Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

João Sousa tremeu mas … não caiu

Carlos Palma /CN

Carlos Palma /CN

No regresso à competição onde foi feliz em 2018 – quando venceu pela primeira vez – João Sousa defrontou o australiano Popyrin e teve alguns “tremores”, em especial no primeiro no primeiro set, dando o tom para o final em que voltou a ser derrotado por 6-4 depois de hora e meia de jogo, tendo recuperado de 1-4 para o 6-4 final.

No segundo perdeu por 6-2 e no terceiro voltou a vencer (6-2), numa partida que o australiano se mostrou “abatido”, entrou em “descrença” e não deu luta nos quatro últimos sets.

Um dia depois de ter entrado a ganhar na variante de pares, João Sousa derrotou Alexei Popyrin por 6-4, 2-6 e 6-2 para carimbar o acesso à segunda ronda do quadro principal de singulares do Millennium Estoril Open.

Ao fim de duas horas e um quarto, o Estádio Millennium pode voltar a gritar “vitória para João Sousa”, que se junta ao compatriota João Domingues na segunda eliminatória. O próximo adversário reúne outro tipo de credenciais — é o belga David Goffin, o número 25 do mundo (quarto cabeça de série) que já esteve no top 10 e disputou a final do ATP Finals em 2017 e da Taça Davis em 2015 e 2017.

O campeão em título do Millennium Estoril Open comentou a sexta vitória consecutiva no torneio.

“Estive bastante nervoso, mas consegui lidar bem com a situação porquanto o objectivo principal era vencer e foi alcançado”.

Sobre o adversário, Sousa salientou que é “um excelente jogador, que serve muito bem e que quando tem tempo pega na direita e domina o ponto”. A surpresa foi a capacidade defensiva do australiano — “um falso lento”, como o descreveu, porque se mexe rapidamente apesar da elevada estatura (1,96 metros). “Tenho a certeza de que vai fazer grandes resultados no futuro”, apontou.

Face a um encontro tão desgastante, João Sousa confessou estar “cansado”, até porque a circunstância também lhe trouxe algum nervosismo. “É normal um português ficar nervoso a jogar em casa. O Rafa (Nadal) sempre me disse que o mais difícil do mundo é jogar em casa”.

Para o ajudar a contornar a situação, o 51.º melhor jogador do ranking mundial contou com o apoio dos portugueses. “O público ajudou-me muito, sobretudo no primeiro set. Puxaram por mim a todo o momento, mesmo quando estava a perder por 4-1, e depois consegui fazer cinco jogos seguidos. Não é fácil jogar quando se está nervoso mas o público ajudou-me a manter-me focado e a jogar a um bom nível.

EstorilOpen2019_H0P0874“É sempre bonito jogar em Portugal e é sempre especial vencer em casa”, concluiu João Sousa — que tem como próximo adversário o belga David Goffin, quarto cabeça de série.

Por seu lado, Frances Tiafoe, finalista da edição passada do torneio, regressou ao torneio português com uma vitória sobre o cazaque Mikhail Kukushkin por 6-3 e 7-5.

O jovem norte-americano, esta semana na 31ª posição do ranking ATP, fechou a programação de singulares do Estádio Millennium e não defraudou as expectativas do público resistente, ainda que os parciais possam não representar fielmente o ascendente do confronto, visto que salvou cinco de seis break points, tendo sido quebrado apenas quando servia pela primeira vez para concluir a contenda. Para Tiafoe, segue-se o único canhoto do quadro principal de singulares, o japonês Yoshihito Nishioka, que ontem ultrapassou o norte-americano Mackenzie McDonald.

John Millman foi outro dos vencedores da jornada. Num duelo que tinha tudo para ser aliciante, frente a Bernard Tomic, Millman atropelou o mais novo dos australianos por 6-3 e 6-0, defrontando na próxima ronda o português João Domingues, no primeiro encontro do dia desta quarta-feira, no Estádio Millennium, às 13 horas.

