Sexta-feira 22 de Novembro de 2024

Leonor Moniz Pereira distinguida com Prémio Panathlon de Lisboa

Panat-Leonor-20-12-2018A filha do Prof. Mário Moniz Pereira – o sempre saudoso Senhor Atletismo – foi distinguida com o Prémio Panathlon Clube de Lisboa’2018, a principal distinção atribuída por este Clube cuja missão, entre outras, é promover estudos, investigação e informar, nomeadamente as estruturas educativas e desportivas sobre temas da actualidade relativos ao Desporto e às suas relações com a sociedade.

A distinção foi entregue na cerimónia comemorativa do 39º aniversário do Clube – criado em 1979 – ante uma sala repleta de antigos actuais dirigentes federativos, bem como técnicos de várias áreas no âmbito da educação e do desporto, tendo como foco a importância social, cultural e educativa do desporto, a importância económica do desporto na sociedade e a importância do desporto na saúde pública, replicando o que o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna – Pierre de Coubertin – definiu que “o Desporto faz parte da herança de todos os homens e mulheres e a sua ausência nunca poderá ser compensada”.

Figura ímpar no âmbito da Educação Física, em várias escolas e, em especial na agora FMH (onde se doutorou e agora Jubilada), Leonor Moniz Pereira desde há muito também abraçou á área da inclusão e actividade física adaptada, onde tem desenvolvido um trabalho de excelência, daí a outorga deste prémio.

O “Prémio Fair Play 2018 Mário Simas”, em homenagem a este antigo atleta e dirigente (já falecido), foi atribuído a Inês Fernandes, médica que acompanhava a equipa de Andebol do Benfica num jogo realizado com o Sporting (no Pavilhão da Luz) e que pressentindo que uma atleta do Sporting se lesionou com gravidade, correu para o local onde ela se encontrava e prestou a assistência possível mas indispensável, o que valeu um “assobiadela” e uns “epítetos” nada dignificantes por parte da massa associativa do clube da águia ao peito.

Um acto de ética médica que raramente se vê, em especial quando os chamados grandes clubes estão envolvidos, como foi o caso, que originou a decisão tomada pelo Panathlon Clube de Lisboa.

No uso da palavra, Manuel Brito, Presidente do Panathlon Clube de Lisboa, salientou que “há muito que, neste sector cultural e social, existe um problema conceptual e terminológico que não tem facilitado o entendimento de todos os que nele têm uma intervenção profissional ou outra.

Não tem sido compreensível nem consequente o uso e, nalguns casos o abuso, de expressões como por exemplo: actividade física, motricidade humana, educação física, cultura física, expressão e educação físico-motora e, como não podia deixar de ser, o desporto”.

Continuando, referiu que “no Panathlon o nosso esforço, a nossa orientação é, justamente, o reforço da importância social e política do Desporto. Este é, assumidamente, o nosso terreno de eleição. Constata-se, por outro lado, que há uma derrapagem ideológica da disciplina curricular de Educação Física e do Desporto Escolar para uma função de utilidade social, especialmente no plano da saúde e há uma pressão importante – nomeadamente económica – para que as actividades corporais contribuam para a saúde. Mas, neste contexto, para além do factor saúde – que é real e legítimo – cabe-nos realçar o papel do Desporto no desenvolvimento e promoção de valores sociais, culturais e educacionais tais como a justiça, a tolerância e o respeito mútuo, a solidariedade, o respeito das regras, o espírito de equipa e a autodisciplina”.

Concluindo, “as organizações desportivas, baseadas no voluntariado, dão igualmente um enorme contributo para a economia, a educação, a integração social, a defesa e a inculcação de valores culturais e de cidadania. Saibamos, pois, apoiá-las e reforçá-las, o que poderemos designar por face escondida do Desporto, ou seja, um terreno fértil para a vida em comunidade em que os cidadãos aprendem a assumir responsabilidades, cumprir e fazer cumprir regras, aceitar o outro, procurar consensos, estabelecer compromissos. O Desporto pode ser, em suma, uma excelente escola cívica e democrática”.

Na sequência, o Prof. Dr. David Rodrigues foi o orador convidado para abordar o tema “Desporto e Inclusão”, cada vez mais presente no quotidiano, tendo referido que “estas vertentes são um lugar único no movimento associativo no campo dos valores da ética e do olimpismo”, reforçando que “o desporto é um espaço de valores sociais, tolerância, respeito das regras, autodisciplina” para além de “ser, ainda, uma excelente escola cívica e democrática”, acrescentando que “defendemos o modelo de desporto participado e integrado, como que “unidos pelo desporto”.

Entre outras preocupações pelo estado geral, neste campo psico-sócio-desportivo, David Rodrigues recorreu a uma citação de Indira Ghandi, uma estadista indiana de renome mundial para dizer que “se calhar a minha luta sê a mudança que querem ver no mundo”, para concluir que “é bom ser diferente mas é mau ser desigual”.

Para João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, “O Panathlon Clube de Lisboa é uma instituição que tem como objectivo uma intervenção cívica e de cidadania, o que é útil para os governos e para todos os que se enquadraram nas actividades desportivas, promovendo os valores éticos”, frisando que “o desporto não vive sem dirigentes, que nos ajudam a reflectir o desporto, como faz o Panathlon, o que é importante”.

A caminho dos 40 anos, por certo que o Panathlon Clube de Lisboa poderá contribuir para atenuar o espirito “guerreiro” (no menos bom sentido) a que vamos assistindo em muitos locais onde o desporto tenta ser uma ponta de lança para uma melhor sociedade portuguesa.

 

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