Bem se pode dizer que saiu a sorte grande ao Sporting (se perdesse seria muito pior), porquanto o empate, ainda que tenha um quê de verdade, foi lisonjeiro, dado que o Sporting de Braga foi melhor em termos de rapidez defesa-ataque, em contra-ataque que os leões tiveram dificuldades em travar, acabando por chegar ao ponto ganho através de uma grande penalidade aos 95’.
O jogo terá feito lembrar a derrota (0-1) que sofreu na época passada, em 18 de Novembro, em especial quando o Braga recuperou do 0-1 para 2-1, obrigando o Sporting a ir à procura da “massa” para chegar ao empate, onde Ricardo Horta teve alguma culpa no cartório. Mas jogo é jogo e “até ao lavar dos cestos é vindima” tudo pode acontecer. Como se verificou.
Apesar de ter ameaçado logo aos 3’, quando Bruno Fernandes rematou com algum perigo, o Sporting não jogou o que devia, apesar de algumas ausências – que agora podem ter aumentado pelas lesões de Bas Dost e Acuña – parecendo até que a bola tinha “lume” dada a velocidade com que os jogadores despachavam a bola de uns para os outros, não raras vezes sem saber para onde se dirigiam, face a não ter havido um fio condutor de jogo. Receio (derrota de há um ano) e falta de concentração, em especial, prejudicaram o rendimento da maioria dos jogadores.
O Braga esteve perto do golo (8’) quando Fransérgio rematou para Patrício, acossado por um adversário, safar a bola a soco.
No meio campo os bracarenses davam luta acesa e, por vezes, ganhavam bolas em corrida aos defesas leoninos, ainda que do lado do Sporting também foram construídas jogadas com perigo, como foi o caso de Coates (29’), no seguimento da marcação de um pontapé de canto, cabeceou para obrigar Matheus a uma grande defesa.
Bruno Fernandes (37’), na zona frontal à baliza do Braga, marcou um livre que levou a bola para junto do posto esquerdo mas que Matheus, uma vez mais, foi buscar.
Da intensidade do jogo ou não, Acuña lesionou-se e foi obrigado a sair, entrando para o seu lugar o jovem Podence (42’), terminando a primeira parte com Raul Silva a afastar a bola da pequena área à guarda de Matheus.
No segundo tempo, com o Braga mais solto, o Sporting foi aproveitando algumas abertas na linha média bracarense para tentar marcar mas Bas Dost e seus pares não estavam nos seus melhores dias.
Ainda assim, numa jogada rápida pela direita, Bruno Fernandes galgou alguns metros e centrou a meia altura, como a bola a ir “sintonizada” para o pé direito de Bas Dost que rematou de primeira e enfiou a bola junto ao poste esquerdo de um Matheus que, pela rapidez do lance, não conseguir chegar à bola a tempo, colocando o Sporting em vantagem (1-0).
O Braga, que bem tentou chegar à baliza de Rui Patrício mas que não obteve sucesso, apesar de ter feito mais remates, continuou a dar indicações de que não estava disposto a perder de qualquer forma e (84’) Coates faz grande penalidade sobre Danilo, dando uma oportunidade aos bracarenses de empatarem a partida, com poucos minutos para terminar.
Chamado a cobrar a falta máxima, Dyego Sousa, que tinha entrado quatro minutos antes, encarregou-se de marcar e bateu sem apelo nem agravo Rui Patrício, chegando ao empate.
Enquanto os bracarenses se encheram de um renovado brio, o Sporting “sentiu” o empate e quebrou o ânimo, dando origem a que os comandados de Abel Ferreira continuassem a “massacrar” os leões, culminando até com a obtenção do segundo golo (89’) através de um fortíssimo pontapé de Danilo, de longe, que levou a bola a beijar a rede da baliza dos leões, depois de sofrer um pequeno desvio em André Pinto, que Rui Patrício não conseguiu parar.
E Jorge Jesus e seus pares “deitaram as mãos à cabeça”. Em cinco minutos, o Sporting passou de vencedor a vencido e o ambiente esteve ao rubro.
Mas o “milagre” surgiu (95’) quando o defesa bracarense Ricardo Horta provocou, sem necessidade aparente, uma grande penalidade por falta cometida sobre Alan Ruiz, que também tinha entrado momentos antes.
Chamado a marcar (90+6’), Bruno Fernandes acertou em cheio, rematando para o centro da baliza enquanto Matheus foi para o lado direito.
Do mal o menos, o Sporting manteve-se no segundo lugar mas perdeu mais um ponto para o Porto (agora mais longe) e outro para o Benfica, que ficou mais perto.
Carlos Xistra facilitou demais em dar a lei da vantagem, não puniu faltas com direito a amarelo e tudo podia dar para o menos bom, acabando por se “safar” com o empate final e, ainda, porque o Sporting não teve pernas nem cabeça para ganhar. Os assistentes Nelson Moniz e Jorge Cruz, com uma ou outra falha, não “atrapalharam”.
As equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; Ristovski, Coates, André Pinto e Jonathan Silva; Bruno Fernandes, Battaglia e Acuña (Podence, 43’); Gelson, Bas Dost (Doumbia, 79’) e Bruno César (Alan Ruiz, 87’).
Sporting de Braga – Matheus; Esgaio, Raul Silva, Ricardo Ferreira e Marcelo Goiano (Fábio, 73’); Fransérgio, Xadas (Teixeira, 65’) e Vukcevic; Paulinho (Dyego Sousa, 80’), Danilo e Ricardo Horta.
Disciplina: amarelos para Raul Silva (34’), Esgaio (44’), Vukcevic (67’) e Battaglia (82’).