Inês Henriques, a campeã mundial e dupla recordista mundial dos 50 km Marcha, bem como Miguel Oliveira (três vitórias no GP Moto 2, nove pódios e duas pole positions), consagraram-se como réus da Gala da Confederação do Desporto de Portugal, este ano subordinada aos “25 anos ao serviço do desporto” por parte desta entidade.
Com cinco nomes de peso na luta pelo título de melhor do ano, parece não haver dúvida de que a votação terá sido bem “renhida” face ao currículo de cada uma das figuras nomeadas, como são os casos, no masculino, de Nélson Évora (campeão europeu e vice-campeão mundial de pista coberta), Fernando Pimenta (campeão e vice-campeão europeu e campeão e vice-campeão mundial em motociclismo), Ricardinho (pela quinta vez consecutiva o melhor jogador do mundo de futsal) e Frederico Morais (o surfista português que tem obtido excelentes classificações no principal circuito mundial de surf).
Mas o povo é quem mais ordena e a votação final foi favorável ao mais rápido, em duas rodas, jovem que em 2004 já tinha nomeado mas não ganhou mas, anos depois, já esteve presente para receber a distinção.
Para a atleta de Rio Maior (que teve perto de si a presidente da Câmara Municipal), “estou muito feliz porque foi mostrado ao mundo que as mulheres também conseguem fazer os 50 km com boas marcas e que consegui ser campeã mundial e bati o recorde mundial por duas vezes”.
Ainda nos principais prémios, Hélio Lucas foi eleito como o melhor treinador (face aos resultados obtidos por Fernando Pimenta – canoagem – commedalhas e títulos europeus e mundiais na época passada), técnico com um currículo
invejável e que merece o prémio e que aproveitou para “partilhar com todos os treinadores portugueses, que continuam a evoluir e a serem dos melhores do mundo”.
Na Jovem Promessa, o vencedor foi Bruno Fernandes, o jovem médio do Sporting, enquanto a melhor equipa foi a de triatlo do Sport Lisboa e Benfica, por se ter sagrado como campeã europeia de clubes, formação composta por João Pereira, Miguel Arraiolos, Vanessa Fernandes e Melanie Santos, fechando em beleza a entrega do Prémio “Desportista do Ano”.
Inês Henriques não tinha rival, em termos de conquistas durante o ano, pelo que continua na ribalta mercê de um querer e fé inabalável que a levou a obter o título mundial e o duplo recorde mundial da prova mais longa (e mais difícil) do calendário oficial mundial, como são os 50 km marcha.Entretanto, mais de meia centena de atletas (56), que conquistaram medalhas nas principais competições desportivas europeias e mundiais efetuadas ao longo de 2017, em várias modalidades, foram homenageados na noite iluminada pelo Salão Preto e Prata do Casino Estoril, que brilhou ao mais alto nível.
Com o lema “CDP 25 anos ao serviço do Desporto”, a Confederação distinguiu ainda mais de três dezenas de desportistas (38) – que receberam o Prémio “Mérito Desportivo” proposto pelas respetivas Federações desportivas – dos quais se destacaram a medalhada olímpica Vanessa Fernandes, o automobilista Tiago Monteiro, o técnico da seleção de futebol. Fernando Santos, e os dirigentes Mário Gonzaga Ribeiro (há dezenas de anos na motonáutica) e Mário Quina (Vela e a título póstumo).
Nas homenagens, os diplomas foram para uma plêiade de campeões europeus, mundiais e medalhados nas Universíadas de Verão e nos Jogos Mundiais de Surdolímpicos, atletas que conseguiram esses desideratos desde Novembro de 2016 e até ao final de 2017, daí também a transferência da data da gala que, normalmente, era realizada em Novembro.
Como é evidente, todos são merecedores do reconhecimento geral mas destacaremos os que chamaram mais à atenção pelos seus feitos.
Neste campo, realce para Cristiano Ronaldo (Real Madrid, campeão do mundo de clubes); Diogo Ferreira (salto com vara) e Francisco Belo (peso, campeões nas Universíadas de Verão); Inês Henriques (Campeã e recordista mundial nos 50 km Marcha); Fernando Pimenta (campeão europeu de canoagem em K1 1000 e K1 5000) e José Ramalho (ouro na canoagem em K1 maratona; João Pereira (campeão europeu de triatlo), Nélson Évora (campeão europeu de pista coberta), Fernando Pimenta (campeão europeu e mundial de canoagem), Joana Shenker (campeã da europa e do mundo em Bodyboard), entre muitos outros, como se referiu, incluindo várias atletas da área da deficiência.
O Prémio Ética Desportiva foi entregue a Jorge Pina o ex-praticante de boxe e que passou para o atletismo porque entretanto cegou, quando se preparava para mais uma competição internacional, o que o levou a ter uma nova vida, como ele refere muitas meses.
Os mais altos galardões (“Prémio Mérito Desportivo – Alto Prestígio da CDP”) foi entregue a duas personalidades há muitos anos ligadas ao desporto, como são os casos de Vicente Moura, ex-Presidente do Comité Olímpico de Portugal e Nuno Vilarinho, dirigente da Federação de Automobilismo e da própria Confederação do Desporto de Portugal.
Carlos Paula Cardoso, Presidente da Confederação
Começou por historiar a criação da CDP a partir de uma Aliança do Desporto Federado (criada no seio do Comité Olímpico de Portugal) que foi o embrião, manifestou o agradecimento aos que contribuíram para chegar aos 25 anos e salientou que os XI Jogos da CPLP decorrerão em Julho próximo – no habitual ambiente festivo-desportivo – de cuja missão será a responsável pela comitiva lusa.
João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto
Congratulou-se pelo êxito de mais uma gala, salientou que o financiamento para o desporto vai estar a funcionar dentro do que é normal (em termos de prazos de transferência de verbaspara as Federações), confirmou a realização dos Jogos da CPLP – apesar das dificuldades vertentes porque São Tomé e Príncipe tem carências de infra-estruturas desportivas e hoteleiras – mas que está certo de que tudo vai correr bem. Terminou reforçando a necessidade de haver mais e melhor desporto e com o governo disposto a erradicar a violência no desporto.