, por Coates ter rasteirado o espanhol Rodrigo – o que deixou muitas dúvidas.
Na cobrança, o mesmo Rodrigo rematou forte mas Renan deu o corpo à bola e defendeu, com a recargar a sair por para fora.
Perante esta pressão, a mais fresca equipa (Valência) continuou a insistir em criar mais perigo e chegou ao segundo golo. Num contra ataque rápido (66’), com a bola ao primeiro toque, Rodrigo voltou a estar na linha da frente para centrar para a área onde surgiu Gameiro, frente a Renan e a fazer o 2-1, numa clara desconcentração da defesa leonina.
Com as alterações introduzidas a partir da uma hora de jogo – a dois tempos – o Sporting tentou, no último quarto de hora, chegar ao empate mas nem Raphinha (73 e 75’) e Bruno Fernandes (86’) conseguiram concretizar as oportunidades criadas, esta última porque o guardião espanhol (na altura Cillessen) voou para desviar a bola da baliza.
Um pouco antes (82’) um defesa do Valência desviou a bola do braço, o que foi claro, mas o árbitro nada marcou, pelo que os espanhóis conquistaram o Troféu Cinco Violinos.
Muito trabalho ainda por fazer em Alvalade.
Sob a direcção de João Pinheiro e em equipa com os Assistentes Bruno Rodrigues e Nuno Eiras, as equipas iniciaram o jogo com as seguintes formações.
Sporting – Renan; Borja, Coates, Mathieu e Thierry Correia; Wendel, Doumbia e Bruno Fernandes; Vietto, Bas Dost e Raphinha.
Jogaram ainda: Ilori, Eduardo Henrique, Acuña, Luís Neto, Diaby, Luiz Phellype.
Valência – Domenech; Wass, Diakhaby, Garay, Ruiz; Vallejo, Kondogbia e Parejo; Maxi, Gonçalo Guedes e Jason.
Jogaram ainda: Cillessen (gr), Uros, Paulista, Gameiro, Gaya, Kang In, Coquelin, Rodrigo, Piccini, Villalba e Jimenez.
Artur Madeira