Para quem aguardava que a Croácia podia ser a grande surpresa da final do mundial de futebol, que este domingo se concluiu em Moscovo, afinal foi a França que surpreendeu ainda que “balanceada” para o título com um uma oferta de Mandzukic – golo na própria baliza aos 19 minutos de jogo.
Parece não restar dúvida de que este facto influenciou o rendimento da formação
croata nos minutos seguintes, se bem que Perisic tenha empatado (28’), no que foi “sol de pouca dura” porquanto, dez minutos depois (38’), os franceses voltaram a adiantar-se no marcador (2-1), através de um golo marcado por Griezmann, na conversão de uma grande penalidade “certificada” pelo VAR, resultado com que se chegou ao intervalo.
Apesar resultado desfavorável, a Croácia foi quem melhor jogou mas não conseguiu marcar, estamos em crer porque “traumatizada” pelo referido golo na própria baliza.
No segundo tempo, a França recomeçou melhor e Pogba (59’) aumentou para 3-1, o sinal quase final de que os croatas estavam a chegar aos limites para atingir os “mínimos”, que se consumaram (65’) quando Mbappé colocou o resultado em 4-1, um “choque” para os de quadrados vestidos, já com nítida “falta de ar” e a prever uma “trovoada” que se fixou em 4-2, depois de Mandzukic (redimindo-se do golo na sua baliza) meter a bola na baliza do guardião francês, quando se atingiu o minuto 69’.
Ainda havia vinte minutos para jogar mas o estado “anímico” dos croatas deixou de funcionar.
A França acabou por ser um campeão natural, chegando ao segundo título vinte anos depois do primeiro (1998) conquistado em Paris frente ao Brasil (3-0), franceses que se colaram ao Uruguai e à Argentina, todos com dois triunfos.
Por títulos registe-se que o Brasil lidera com 5 triunfos (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002); seguindo-se a Alemanha (1954, 1974, 1990 e 2014) – campeã em título – e a Itália (1934, 1938, 1982 e 2008), ambos com quatro; Uruguai (que venceu a primeira edição em 1930 e repetiu em 1950), Argentina (1978 e 1986) e França (1998 e 2018), com dois; e, com um título, a Inglaterra (1966 – quando Portugal foi 3º) e a Espanha (2010).
Os que mais se destacaram neste Russia’2018 foram Modric (Croácia), como o melhor jogador (Bola de Ouro), enquanto Curtois (Bélgica) foi considerado o melhor guarda-redes e o título de melhor jogador jovem, sendo o segundo em finais do mundial, foi para o francês Mbappé, que ainda não completou 20 anos.
Num campeonato mais ou menos atípico, a verdade é que as surpresas começaram bem cedo, quando a Alemanha (quatro títulos) foi eliminada ainda na fase de grupos. Sendo a campeã em título, por certo se esperava muito mais dos alemães mas a bola rola e não entra, não há pontos e a saída ficou mais perto.
Nos oitavos de final, as surpresas não foram nem uma nem duas; de uma assentada cinco disseram adeus de forma prematura, seguindo o quadro histórico das vinte edições concretizadas até 2014. Espanha, Colômbia, Portugal, Argentina e México disseram adeus nesta primeira fase do “mata-mata”.
Nos quartos-de-final, a “bomba” foi a eliminação do Brasil, o penta campeão mundial, mas não foi só. Outro (bi)campeão também regressou a casa mais cedo. Tratou-se do Uruguai que, de forma geral, nada tem a ver com as formações de 1930 nem de 1950, quando conquistaram a Taça “Jules Rimet”.
Quanto ao resto, a Bélgica e a Croácia as duas certezas pela positiva, ambas a baterem o “recorde” de subidas ao pódio, com realce para a Croácia, essa sim, com uma maior subida e, pelo menos por isso, mas também como soube aceitar com fair play e espirito desportivo (que a primeira ministra comungou quando da cerimónia da coroação, sempre com um sorriso nos lábios, abraçando até os vencedores) a derrota frente a uma França que não podia perder duas vezes seguidas, porque o europeu de 2016 ainda estava (e está) atravessado na garganta.
Quanto aos aspectos organizativos, nomeadamente na segurança de pessoas e bens, parece que tudo foi perfeito, dado que não transpirou fosse o que fosse sobre casos complicados, pelo que a Rússia está de parabéns. Um campeonato para recordar pela positiva, independentemente dos resultados que cada país conseguiu alcançar.