Quinta-feira 24 de Novembro de 1599

Aves ou um vencedor que mereceu ficar no “Placard” da Taça de Portugal

©Carlos Palma / CN

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É possível – porque não provável? – que a maior dos adeptos presentes no Jamor (e os milhões que viram o jogo pela TV) dirão que o Aves venceu bem, em especial porque foi o que mais batalhou, o que mais correu e o que mais quis ganhar, merecendo ficar no “Placard” desta 78ª Taça de Portugal.

O Sporting só deu por si quando o jogo caminhava para o fim muito rapidamente, isto é quando Montero (85’) tirou da “cartola” um excelente remate reduziu para (2-1), isto depois de Bas Dost (78’), com a baliza completamente aberta, ter atirado para a barra quando era necessário apenas empurrar a bola lá para dentro, denotando uma falta de concentração, que até se aceita face ao ambiente que se vive (e vai continuar a viver) num Reino do Leão extremamente “ferido” no seu orgulho e na sua história.

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© Carlos Palma / CN

O Aves esteve sempre mais perto do golo, beneficiando de certa apatia dos jogadores leoninos que marcaram os seus atacantes, mas com tónica especial assente na esplendida exibição do centro avançado Alexandre Guedes, um número 7 que encheu o campo quase todo e até a baliza de Patrício, com dois golos muito bem tirados e com uma técnica linear de aproveitar ao máximo as oportunidades que surgiram.

O Sporting foi tentando contrariar o vento favorável do Aves mas nada corria bem, não houve entendimento de sector a sector, a motivação também não foi conseguida e a derrota teve o seu quê de amargo, mas justificado, apesar de um ou outro momento de perigo que foi criado mas inaproveitado precisamente porque, como se referiu, o ambiente menos positivo foi notório.

Surpresa? De alguma forma sim, porque o empenho, a vontade, o querer surgiu muito mais por parte do Aves do que do Sporting.

Aos quatro segundos de jogo (no seguimento da jogada de saída) o Sporting ganhou o primeiro canto, tendo conquistado outro logo a seguir. Nada saiu porque a organização defensiva do Aves esteve atenta, saindo para contra-ataque com “veneno”, tendo levado Patrício a salvar um golo com uma defesa em dificuldade logos aos três minutos de jogo.

Gelson (13’) surgiu frente a Quim rematou em jeito e e Quim desviou para canto, depois de (9’) ter conseguido chegar perto da baliza mas rematou contra a defesa.

Na resposta, o Aves abriu o activo. Um centro largo de Braga, da direita para a esquerda, fez chegar a bola a Alexandre Guedes que, de cabeça, meteu a bola na baliza, entre Patrício e o poste, ante a passividade da defesa.

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© JCMYRO / CN

O Sporting tentou várias vezes chegar à baliza de Quim mas, invariavelmente, sem muito perigo, umas vezes com a bola a sair pela linha final e outras com Quim a estar atento e defender sem problemas.

Nos últimos minutos da primeira parte foi ainda o Aves que esteve mais perto do golo, primeiro com um livre (42’) marcado por Rodrigo Soares, que a defesa leonina afastou para perto e a recarga passou ao lado, seguindo-se (44’) mais um remate de Alexandre Guedes a obrigar Patrício a uma boa defesa.

No segundo tempo, Bas Dost (52’) atirou ao lado do poste uma bola centrada por Montero (que substituiu William Carvalho), notando-se também o receio de Dost em ir ao choque, face à lesão cabeça (entrou na segunda parte com a cabeça ligada, contrariamente ao que aconteceu na primeira).

Mathieu tentou chegar ao golo (57’) na marcação de um livre mas a bola foi à figura de Quim, tendo Bruno Fernandes (61’) atirado ao lado do poste na marcação de um livre, Bruno que (69’) atirou à figura de Quim.

Jorge Jesus demonstrou algum “desespero” por tantas falhas (mas também não se percebeu porque não fez a terceira substituição).

E o Aves chegou ao 2-0. Alexandre Guedes (72’) isolou-se pela esquerda (pareceu que em fora-de-jogo mas ninguém reclamou), “burlou” o defesa do Sporting e surgiu na cara de Patrício a rematar para o poste mais longe, fora do alcance do guardião leonino, tendo obtido um golo de belo efeito.

Nesta altura muitos adeptos afectos ao Sporting começaram a deixar o Estádio mas o volte face ainda se podia dar.

Logo a seguir (78’), Bas Dost perdeu um golo certo porque, com a baliza sem ninguém, levantou o pé mais alto do que devia e a bola foi embater estrondosamente na trave (estava a dois metros da baliza). Uma perdida que “piorou” o estado anímico da equipa.

Na bancada norte, toda preenchida por adeptos leoninos, começou o “arrancar” das cadeiras, “voando” algumas, ao que parece num “desencontro” de ideias entre vários grupos, se bem que a força de segurança preferiu não actuar e deixar acalmar, o que se verificou algum tempo depois.

Montero não perdeu a oportunidade que Dost tinha protagonizado minutos antes, porquanto, nas mesmas condições, “fuzilou” a baliza de Quim (85’) para reduzir para 2-1.

Ainda acreditaram os leões mas foi o Aves que provocou perigo junto da baliza de Patrício, tendo Mathieu desviado a bola para canto.

Dost (87’) ainda cabeceou ao lado da baliza avense, com o Sporting (algo atabalhoado) a tentar chegar ao empate, mas foi, outra vez, o Aves (90+5’) a quase chegar ao 3-1. O que não aconteceu e o jogo acabou a seguir.

Um final de época desportiva (no Futebol) para esquecer, num Sporting que vai continuar a sofrer as agruras que foram criando nos últimos dois meses.

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© JCMYRO / CN

Tiago Martins, o árbitro do encontro, não teve problemas de maior – apesar de uma outra falha – porque deixou jogar e não respondeu a “pedidos” de cartão amarelo, como habitualmente Bruno Fernandes tem feito (e voltou a fazer nesta final) sem resultado. Os assistentes também não comprometeram.

As equipas:

Desportivo das Aves – Quim; Rodrigo Soares, Carlos Ponck, Diego Galo e Nélson Lenho; Vítor Gomes, Braga (Cláudio Falcão, 70’) e Tissone; Amiltom Silva (Mama Baldé, 74’), Alexandre Guedes e Nildo Petrolina (Jorge Filipe, 90’).

Sporting – Rui Patrício; Ristovski, Coates, Mathieu e Fábrio Coentrão (Misic, 63’); William Carvalho (Montero, 45’), Battaglia e Acuña; Gelson Martins, Bas Dost e Bruno Fernandes.

Amarelos para: Amilton Silva (43’), CarlosPonck (59’), Vitor Gomes (68’), Acuña (82’), Mama Baldé (82’) e Nildo Petrolina (89’)

 

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