Domingo 23 de Novembro de 9349

Portugal campeão mundial de Hóquei em Patins com Girão a Herói Nacional

HoqPatins-Mundial-Troféu-14-07-2019Depois de três jogos de suor e lágrimas, em que o sim e não andaram de mãos dadas quase segundo a segundo, Portugal conseguiu “destronar” a Itália, a Espanha e, finalmente, a Argentina, da corrida ao título máximo da modalidade em que os lusos dominaram nos anos cinquenta e sessenta.

Este triunfo, alcançado no campo (Barcelona) do adversário sabe muito melhor e é um prémio extraordinário para uma formação onde sobressaiu um guarda-redes merece tudo o de melhor que houver no mundo, porque foi ele que “salvou” Portugal de ficar pelo caminho nas referidas três partidas, tendo defendido as grandes penalidades essenciais para que se chegasse ao 16º título mundial, ficando apenas a um da Espanha, os eternos rivais de toda a história desta modalidade.

Depois de ter vencido a Itália por 4-2 (2-2 no tempo regulamentar e no prolongamento que garantiu as grandes penalidades), a formação lusa voltou a fazer o mesmo frente à Espanha, nas meias-finais, com 7-5 (5-5 em tempo regulamentar, prolongamento e grandes penalidades) para chegar a este domingo – ao estilo de que não há duas sem três – e voltar a esta “artimanha” para derrotar, na final, outra temível selecção, como a Argentina, a quem venceu por 2-1, com golos a surgirem apenas na fase das grandes penalidades.

Se em relação aos jogos com a Itália e a Espanha Portugal esteve sempre mais perto da felicidade, porquanto falhou mais, em especial do ponto de vista na concentração e na atenção de jogo, o que provocou “calafrios” em determinadas alturas, porque em desvantagem no marcador, a verdade é que frente à Argentina não tenhamos dúvidas que, em jogo jogado, os argentinos foram superiores mas, aí, Portugal não facilitou, porque mais coesos, mais concentrados e tendo na rectaguarda um guarda-redes que defendeu tudo para garantir um troféu que fugia desde 1993, ou seja, há dezasseis anos.

Daí uma vitória mais saborosa, enaltecida desde o Presidente da República ao Primeiro-ministro, passando ainda por clubes como a Oliveirense, F. C. do Porto, Sporting, afinal quem suporta a modalidade em Portugal, teimando em apostar numa modalidade que, apesar de ter sido de demonstração nos Jogos Olímpicos de 1992, não mereceu o favor do Comité Olímpico Internacional para que fosse nomeada como olímpica, por razões que penalizaram mas que estiveram bem à vista (violência demasiada nos jogos, quezílias consecutivas, a bola mal se via a rolar).

No entanto, tarde mas chegou – pelo que se viu nos principais jogos – a técnica superou os factores físicos e os motivos disciplinares mais graves não se viram. Um hino também à ética, ao desportivismo e ao fair play.

A festa final foi feita pelos portugueses no Palau Blaugrana – um Multiusos de primeira água em Espanha – onde muitos portugueses ali presentes cantaram o hino e souberam “indicar” o caminho da vitória à formação portuguesa, que acreditou sempre “vale mais tarde do que nunca” para ganhar, em especial da maneira que o fez.

O herói da ocasião foi, como se referiu, o guardião Girão mas o título é de todos porquanto se um defende (muito e bem) outros tem que marcar os golos para se chegar à vitória.

Uma noite portuguesa, com certeza, em Espanha.

Nestes World Roller Games (que reuniu várias disciplinas de patins com rodas) estiveram presentes 4.120 atletas de 81 países, cuja competição reuniu 128 competições nas várias disciplinas com patins.

 

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