Numa partida presenciada por 47.017 espectadores (contabilizados nos torniquetes e anunciados publicamente), bem se pode dizer que muita desta gente gostaria que o resultado final (0-0) fosse outro, para um ou para outro lado, como é evidente.
Só que o futebol praticado, em, grandes períodos, não foi por ai além, ficando por se saber se por causa do esquema táctico (teoricamente) definido no gabinete ou se por não ter funcionado essa vertente, havendo necessidade de “acomodar” as pedras a uma terceira linha de pensamento, em especial quando um (Sérgio Conceição) ou outro (Jorge Jesus) iniciaram o bracejar dos braços, dos gritos para dentro do campo ou ainda das reclamações mais ou menos ristes em relação a Carlos Xistra, o árbitro do encontro que, não tendo estado mal de todo, teve critérios diferentes na marcação de algumas faltas ou nalgumas mostragens de amarelos.
A um 4x3x3 (com nuances) apresentado pelos leões responderam os portistas com um 4x1x2x3 ou também um 4x3x3 dada a proximidade das posições, se bem que o objectivo de Sérgio Conceição era não perder (conseguiu o 44º empate em todos os encontros realizados com o Sporting).
Nesta perspectiva, refira-se também que o Porto se apresentou melhor fisicamente do que o Sporting, com Aboubakar a estar várias vezes perto do golo mas lá surgia uma perna de um adversário para desviar a bola do caminho de Rui Patrício que, ainda assim, bem sofreu para manter o nulo, porquanto à esquerda e à direita, nem Picinni nem Jonathan Silva tinham pernas para esse endiabrado, a quem se juntava de vez em quando Marega, duas pontas de lança de alto quilate.
E se é verdade que, logo no primeiro minuto, Piccini, Battaglia e Gelson criaram um corredor direito perigoso, que só não melhor resultado porque o último a ter a bola nos pés não a controlo e saiu pela linha final sem que fosse atirada para a baliza.
Estes tipos de situações foram bastantes, quando não também Bruno Fernandes e o próprio Gelson mantiverem quase sempre um sistema de jogo individual, sem passar quando e como deve ser, a que se juntou mais tarde Acuña.
Aliás, terá si por isso que Bruno foi rendido (61’) por Bruno César e que Podence foi para o lugar de Acuña (89’), esta bem tarde para que o Sporting tivesse tempo de poder mudar algo no jogo. E mais: não se percebe porque é que Jorge Jesus não fez a terceira substituição, o que não se verificou pela primeira vez, o que é preocupante,
Se quer investir, refrescar a equipa e tentar dar nova alma no segundo tempo tem que arriscar porque, como diz o ditado “quem não arrisca, não petisca”. Depende das vontades e das bondades.
No Porto, preparado para não perder, Sérgio Conceição deixou a Marega e a Boubakar a tarefa de manter muita gente do clube de Alvalade na área defensiva, tendo até Aboubakar a eminência de obter um golo (40’) não fora o arrojo de Patrício aos pés do avançado portista.
Por jogadas mais perigosas, o Porto esteve sempre na dianteira, porque chegavam rápido à baliza de Patrício, ao contrário do Sporting que para se acercar da baliza de Casillas faziam “rodriguinhos” demais, pelo que não houve também deste lado.
Pode-se afirmar que o resultado está justo pelo que as equipas desenvolveram, destacando.sr as actuações de Patrício, Coates, William, Battaglia, Mathieu (de novo uma extraordinária exibição e que segurou o nulo até ao fim, a par de Coates, apesar de uma gaffe cometida que podia ter dado golo ao Porto)) com Gelson voluntarioso mas muito pegado à bola.
No F. C. do Porto, Casillas desta vez esteve bem, tal como Marcano, Aboubakar e Marega (estes dois últimos os melhores da formação portista), Brahimi, juntando-se Sérgio, Filipe e Danilo.
De Carlos Xistra (Castelo Branco) já referimos quase tudo, faltando dizer que nem tudo correu na perfeição mas não teve influência no resultado, porque houve oportunidades e as equipas não as aproveitaram.
Boa nota para os assistentes Nelson Moniz e Jorge Cruz. O VAR nem se deu por ele.
As equipas alinharam:
Sporting – Patricio; Piccini, Coates, Mathieu e Jonathan Silva; Gelson, Battaglia, e Acuña (Podence, 89’); William, Bruno Fernandes (Bruno César, 61’) e Bas Dost.
F. C. Porto – Casillas; Layun, Felipe, Marcano e Alex Teles, Herrera (Otávio, 73’), Danilo e Sérgio Oliveira; Marega, Aboubakar (Soares, 85’) e Brahimi (Corona, 87’).