Apesar de ter ganho por um 2-0 (igual ao da época anterior) relativamente “frágil” em relação ao trabalho que produziu ao longo dos noventa minutos de jogo, o Benfica não teve a sorte pelo seu lado, não aproveitou oportunidades flagrantes, o que se prendeu com mais sorte – e também trabalho – do Aves, que se apresentou com um esquema táctico no mínimo “estranho”.
É que no boletim da constituição das equipas distribuído aos jornalistas, os avenses surgiram com uma linha defensiva composta por cinco jogadores, depois com quatro no meio campo e com um apenas mais adiantado (estilo 5x4x1) para contrabalançar um 4x3x3 (normal) do Benfica, porque é mais forte e jogava em casa.
Com o jogo a começar chegou a ver-se um 5×5 nos primeiros momentos, percebendo-se que o esquema seria superdefensivo, ainda que, como se viu, com a linha avançada (cinco membros) a fazer também de primeira linha da defesa (avançada), para não permitir que as “estrelas” benfiquistas “dessem” cabo do jogo logo no início.
Claro que, a partir do descrito, se podiam fazer diagonais, laterais, recuos e avanços, carrocel, e sei lá o que mais, colocando as várias pedras do xadrez em função do que fosse possível fazer. Mas fica só a curiosidade.
Como é tradicional, ante os seus adeptos, as equipas que jogam em casa tratam logo de tentar chegar ao golo o mais depressa possível, para ter uma maior margem de manobra em relação ao que poderá vir a seguir: ou aumentar a vantagem ou diminuí-la ou mesmo perdê-la.
Assim fez o Benfica, tanto mais que Sálvio (2’), dentro da área dos visitantes, rematou forte mas ao lado. O que se passou nos minutos seguintes, com ataques bem articulados ainda que a defesa avense chegou para tudo e para todos, pelo menos até à meia hora, quando a águia abriu o bico e fez golo.
Numa jogada (24’) que começou em Salvio, a bola seguiu para Pizzi que, na passada, a devolveu a Salvio que rematou forte mas ao lado.
Pouco depois (27’) o Benfica “pede” grande penalidade por eventual mão (braço) de um defesa avense, que o árbitro não assinalou (e bem), porquanto foi a bola que foi ao braço (estava encostado ao corpo) e não o contrário.
Pizzi (32’) num remate na zona frontal à grande área, rematou forte à “figura” de um defesa, continuando o Aves a trabalhar muito bem na defesa da sua baliza, onde o guarda-redes Beunardeau foi figura cimeira.
Numa “escapadela” pela esquerda, o jovem João Félix foi lançado em velocidade pela esquerda onde deu dois passos e fez um chapéu ao guarda-redes, chegando ao 1-0 (33’), pese embora, quando da desmarcação, tivesse ficado a “visão” de estar em situação de fora de jogo (tal e qual Seferovic se tocasse na bola) porque recebeu a bola apenas com o guarda-redes pela frente. Não houve protestos nem recurso ao VAR e o golo ficou confirmado de imediato.
Aproveitando uma possível quebra anímica do Aves, o Benfica “carregou” e dois minutos depois (35’) Salvio atirou ao poste mais longe, ante a passividade de toda a gente, tendo o mesmo Salvio (39’) estado na linha de golo mas desta vez o guarda-redes avense resolveu a contenda.
O Aves recuperou um pouco a alma e obrigou o guardião benfiquista a impor-se e a safar o golo ao defendê-la para canto.
Apesar da tal supremacia benfiquista na globalidade (64/36 % na posse de bola, sete remates à baliza (dos 16 feitos) e 27 ataques) a verdade é que o 1-0 se manteve até ao intervalo.
No primeiro minuto do segundo tempo, o Aves, n um ataque rápido, obrigou o guardião benfiquista a fazer uma grande defesa, quando a bola se dirigia para o canto direito superior da baliza, no que foi o prelúdio do primeiro azar para o Benfica: João Félix, depois de um salto, caiu mal sobre o pé esquerdo, torcendo-o – sem adversário à ilharga – o que originou a sua saída por lesão/precaução, jogador que estava a fazer uma excelente partida.
O Aves como que aproveitou para se chegar mais à frente e (57’) teve uma oportunidade com Bruno, isolado frente ao guardião benfiquista, a rematar ao lado.
Mas o Benfica, logo de seguida (61’) “acabiu” com o jogo ao obter o segundo golo, por intermédio de Pizzi, que deu o melhor seguimento a um passe de Cervi, tendo a sorte de a bola bater num defesa, que desviou a bola do guarda-redes avense.
O Aves, ainda assim, ainda obrigou Odysseas a duas defesas, a primeira a soco e, a segunda, com Derley (68’) a isolar-se e chegar perto da baliza benfiquista mas não conseguindo fazer o “chapéu” que era preciso para marcar, enviando ao bola para o lado contrário, onde não estava ninguém.
Ovação da noite quando Jonas entra em campo (71’), notando-se um certo “frio” na bancada que era a casa das claques, que mal se viram e em que não houve barulhos, nem petardos, nem nada que se pareça. Ainda bem.
O Benfica ainda teve, por Jardel (79’) outra oportunidade aumentar a vantagem mas Jardel (79’) cabeceou à trave e a bola foi para a linha de cabeceira.
No minuto seguinte, um atacante do Aves saiu em posição de fora de jogo, que não foi assinalada.
Mais um assistência acima dos 50.000 espectadores na Luz (53.606), o que é de enaltecer.
Rui Costa foi o árbitro do jogo e não teve problemas de grande monta, pelo que se considera um trabalho positivo, bem com os seus assistentes João Bessa e Siva, com menos pontuação, e Nélson Cunha.
As equipas alinharam:
Benfica – Odysseas; André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Grimaldo (Rafa, 82’); Pizzi, Fejsa e Gabriel; Salvio (Jonas, 71’), Seferovic e João Félix (Cervi, 52’).
Aves – Beunardeau; Rodrigo, Ponck, El-Adoua, Defendi e V. Costa; Baldé, Braga (Derley, 58’), V. Gomes (Falcão, 71’) e Elhouni (Douglas, 81’); Bruno.