Foi um grande (e prolongado) jogo que opôs, esta segunda-feira, o português Pedro Sousa (143º) e o francês Giles Simon (70º), com o triunfo (sofrido) a ser obtido pelo representante português, que conseguiu dar a volta ao “texto” no último encontro, depois de mais de duas horas e meia de uma peleja equilibrada, apesar da desvantagem física de Pedro.
Um jogo a dar “no duro”, com o habitual “stress” dos concorrentes quando as coisas não corriam pelo melhor e, outras, para “chatear” o árbitro por ter tido dúvidas nalgumas jogadas, quanto ao local onde a bola bateu: se dentro do recinto de jogo (incluindo as linhas divisórias) se fora delas.
Aliás, Pedro Sousa teve oportunidade de mostrar um pouco de “mau feitio” quando reclamou que a bola tinha batido fora da área de jogo mas o árbitro verificou que ainda tinha tocado na linha, pelo que o ponto (para o francês) foi legal.
Com o Estádio Millennium bem composto, este encontro teve o condão de manter todos com os olhos no campo, em especial a namorada de Pedro Sousa, porque o jogo foi muito vivo, até no abaixamento de rendimento por parte de Sousa, redimindo-se na parte final, ainda que com alguma sorte (que protege os audazes)
Pedro Sousa soube ser mais forte no jogo neste primeiro jogo do quadro final levando de vencido o francês (6-3, 4-6 e 7-6(4), afastando Gilles Simon (70.º) último são os parciais que uma vez mais comprovam que quando apto, o lisboeta merece estar entre os 100 melhores do mundo.
Dos 28 jogadores que compõem o quadro do Millennium Estoril Open, o português e o francês são, muito provavelmente, aqueles que mais semelhanças têm nos respectivos estilos de jogo. E por isso muitas vezes bastou olhar para um lado do court para antecipar o que do outro se ia ver.
No último parcial o equilíbrio foi tanto que todos os caminhos foram dar ao tiebreak, onde o número de erros cometidos por Gilles Simon aumentou consideravelmente e Pedro Sousa conseguiu encontrar as forças necessárias para consumar uma das melhores vitórias da carreira.
Gastão Elias, por seu lado, não teve nem arte nem manha para se equiparar ao jovem (19 anos) australiano Alex de Minaur, com quem perdeu pelos parciais de 6-3 e 6-1, em cerca de hora e meia de jogo.
Gastão Elias não teve armas para combater a técnica defensiva e as variações táticas de Alex de Minaur, treinado por uma das estrelas do passado (Lleyton Hewitt) e que volta aos courts para fazer o par com este seu jogador.
Minaur salientou “que joguei um encontro de alta qualidade contra um grande jogador, especialmente em terra-batida. As condições eram complicadas por isso quis uma vitória rápida, vencer os pontos longos e manter-me sólido desde o primeiro set. Estou muito satisfeito com o meu nível esta tarde”, que conseguiu no Clube de Ténis do Estoril a sua primeira vitória em quadros principais de provas ATP World Tour sobre o pó-de-tijolo.
Na próxima ronda, o número 111º do mundo vai disputar o acesso aos quartos-de-final com o britânico Kyle Edmund, semifinalista do Open da Austrália.
Gastão Elias está ainda em prova no quadro de pares, onde joga ao lado de Pedro Sousa. A dupla portuguesa estreia-se nesta terça-feira no Estádio Millennium.
João Monteiro (263º) foi outro português em campo, esteve perto de concretizar do apuramento para a fase seguinte mas não conseguiu os seus intentos, ficando pelo caminho.
O portuense participava pela segunda vez na carreira em torneios do ATP World Tour (em 2017 recebeu um wild card, este ano entrou de forma directa) e a separá-lo de novo capítulo histórico tinha Ricardo Ojeda-Lara (206º), um jogador que na maior parte das semanas faz vida em palcos semelhantes: o circuito Future.
O 2-1 final para o espanhol (6-3, 2-6 e 6-3) confirmou a sua superioridade e que, que pouco depois, ficou a saber que como primeiro adversário no quadro principal terá Frederico Silva.
O jogador caldense tinha recebido um wild card para a fase de qualificação, mas acabou por vê-lo sofrer um “upgrade” fruto dos bons resultados alcançados no primeiro trimestre do ano.
João Domingues regressa ao quadro principal do Millennium Estoril Open após derrotar o gaulês Corentin Moutet, pelos parciais de 6-4, 2-6 e 6-3, num jogo que chegou às duas horas e meia. O jovem oliveirense brilhou em pleno Court Cascais e vai defrontar Simone Bolelli, que veio da qualificação, na primeira ronda, esta terça-feira a partir das 13 horas no Estádio Millenium.
Frederico Gil, que perdeu (6-4 e 6-2) com Tim Smyczek, defrontará Nicolas Kicker.
Para João Domingos, “o objectivo estabelecido era passar o qualifying, é o segundo de um ATP 250 que eu passo este ano e estou satisfeito. O meu foco agora é preparar-me para a próxima ronda. O encontro foi bastante duro, eu conheço o Moutet bastante bem e já treinei com ele. Sabia que ia ser duro logo desde o início mas consegui manter-me sólido para fazer um bom jogo e vencer”, referiu João Domingues, actual número 207 da hierarquia.
Não antes das 15 horas, João Sousa (67º) fará a sua estreia neste Millennium Estoril Open defrontando o russo Daniil Medvedev (48º), numa partida que se espera “taco-a-taco” e com os ventos favioráveis a Sousa, que não tem tido sorte nos últimos anos na principal prova portuguesa.
Encerra a sessão, no estádio principal, o jogo de pares formado por Gastão Elias/Pedro Sousa versus Jonathan Erlich (Israel)/Scott Lipsky (EUA).
Mais um dia em grande – a lotação está esgotada para este 1º de Maio – para o Millennium Estoril Open 2018.