O acasalamento do quadro ditou um duelo de jogadores que executam esquerdas a uma mão na segunda ronda. Pablo Cuevas bateu Salvatore Caruso com contundentes parciais de 6-2 e 6-2 e marcou duelo com Leonardo Mayer (parceiro de pares de João Sousa), já que o argentino venceu Dusan Lajovic (também este um confronto com jogadores que usam a esquerda ‘clássica’) por 7-6 (3) e 6-4.

Noutro encontro desta terça-feira, o francês Jérémy Chardy afastou o “mais categorizado” deste Open – o espanhol Pablo Carreño Bueno por 5-7, 6-1 e 6-2, resultado demasiado “forte” para quem é o melhor jogador da história do torneio português — campeão em 2017, finalista em 2016 e duas vezes semifinalista, em 2015 e há um ano — perdeu na estreia, não conseguindo gerir a vantagem adquirida no set inicial.

Jérémy Chardy, 42º do ranking, segue para a segunda ronda onde vai medir forças com o jovem espanhol Alejandro Davidovich Fokina, responsável pela eliminação de Taylor Fritz, no duelo inaugural do Court 3, pelos parciais de 7-6 (3) e 6-4. Foi a primeira vitória num quadro principal do ATP Tour para o antigo campeão júnior de Wimbledon.

Quem também avançou no quadro foi o tunisino Marek Jaziri, que triunfou diante de Nicolás Jarry por 6-3, 3-6 e 6-4.

A parte mais triste desta quarta-feira – e para os portugueses – foi a desistência da dupla Gastão Elias e Pedro Sousa do torneio de pares, devido à lesão deste último no jogo de singulares, na véspera, quando foi derrotado frente a Reilly Opelka.

Guido Andreozzi e Hugo Dellien (que se defrontaram em singulares, com vitória para Andreozzi) assumem o lugar dos portugueses e fecham a programação desta terça-feira do Estádio Millennium, frente a Ben Mclachlan e Matwe Middelkoop.

Com esta desistência, João Sousa (ao lado de Leonardo Mayer, já apurados para a segunda ronda) e João Domingues (parceiro de Pedro Martinez) passam a ser os representantes nacionais a figurar na variante de pares.

Nos pares, o argentino Andreozzi e o boliviano Dellien venceram (6-3 e 6-4) a dupla formada pelo japonês Mclachlan e pelo holandês Middelkoop.

Para esta quarta-feira, o Estádio Millennium recebe (13 horas) a partida de singulares entre o português João Domingues e o australiano John Millman – numa partida que promete face ao alto astral do luso (já venceu três jogos – dois no qualifying e um no quadro principal).

Segue-se o encontro entre o norte-americano Reilly Opelka e o francês Gael Monfils.

No mesmo local, não antes das 18 horas, o grego Stefanos Tsitsipas (o mais graduado do torneio, face ao 1º lugar no ATP) defronta o argentino Guido Andreozzi, seguindo-se o jogo entre o francês Jérémy Chardy e o espanhol Alejandro Davidovich Fokina.

No Court Cascais, a sessão inicia-se (13 horas) com o jogo entre os pares formados pelo norte-americano R. Ram e o britânico J. Salisbury contra G. Duran e M. Gonzalez, ambos argentinos.

Segue-se outra partida de pares, em que João Sousa e o seu parceiro argentino L Mayer defrontam os britânicos L. Lambridge e J. O’Mara, que não deixar arrefecer o ambiente para receber outro português, João Domingues em par com o espanhol Pedro Martinez frente ao uruguaio Pablo Cuevas e ao holandês J. Roger.

A finalizar defrontam-se os pares formados pelos espanhóis Gerard Granollers e Marc Lopez frente à dupla constituída pelos norte-amerucanos M. McDonald e Reilly Opelka.

No Court nº 3 (15 horas), presença dos neozelandeses M. Daniell e W. Koolhof (Holanda) frente ao par formado pelo australiano John Milmann e o japonês Y. Nishioka.

Mais uma sessão em grande estilo e, até, muito português neste 1º de Maio.

 

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