Sábado 23 de Novembro de 2024

Mundial da Rússia’2018 – “Graças a Deus passámos!”

DR / FIFA World Cup

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E à terceira e última ronda da fase de grupos confirmou-se o que se tinha verificado nos dois últimos jogos: Fernando Santos é o santo milagreiro de Portugal. Foi com telepatia endeusada que, sobre o final da primeira parte, Quaresma “trivelou” para um “golaço” que ficou nos anais da história da presença portuguesa dos mundiais de futebol. Assim sendo, Fernando Santos e Deus “são uma e mesma pessoa!”

Isto porque a qualidade de jogo operacionalizada pela equipa lusa voltou a ficar uns furos abaixo do que podia (e devia) fazer, dando-se ainda ao “luxo” de Ronaldo não converter uma grande penalidade (que podia ter sido o 2-0), com o melhor jogador do mundo a completar o sexto “penalty” falhado pela selecção em toda o currículo.

O título desta peça até não foi difícil de encontrar porquanto limitámo-nos a utilizar as palavras do selecionador Fernando Santos que, com o mesmo propósito, também acrescentou que “se não passássemos era um fracasso!”, o que esteve lá perto.

Se bem que Portugal tivesse rematado mais para a baliza (4 vezes) – do que o “golão” de Quaresma – a verdade é que os iranianos apenas fizeram dois (com um golo), a “frisson” foi maior por parte deles, porquanto as bolas que passaram ao lado (3) ficaram a milímetros do poste.

E se é verdade que Portugal escolheu a bola de saída e até causou alguns problemas na parte inicial (um remate de Ronaldo logo aos 3’), também o é que pouco tempo depois – porque os passes errados, alguns sem nexo e uma falta de visão atacante – se apoderou da equipa a tal falta de discernimento que até um “morto” podia ter, com William à cabeça.

Nem mesmo Ronaldo se safou no livre que marcou a meio do meio tempo, enviando a bola para a barreira, o que acontece com naturalidade e com Raphael Guerreiro a ver um amarelo por “falta de pernas”, porque não conseguia travar a maior velocidade do médio-extremo que atacava pelo seu lado.

Jogou-se muito no meio campo, com passes laterais e para trás e sem sentido de progressão para a baliza contrária, daí se mantendo o nulo, apesar de Portugal ter mais tempo de posse de bola, o que não resultou.

Mas, como se referiu, “estava escrito nas nuvens” que Portugal tinha que marcar, antes ou depois do intervalo, acabando por ser Quaresma a fazer uma trivela como nunca tinha feito e levou a bola a anichar-se na baliza ante a estirada monumental do guardião do Irão, que não chegou a tempo por milésimos de segundo. Apesar da alegria da equipa, Fernando Santos não deixou de referir que “não percebi o que se estava a passar a determinada altura”, precisamente na fase em que tudo foi ao contrário do que se pretendia.

No sendo tempo, Portugal respondeu melhor mas, com mais garra, com passes mais certos, pese embora na defesa a situação não fosse de molde a dar muitas garantias pelo lado esquerdo, porquanto Raphael Guerreiro não conseguiu “atinar” com os adversários directos, de onde saíram os centros que podiam alterar o rumo dos acontecimentos. Felizmente que o nosso “Escudo” conseguiu tapar todos os efeitos.

Ronaldo voltou a ter oportunidade de beneficiar de uma grande penalidade (53’) mas deu o “flanco” quanto à direcção da bola, tendo o guarda-redes chegado para defender o remate, no que foi a primeira falhada na presença dos portugueses em mundiais.

Nesta altura, Portugal começou a controlar a vantagem que tinha, pela retenção da bola – que chegou aos 69/31 % – mas quanto a golos nada.

Não desperdiçando nada, o Irão manteve-se pronto para chegar ao empate, o que veio a acontecer em cima do minuto noventa, depois de Cédric ter “desviado/ajeitado” a bola com o braço, numa espécie de “amortecimento” da bola, dentro da área. Chamado à cobrança da grande penalidade, Ansarifad rematou forte para a esquerda de Patrício – que adivinhou o lado para onde ia a bola – mas não chegou lá porque a bola foi marcada para a parte superior da baliza e Patrício “voou” rasteiro.

O VAR voltou a ter um papel preponderante na validação dos golos, julgaram bem e o empate também chegava a Portugal para ir em frente.

E agora venha o Uruguai (sábado), que “cilindrou a Rússia por um expressivo 3-0. E o empate acabou por ter outro sortilégio: se acontecesse como se verificou, era certo que não gostaríamos de jogar com a Rússia, que era uma hipótese forte e em aberto.

Sob a orientação do paraguaio Enrique Cáceres (com a ajuda apreciável dos assistentes Eduardo Cardozo e Juan Zorrilha) – que não tendo estado totalmente bem, quer para um quer para outro lado, chegou a uma nota positiva, apesar da “intensidade” que as duas formações criaram – as equipas alinharam:

Irão – Beiranvand; Rezaeian; Pouraliganji; Hosseinei e Haji Safi (Mohammadi, 56’); Jahanbakhsk (Ghoddos, 70’); Ebrahimi, Ezatolahi (Ansarifard, 76’) Amiri e Taremi; Azmoun.

Portugal – Rui Patrício; Cédric, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro; Quaresma (Bernardo, 70’), William Carvalho, Adrien e João Mário (João Moutinho, 84’); Cristiano Ronaldo e André Silva (Guedes, 90+6’)

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