Há sempre uma primeira vez para tudo, como acontece quando o êxito vem atrás do êxito.
E foi isso que se verificou no IV Millennium Estoril Open que este domingo se concluiu no Clube de Ténis do Estoril, cujo Estádio Millennium esteve repleto para verificar, in loco, mais uma primeira vez de João Sousa, que foi vencer – convencendo – o torneio de forma inédita.
Num encontro equilibrado, em que João e o norte-americano Frances Tiafoe eram os únicos candidatos ao triunfo depois de um torneio sempre em crescendo, coube ao português assumir o papel de “mestre”, que cumpriu na íntegra quer pela maneira de receber as visitas quer como demonstrar que, na realidade, os astros também estavam com ele.
Para não falar do papel que Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República,desempenhou ao acompanhar, em directo e ao vivo, as partidas e passando ao novo campeão que “cresceu três palmos” com a presença do mais ilustre representante da nação, o que é uma coisa rara neste país.
Um duplo 6-4 selou o triunfo de João Sousa nos singulares, depois de ter sido
meio-finalista em pares, êxitos ímpares na história do ténis português, com o Millennium Estoril Open a ser a mola real desta renovada configuração da modalidade em Portugal.
Na que foi a décima final numa competição ATP, João Sousa conseguiu o terceiro triunfo (primeiro em terra batida). O primeiro foi conseguido em Kuala Lumpur (2013) e o segundo em Valência (2015).
“Não tenho palavras para descrever esta alegria e emoção. Foi um sonho tornado realidade. Sempre quis vencer em Portugal” – salientou o novo campeão.
Sousa agradeceu ainda o apoio da família, da equipa técnica (Frederico Gil é o técnico) e todos os que estiveram a seu lado para chegar a “este dia especial, porquanto é uma vitória de todos nós, dos portugueses e de quem aqui esteve presente, de quem recebi um carinho e apoio magnífico”.
Com esta foi a terceira vitória num ATP, a única em Portugal, depois de já ter chegado dezasseis vezes às meias-finais ao longo da carreira, quase a completar 30 anos de idade.
Até este domingo, apenas Frederico Gil tinha conseguido chegar à final, para o caso em 2010 no antigo Estoril Open. Dois nomes incontornáveis no ténis e no desporto nacional.
O Hino Nacional ecoou três vezes (o último pela fadista Kátia Guerreiro) no salão nobre do ténis luso, que veio “rechear” o Clube de Ténis do Estoril de uma das maiores, senão a maior, competição que por ali tem passado.
João Sousa levou consigo (além do magnífico troféu em cristal) um cheque de 89.435 euros, a que se junta ainda mais uma boa mão cheia de euros pelo lugar de meio-finalista em pares.
Na final de pares, os britânicos Kyle Edmund e Cameron Norrie superiorizaram-se ao neozelandês Artem Sitak e ao holandês Wesley Koolhof, pelos parciais de 6-4 e 6-2, significativo da supremacia tida ao longo do jogo.