O português Emanuel Medeiros – que há mais de uma dezena de anos tem dado cartas no desempenho de cargos de chefia em instituições de gabarito mundial, a última das quais a Liga Europeia de Futebol Profissional – está a dias para se tornar CEO da Aliança Global para a Integridade no Desporto (SIGA no nome original em inglês).
Registada e conhecida internacionalmente como SIGA (Sport Integrity Global Alliance), esta entidade, recentemente criada no âmbito do direito suiço, está em fase de crescimento e já conta com parceiros portugueses, na área do desporto, como são o Comité Olímpico de Portugal e o CNID-Associação dos Jornalistas de Desporto, sendo a campeã olímpica Rosa Mota outra personalidade que integra a organização, enquanto personalidade de prestígio mundial.
Entidade que nasceu para combater uma crise sem precedentes de governança e integridade que grassa no desporto mundial.
Esta crise afecta todo o desporto e todos os que nele estão envolvidos, devido à existência de processos, investigações, detenções e proibições que estão a minar o que de melhor tem o desporto.
Estes casos sublinham a necessidade urgente de aplicar as melhores práticas democráticas no desporto, para salvar os exemplos de integridade desportiva que estão a ser prejudicados por algumas das próprias instituições e indivíduos designados como guardiões do sistema, estando a reputação global da indústria desportiva no seu nível mais baixo.
A importância fundamental e a atractividade do desporto na sociedade e o consequente fenómeno comercial globalizado, originou uma significativa trajectória económica e trajectória de crescimento que trouxe novos desafios ao sector, uma vez que a riqueza maciça foi criada.
A má governança, os regulamentos obsoletos e a falta de supervisão também facilitaram a proliferação de lavagem de dinheiro transnacional, evasão de impostos e escândalos de suborno, fraude de apostas desportivas, muitas vezes com vínculos ao crime organizado.
O desporto não tem, por si só, a capacidade nem a jurisdição para resolver esses problemas.
Para restaurar sua reputação e confiança pública, o desporto precisa abraçar uma nova cultura, onde a boa governança, integridade financeira, transparência, responsabilidade e supervisão independente são as prioridades número um. A cooperação reforçada e a acção concertada são o fundamento sobre o qual essa nova cultura deve ser construída.
Daí o surgimento da SIGA, em Novembro de 2015, com duas dezenas de organizações a unirem-se para criar uma coligação informal para liderar uma parceria internacional privada e pública para enfrentar os inúmeros e urgentes desafios de governança que o desporto enfrenta.
O grupo incluiu organismos desportivos, governos, ONGs anticorrupção, organizações intergovernamentais e parceiros comerciais.
Desde então, a reunião informal cresceu para mais de uma centena de apoiantes. A SIGA é uma coligação mundial, independente e neutra, liderada pela indústria do desporto e apoiada por parceiros interessados em “limpar” a sujidade que grassa por todo o lado.
O grupo deu um passo importante há um ano (31 de Janeiro de 2017), tornando-se uma associação sem fins lucrativos de direito suíço. Trinta organizações internacionais do desporto, do governo e das empresas assinaram os Estatutos da SIGA como membros fundadores e apoiantes fundadores comprometidos. Hoje, a SIGA tem quarenta organizações que são membros e está em crescendo.
Em Julho passado, a SIGA aprovou o seu sistema de governança interna e elegeu seu primeiro presidente independente, Franco Frattini.
Ao promover melhores práticas, padrões universais e soluções globais credíveis, a SIGA iniciou uma nova era na governança e integridade do desporto.
O estabelecimento de um órgão neutro para supervisionar a implementação de reformas-chave é o objectivo desse esforço.
Depois dos últimos dois anos a trabalhamos arduamente, foram feitos avanços significativos em todas as frentes, pelo que Emanuel Medeiros e seus pares estão orgulhosos do que foi conseguido alcançar num período tão curto e desafiador.
Os mais importantes objectivos estão à nossa frente, como sendo:
- Eleição para todos os órgãos internos da SIGA;
- Implementação dos Padrões Universais SIGA, em todo o movimento desportivo e olímpico, fornecendo o apoio necessário a todas as organizações desportivas adoptadas;
- Desenvolvimento da SIGA Independent Rating System (SIRS);
- Implementação de uma estratégia de angariação de fundos a grande escala, para assegurar a sustentabilidade financeira, a independência e o desenvolvimento futuro da SIGA;
- Desenvolvimento de projectos orientados a acções para apoiar ainda mais as organizações membros, em todas as áreas principais do SIGA (governança desportiva, integridade financeira, integridade de apostas desportivas e protecção juvenil);
- Promoção de oportunidades de networking significativas, intercâmbio de informações e compartilhamento de conhecimento entre a comunidade SIGA.
Para maximizar a missão e alcançar os objectivos estratégicos, continuar-se-á a impulsionar a base de associados.
Após uma campanha bem-sucedida, Lisboa vai acolher, em breve, uma cerimónia de adesão de mais entidades.
Quem pretender associar-se deverá consultar a o sítio da internet em nome da SIGA, onde poderão encontrar ainda outras informações sobre a actividade a desenvolver e conhecer os “Benefícios da associação à SIGA”.
SIGA/Artur Madeira