Sábado 23 de Novembro de 2024

Melhor do mundo (Ronaldo) a safar derrota

© JCMyro / CN

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Sabia-se que o jogo não seria uma “pera doce” porquanto os parceiros envolvidos (Portugal e Espanha) são duas das equipas mais cotadas para vencer o Mundial na Rússia.

Sabe-se que, por norma, há factores (nem que seja apenas um) mais ligados à “sorte” de uns ou ao “azar” de outros, e isso também se verificou neste jogo, que terminou empatado a três golos o que, teoricamente, foi bom para as duas formações (pese embora só no final se façam as contas reais).

A um domínio mais que muito (posse de bola) dos espanhóis (62%) respondeu um Portugal (38%) na ordem 38%, o que diz bem ma maior “bagagem” trazida pelos “nuestros hermanos”. Valeu um Cristiano Ronaldo nas “nuvens” – que foi o melhor jogador em campo, especialmente por ter marcado todos os golos portugueses – mantendo o título de “fenómeno da natureza”, se bem que Portugal tivesse tido vários problemas ao longo dos 90 minutos.

A grande penalidade assinalada sobre Ronaldo (ainda não se tinha atingido o quarto minuto de jogo) deixou algumas dúvidas – considerando que é Ronaldo que roça numa perna do defesa, ainda que unidas, e não tanto o defesa a esticar a perna. Mas como o VAR validou o árbitro confirmou a decisão.

Com um remate sóbrio e enganador, Ronaldo chutou para um lado e o guarda-redes foi para o contrário, o marcador foi aberto sem mais discussões.

Só que isso foi o sinal para que, a partir daí, a equipa recuasse instintivamente, o que permitiu o avanço (e maior posse de bola) dos espanhóis, tendo Isco perto de marcar (9’) quando tentou rematar mas fê-lo em desequilíbrio e a bola foi para muito longe da baliza.

Gonçalo Guedes (16’), depois de um passe à medida de Ronaldo, não fez tabela com o nº 7 luso e optou por rematar contra um defesa, o que poderia ter dado o 2-0 mas, em vez disso, dois minutos depois surgiu o golo do empate por parte

David Silva (21’) rematou forte mas a boa foi desviada para canto pela defesa lusa, que mostrava uma certa “desorganização” de ordem “psicológica”.

Mas da maior pressão chegou o empate espanhol, com Diego Costa a encostar o braço à cara de Pepe (um lance que se pode considerar normal, como o árbitro entendeu), ganhar a bola e depois bateu José Fonte e Cédric rematando de seguida sem defesa para Patrício (23’), que demonstrou alguma instabilidade.

Dois minutos depois, Isco rematou de longe, forte, levando a bola a bater na trave, seguindo para o chão, bateu em cima da linha e seguiu para o outro lado, onde Patrício a foi buscar ante a ameaça de Diego Costa. O 2-1 para a Espanha esteve à vista. Logo a seguir foi David Silva que criou perigo ao marcar um livre com a bola a bater na barreira, perdendo-se o perigo.

Que voltou logo a seguir (34’), quando Iniesta, uma vez mais sem cobertura, rematou (dentro da área) mas a bola saiu a milímetros do poste mais longe da baliza de Patrício.

Nesta altura a percentagem de posse de bola foi de 66%-34% a favor dos espanhóis, o que confirma um certo “apagamento” da formação nacional, que vivia de “arrancadas” de Ronaldo e pouco mais.

Entretanto, “protegido pelos deuses”, Portugal chegou (44’) ao 2-1, com mais um golo de Ronaldo que, a passe de Gonçalo Guedes e no semicírculo da grande área remato forte, rasteiro, que encontrou um De Gea a deixar passar a bola por entre as pernas. Um descuido que poderia ter sido muito mau.

Regressando do intervalo, a pré-disposição de superioridade por parte dos espanhóis veio reforçada e, em três minutos “viraram” o resultado a seu favor.

Diego Costa (54’), servido por Busquets, chegou à “cara” de Patrício (à frente de toda a retaguarda da defesa sportinguista) para apenas empurrar a bola para dentro da baliza, porquanto Patrício pouco fez para isso.

Nacho (57’) ia dando a “estocada” final na equipa nacional ao fazer o 3-2, recarregando a bola aliviada da grande área sportinguista e fazendo a bola bater no segundo poste, depois do primeiro e anichar-se na baliza.

Nesta altura, grande parte dos 43.866 espectadores – por certo estavam a prever que Portugal não ganharia no primeiro jogo do mundial, como o faz há muitos anos (tem valido os empates para os apuramentos).

Diego Costa, sempre na brecha, chegou (70’) a criar perigo ao fazer um remate mais ou menos transviado com a bola a sair perto do poste.

Portugal jogou a “empastelar”, com a bola a meio campo, sem arriscar (mesmo que perdendo), o que levou a Espanha a continuar a controlar a partida, não deixando Portugal jogar até que surgiu uma “mão de Deus”.

Livre (87’) na zona frontal e contra a Espanha, onde Cristiano Rolnado, com a sua sabedoria e “alta” tecnologia para fazer o 3.2 (87’),

Cumprido o primeiro jogo desta faze final, Portugal defrontará Marrocos no dia 20, marroquinos que começaram com zero pontos porque foi o único que perdeu, para o caso frente ao Irão, ainda que com um autogolo do defesa Aziz Bouhaddouz, numa partida em que estiveram 62.548, quando mais vinte mil do que no Portugal-Espanha.

Como se viu, respaldado pelo hattrick, Ronaldo foi considerado o melhor do jogo, tendo-se tornado o quarto jogador a marcar em quatro mundiais, de forma consecutiva, golos que contribuíram para que já marcasse 84 ao serviço da selecção e 153 na conta pessoal.

De salientar que o espanhol Diego Costa bisou neste jogo, pelo que vai haver luta para o melhor marcador.

Mas ainda muito mais para marcar.

Sob a direcção do italiano Gianluca Rocchi, as equipas alinharam:

Portugal – Rui Patrício; Cédric, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro; Bruno Fernandes (João Mário, 68’), William Carvalho e João Moutinho; Bernardo Silva (Quaresma, 69’), Cristiano Ronaldo e Gonçalo Guedes (André Silva, 80’).

Espanha – De Gea; Nacho, Piqué, Sérgio Ramos e Jordi Alba; Busquets e Kobe; Isco, Iniesta (Thiago Alcantara, 70’) e David Silva (Lucas V+asquez, 86’) e Diego Costa (Iago Aspas, 77’).

 

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