Ante uma equipa que não se apresentou na máxima força – acompanhada de todo o “staff” da federação alemã, para dar maior força, com algum receio de que poderiam não chegar ao mundial – a verdade é que isso terá “amedrontado” a formação lusa que, apesar de uma bola luta, podia ter feito melhor e, até, passar mesmo à final de João Sousa tivesse jogado ao nível que se esperava, o que não aconteceu.
Foi um “play off”, interessante de seguir, os alemães “sentiram-se incomodados” com a irreverência da equipa lusa, a que faltou uma ponta de mais “arreganho” nos momentos cruciais para ultrapassar uma equipa de certo nodo banal, porque equipara à nossa.
João Domingues foi o último a actuar no descer do pano deste “play off” e fê-lo da melhor forma ao vencer (3-2) Yannick Hanfmann (parciais de 6-3 e 7-6 (8) ao fim de cerca de hora e meia, numa partida rápida, despreocupada, até porque o resultado não tinha qualquer interesse porquanto os alemães já estavam apurados com o triunfo de Jan-Lennard Struff ante o português mais qualificado, João Sousa.
No final, Domingos manifestando tristeza por Portugal não ter conseguido alcançar o Grupo Mundial, mas “senti orgulho por fazer parte da selecção nacional”, tendo acrescentado que “para o ano, vamos estar mais fortes”.
Sousa ainda deu luta ao ir até ao quinto jogo, tendo, de alguma forma, sofrido das mesmas “maleitas” que se verificaram quando do jogo de abertura, em que também foi derrotado por não se “ter sentido no jogo”, como referiu na altura.
Sousa ainda tentou jogar “contra a maré” e igualar a ronda, mas Jan-Lennard Struff foi superior no caminho (parciais de 6-0, 6-7 (3), 3-6, 7-6 (6) e 6-4), em partida que demorou mais de três horas, tendo beneficiado, no “tie-break” da quarta partida, de um ponto de “break”.
Não tendo conseguido concretizar o sonho de atingir o Grupo Mundial, Portugal permanece no Grupo I da Zona Europa/África da Taça Davis, tornando mais difícil o caminho para chegar ao top depois de não ter aproveitado esta oportunidade de ouro.
No final do encontro, Sousa admitiu que entrou “apático” e “cansado” no encontro com Jan-Lennard Struff, que o alemão venceu, permitindo à Alemanha garantir a vitória no “play-off” de acesso ao Grupo Mundial da Taça Davis.
“Não entrei bem no encontro”, disse Sousa, na conferência de imprensa após o embate, tendo acrescentado que “apesar de um primeiro parcial desfavorável, no segundo ‘set’ “tive uma reacção positiva. tendo começado a jogar melhor, sem tantos erros forçado e não forçados”.
Salientou ainda que “as coisas equilibraram-se, mas ele foi muito constante”. Do lado do adversário, Struff afirmou que teve “uma das melhores vitórias”.
Struff adiantou ainda que “a forma como tinha iniciado o encontro de sexta-feira não me deixou contente. Hoje iniciei bem. Dei tudo e joguei de uma forma agressiva. É claro que, depois de João Sousa ter cedido o primeiro ‘set’, ficou muito difícil”.
Para o capitão da selecção lusa, Nuno Marques, referiu que “sabíamos que tínhamos de dar tudo para tentar vencer os alemães e fizemo-lo, pelo que só temos de estar orgulhosos, mas este não foi o resultado que gostaríamos”, tendo acentuando que o embate com a Alemanha “era uma excelente oportunidade para atingirmos o objectivo de há muitos anos”.
Marques frisou ainda “que Portugal jogou contra uma equipa muito forte e que tudo se jogou em pormenores”.
Frisou que “estivemos muito perto e recordo que na eliminatória de 1994 [a primeira vez que Portugal tentou aceder ao Grupo Mundial], estávamos com 0-3 no sábado. Tive a sensação que íamos para o 2-2 no jogo de hoje [domingo], entre João Sousa e Struff. Estamos orgulhosos”, sublinhou.
O “capitão” da Alemanha, Michael Kohlmann, confessou que ”tínhamos um objectivo e conseguimos cumpri-lo”, tendo elogiado depois os jogadores alemães.
Para o presidente da Federação Portuguesa de Ténis, Vasco Costa, disse que “ter pressão foi prejudicial para Portugal no “play-off” com a Alemanha” e reforçou “que integrar a elite é uma coisa que se quer muito e é o lugar em que estes jogadores merecem estar”.
O presidente salientou ainda “a falta de sorte, porquanto entendo que Portugal podia ter vencido o “play-off”, finalizando que “tudo se decidiu nos detalhes e podia ter sido diferente. Com isto, ganhámos experiência”.
Por falta de sorte e por ausência de concentração em momentos cruciais que estiveram na origem nos taios “pormenores” ou “detalhes”.
Portugal saiu de cabeça erguida e será bom começar já a tratar das “feridas” que eventualmente tenha ficado.